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Tratamento adaptado no Brasil ajuda a controlar a ira

Quem escuta Edison Luiz Valério discorrer sobre a raiva com tanta calma nem imagina que, alguns meses atrás, esse corretor de imóveis de 45 anos pisou fundo no acelerador contra a traseira do carro que o havia ultrapassado pela direita. “Foi de propósito mesmo”, admite Valério. “Saí gritando do carro. Discutimos feio. No final, embora estivesse errado, eu mesmo chamei a polícia.”

Fonte: [url=http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude/2138001-2138500/2138463/2138463_1.xml]IG Saúde[/url]Quem escuta Edison Luiz Valério discorrer sobre a raiva com tanta calma nem imagina que, alguns meses atrás, esse corretor de imóveis de 45 anos pisou fundo no acelerador contra a traseira do carro que o havia ultrapassado pela direita. “Foi de propósito mesmo”, admite Valério. “Saí gritando do carro. Discutimos feio. No final, embora estivesse errado, eu mesmo chamei a polícia.”

Fonte: [url=http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude/2138001-2138500/2138463/2138463_1.xml]IG Saúde[/url]Esse “barraco” não se repetiria hoje. Valério conseguiu vencer seus impulsos depois de passar pelo treino cognitivo de controle da raiva, um tratamento desenvolvido nos EUA e recentemente adaptado à realidade brasileira pelo Laboratório de Estudos Psicofisiológicos do Estresse, da PUC de Campinas.

O primeiro passo desse treino é conseguir identificar a raiva no início. Os sinais são físicos: suor, batimento acelerado do coração e tensão muscular. “Quem tem ataques freqüentes de raiva só se dá conta do problema quando já explodiu e está brigando, gritando ou xingando. É muito mais fácil vencer o sentimento no início”, afirma a psicóloga Marilda Lipp, do Laboratório de Estresse e autora do livro Estresse e o Turbilhão da Raiva (Ed. Casa do Psicólogo).

O segundo passo inclui identificar o fator que provoca a raiva – uma fila longa no banco, o trânsito lento ou uma recepcionista que atende mal – e tentar mudar a forma como se vê esse fator. “Às vezes a pessoa está tão acostumada a se irritar, que recebe qualquer coisa como provocação. Mas uma coisa só se torna provocação a partir da interpretação que damos a ela”, continua Marilda.

Uma forma de relaxar e controlar aqueles primeiros sinais físicos da raiva, ainda segundo a psicóloga, é inspirar profundamente pelo nariz e expirar pela boca. “Antes, eu partia para a ignorância gratuitamente”, lembra Valério, o corretor de imóveis. “Agora paro e penso, não levo as coisas ao pé da letra.”

A partir do treino no Laboratório do Stress, que durou oito sessões, ele desenvolveu um método próprio para domar seus ímpetos. Batizou-o de “técnica da cara de paisagem”. “Se um funcionário me trata mal numa repartição pública, eu respiro fundo e finjo que não é comigo. Simplesmente ignoro. O funcionário passa a achar que o problema está com ele”, explica. E, rindo, imagina: “Se fosse em outra época, eu pagaria a pessoa pelo pescoço e…”.

Os acessos de ira fazem mal não só para as relações pessoais como também para a própria saúde. A raiva é um fator de risco para hipertensão, doenças do coração, úlcera e até morte prematura. Mas “explodir” nem sempre é ruim. “A raiva pode ser útil, desde que controlada e usada na hora certa. Em situações de injustiça, pode ser convertida numa ação responsável”, afirma Marilda Lipp. “Sentir raiva não é errado. O que pode ser perigoso é o uso que se faz dela.

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