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Projetos sociais trazem alterações na conduta dos jovens.

Melhora das condições de vida das comunidades são lentas e difíceis, por isso programas precisam aproximar-se dessas necessidades de seus participantes, através de parcerias externas com governos e empresas.
Melhora das condições de vida das comunidades são lentas e difíceis, por isso programas precisam aproximar-se dessas necessidades de seus participantes, através de parcerias externas com governos e empresas.
A maior transformação sentida pelos jovens que integram projetos sociais do terceiro setor ocorre no campo pessoal. O resultado das ações é mais visível no comportamento desses participantes individualmente que na comunidade em que vivem. Segundo Marcelo Calegare, que estudou o assunto em sua pesquisa de mestrado do Instituto de Psicologia (IP) da USP, é a partir da percepção dessa limitação que as instituições percebem a necessidade de criar parcerias externas. “Se o terceiro setor se restringir a seus muros sua eficácia diminuirá”, diz o pesquisador.

As transformações, segundo Calegare, são comportamentais. Ele explica que essas crianças e jovens passam a ser menos violentos e a respeitar mais as regras coletivas. Demonstram mais respeito entre eles e os educadores, por exemplo. “As grandes transformações sociais não são perceptíveis, levariam vários anos para que pudessem ser notadas, mas essas menores são bastante nítidas”, garante o psicólogo. “É fácil perceber uma melhora na integração deles com suas famílias, na escola, no bairro, na igreja e em outros lugares.”

Para Calegare, os projetos mais eficazes são os que consideram os participantes em suas diversas relações com a sociedade. “Muitos programas desenvolvem atividades para jovens por meio período, por exemplo. Embora eles gostem e aprendam nessas atividades, ao saírem de lá para ir à escola, o ensino oferecido ainda será muito ruim, o bairro onde ele mora ainda estará cheio de problemas, o transporte será de má qualidade…”. O pesquisador acredita que a tendência seja, com a percepção dessa limitação, buscar parcerias com empresas, escolas, poder público e associações, aproximando os projetos desenvolvidos da realidade de seus participantes.

Uma outra tentativa de fazer com que as ações sejam mais eficientes é o incentivo à mobilização política, desenvolvimento de projetos de interesse coletivo ou até pelo contato direto com os governos. “A partir da consciência desses jovens de seu papel no coletivo é que alguma mudança é possível”, diz o psicólogo. As dificuldades para organizar mobilizações, entretanto, são grandes, “como em qualquer grupo social, atualmente”, lembra.

O estudo analisou um programa de promoção da cidadania para crianças e adolescentes da periferia de São Paulo, desenvolvido por uma grande fundação nacional. Esse projeto oferece oficinas de arte-educação, participação política, parcerias com empresas para oferecer oportunidades de trabalho aos jovens, entre outras. A fundação gera experiências pioneiras em várias áreas de atuação que, muitas vezes, chegaram a gerar políticas públicas.

Fonte: [url=http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/052.htm]www.usp.br[/url]

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