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Lançamento Revista Textura.

Algumas palavras, poucas, eram lidas pelos detratores de Freud e diziam com pretensa autoridade que era um grande escritor. De fato o era, a ponto de ganhar o prêmio “Goethe”. Mas este enunciado era a forma “política” de reconhecer um escritor e desqualificar um conhecimento que expressava a formulação de uma articulação conceitual produzida pela experiência clínica. Quanto mais Freud adentrava na clínica, maior era o rigor conceitual de suas formulações.
Algumas palavras, poucas, eram lidas pelos detratores de Freud e diziam com pretensa autoridade que era um grande escritor. De fato o era, a ponto de ganhar o prêmio “Goethe”. Mas este enunciado era a forma “política” de reconhecer um escritor e desqualificar um conhecimento que expressava a formulação de uma articulação conceitual produzida pela experiência clínica. Quanto mais Freud adentrava na clínica, maior era o rigor conceitual de suas formulações.
Clínica e conceitos são indissociáveis, mas um fato clínico é o que pode reformular o campo conceitual e não o contrário. Considera-mos que são a prática e os escritos dos psicanalistas que sustentam a psicanálise como instituição, portanto, estes escritos são ou deveriam ser os efeitos da clínica.

O rigor conceitual de forma alguma é uma expressão de totalitarismo, isto seria confundir o discurso político com o discurso psicanalítico. Sabemos que o discurso político tradicional é oposto ao discurso psicanalítico. Brevemente: o discurso político se sustenta no engano e na oferta do objeto do desejo como troca pelo apoio eleitoral, por sua vez o discurso psicanalítico tem um compromisso com a verdade e o desejo se sustenta pela falta do objeto. O rigor conceitual consiste em formular ou apresentar como um conhecimento o saber inconsciente.

Saber da pulsão “descompletado” pelo desejo na organização de uma fantasia inconsciente. Lugar da verdade do sujeito.

O compromisso do psicanalista é o de levar cada análise até o fim, processo no qual o saber se organiza como verdade. E o analista expressa sua posição ética, sendo esta o compromisso com seu ato e as conseqüências deste. Seu ato: a interpretação; suas conseqüências: a retificação subjetiva do analisante e a destituição do analista, o saber e o sujeito não são mais supostos a ele. De fato, esta posição também é uma política: a subversão do sujeito frente ao engano do seu eu e, além deste, do engano de sua fantasia. Encontro inelutável com o que da verdade se expressa no saber.

A experiência psicanalítica deveria possibilitar-nos um compromisso político que implique o compromisso com a verdade, a convivência com as diferenças dentro das estratégias comuns e a destituição do pior do narcisismo.

A psicanálise é uma práxis que trata o real pelo simbólico (Lacan), os relatos clínicos são a prova eloqüente do esforço de transmissão. Sabemos também que a psicanálise estabelece um confronto e uma discussão com a concepção de ciência, desde o momento em que para a pesquisa psicanalítica é fundamental a consideração do inconsciente do pesquisador.

Retomando, trata-se do rigor conceitual em que não vale qualquer coisa, pois é da organização desse campo conceitual que se define o que é a psicanálise. Abre-se aqui a discussão com outras linhas teóricas ou terapêuticas, assim como da relação da psicanálise com a ciência.

Grande parte desta polêmica já foi aberta por Freud, especialmente em 1931, nossa responsabilidade está em continuá-la

Editores:

• Alejandro Luis Viviani

• Eliana Harfush Midlej

• Luís Eduardo Salvucci Rodrigues

• María Luisa Scalise de Viviani

• Rosely Pennacchi

• Sidnei Artur Goldberg

• Taeco Toma Carignato

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