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Terapia baseada em conversação tem sucesso ao reduzir tentativas de suicídio

Após um ano de debate sobre se medicamentos antidepressivos aumentam o risco de suicídio, um novo estudo revela que um modelo padrão de terapia de conversação pode oferecer a melhor chance de salvar aqueles com maior risco de tirar suas próprias vidas.

Fonte: [url=http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/08/09/ult574u5698.jhtm]UOL[/url]Após um ano de debate sobre se medicamentos antidepressivos aumentam o risco de suicídio, um novo estudo revela que um modelo padrão de terapia de conversação pode oferecer a melhor chance de salvar aqueles com maior risco de tirar suas próprias vidas.

Fonte: [url=http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/08/09/ult574u5698.jhtm]UOL[/url]A terapia elimina quase metade do risco de tentativas de suicídio em pacientes extremamente suicidas, muitos dos quais já tratados com medicamentos para depressão, revelaram os pesquisadores.

O estudo, publicado na edição de 3 de agosto do “The Journal of the American Medical Association”, é o maior e mais rigoroso teste de uma técnica de psicoterapia em pessoas cujas tentativas de tirar a própria vida foram sérias o suficiente para colocá-las em hospitais, disseram especialistas.

Estudos dos tratamentos de depressão geralmente excluem tais pacientes, em parte porque possuem uma probabilidade entre 30 e 40 vezes maior de se matarem do que pessoas que não fizeram nenhuma tentativa séria de suicídio.

“O fato de você poder reduzir pela metade os números de tentativas nesta população, em apenas 8 a 10 sessões de terapia, é algo sobre o que escrever”, disse Steven D. Hollon, um professor de psicologia da Universidade Vanderbilt, que não participou do estudo.

Hollon acrescentou: “Este é o tipo de pessoa que você não qualificaria para 90% dos testes de tratamento existentes. Mas se você nunca os incluir, você não saberá o que funciona para eles. Sem coragem não há glória”.

No estudo, o dr. Gregory K. Brown, um psicólogo, e o dr. Aaron T. Beck, um psiquiatra, ambos da Universidade da Pensilvânia, lideraram uma equipe de pesquisa que recrutou 120 pessoas que foram atendidas no setor de emergência do hospital universitário após tentarem se matar.

Os pacientes tinham múltiplos problemas, incluindo vício em drogas, depressão e morar na rua, e metade deles foi acompanhada atentamente pelos responsáveis pelo caso e encaminhados para serviços de terapia, quando necessário.

Aproximadamente uma vez por semana, a outra metade se apresentava para terapia cognitiva, uma técnica na qual pessoas aprendem a rechaçar ou desarmar pensamentos autodestrutivos antes de agirem movidos por eles.

Os pesquisadores pretendiam que as terapias tratassem das vidas dos pacientes, suas esperanças e medos específicos e dos fatores que os levaram a tentar colocar um fim às suas vidas, disse Brown.

Um homem que “sentia vontade de desistir” após um problema de relacionamento aprendeu que seu próprio pensamento tinha o efeito de lhe permitir o uso de drogas, o que invariavelmente piorava a situação, disse Brown.

À medida que se aproximavam do fim da terapia, os participantes reviviam seus momentos mais dolorosos, se permitiam sentir a atração do suicídio e então concebiam estratégias para afastar mais pensamentos sobre isto.

“Nós então avaliamos se estas técnicas reduziram o senso de desesperança, e em caso afirmativo, eles puderam ser liberados da terapia”, disse Beck. “Foi uma espécie de ensaio geral.”

Os pacientes que tropeçaram no ensaio geral continuaram visitando o terapeuta por um período maior, ele disse.

Os pesquisadores acompanharam os dois grupos, detalhando repetidas tentativas de suicídio em entrevistas. Após um ano e meio, 13 dos homens e mulheres que receberam terapia cognitiva tentaram novamente se matar, em comparação a 23 no outro grupo. Nenhum em ambos os grupos teve sucesso em se suicidar.

No geral, aqueles que receberam terapia cognitiva marcaram significativamente menos pontos nas avaliações de humor depressivo e desesperança.

Os pesquisadores que trabalham com pessoas com um problema diagnosticado como “borderline personality disorder” (desordem de personalidade limítrofe), que apresenta alto risco de suicídio, também informaram a redução dos números de tentativas com a terapia. Mas a terapia para pacientes “borderline” é de longo prazo, geralmente durando um ano ou mais.

No novo estudo, o curso da terapia era breve por um motivo, disse Beck. Pessoas altamente suicidas, particularmente aquelas com problemas com drogas e que são socialmente marginalizadas, geralmente não têm paciência ou energia para terapias mais longas.

Os pesquisadores estão preparando um estudo da terapia em centros comunitários de saúde mental, treinando terapeutas no uso da técnica com pessoas hospitalizadas após tentativas de suicídio.

“Nós veremos o que acontece no mundo real”, disse Beck. “Este será o verdadeiro teste.”

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