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O Trabalho do Psicólogo na Equipe de Profissionais

A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL/INTERDISCIPLINAR

“A arte de viver
É simplesmente arte em conviver…
Simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!”

(Mário Quintana)
Para a implantação eficaz de um serviço de psicologia em um hospital é imprescindível que o psicólogo conheça as atribuições dos integrantes da equipe de profissionais: da enfermagem, da clínica médica, cirúrgica, do assistente social, do nutricionista, do fisioterapeuta, da ouvidoria, etc.

É a partir deste conhecimento que o serviço de psicologia poderá inserir-se no contexto hospitalar, indo de encontro aos objetivos institucionais, sem o perigo de perda da unidade multidisciplinar.

O hospital é um espaço no qual o psicólogo muitas vezes terá, em circunstâncias diversas, momentos onde lhe será exigido constante revisão de seus propósitos para que a sua atuação não se perca isoladamente dentro deste contexto.

A equipe multiprofissional formada por médicos, em suas diversas especialidades, residentes acadêmicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas ocupacionais, psicólogos e outros, deverá atuar como um grupo junto aos pacientes e aos familiares.

No trabalho em equipe multiprofissional há a necessidade de uma inter-relação entre os diferentes profissionais, os quais devem ver o paciente como um todo, numa atitude humanizada; faz-se necessário também que o psicólogo transmita seus conhecimentos e percepções do paciente aos demais membros da equipe, a fim de que estes possam ter uma visão integral do paciente.

O psicólogo hospitalar, trabalhando em equipe, precisa buscar conscientizar os demais membros da equipe para o trabalho interdisciplinar, ajudando cada profissional a ter claras as suas funções, definindo os seus objetivos, facilitando a comunicação entre os membros da equipe, sendo, muitas vezes, o interlocutor entre os membros da equipe entre si e com os pacientes e familiares.

Outro aspecto importante é alertar os profissionais para a necessidade do conhecimento das atividades dos outros membros da equipe, trocando informações e buscando atender o mais completamente possível o paciente.

Visando facilitar este trabalho interacional, o psicólogo poderá organizar grupos para reuniões científicas e discussões de casos clínicos objetivando aprimorar cada vez mais o atendimento aos pacientes, através da estruturação de condutas discutidas em equipe.

Com esta visão integrada do paciente, considerando os aspectos físicos e emocionais, o psicólogo poderá, com a equipe, efetivar as atividades de diagnóstico e de terapia, detectando os aspectos mais fantasiosos ou irreais que estejam interferindo no aparecimento da doença, na sua evolução e no processo de recuperação.

É importante que o psicólogo interaja com a equipe de profissionais discutindo os casos ou situações emergentes no ambulatório e enfermaria, visando melhor compreensão da situação do paciente e, dessa maneira, criando espaços para as manifestações emocionais do paciente e sua família.

É primordial que o profissional conquiste a confiança dos outros profissionais, indicando, quando julgar necessário, a possibilidade de atendimento psicológico, colaborando e mostrando o que pode fazer, numa linguagem comum, e, por outro lado, sempre procurar conhecer a linguagem dos outros profissionais.

O trabalho em equipe, sem dúvida, acrescenta conhecimentos e dividi ansiedades, favorecendo, dessa maneira, o surgimento de soluções e, todo o trabalho feito nesse sentido, beneficiará a promoção de uma melhoria na qualidade de vida do paciente.

É primordial que a equipe de saúde concentre esforços no sentido de humanizar as condições do paciente durante o processo de hospitalização. O relacionamento do paciente com a equipe de saúde precisa ser desenvolvido dentro de uma compreensão de que os profissionais que atuam no setor estão comprometidos entre si com um objetivo comum: o seu próprio restabelecimento. De forma contrária, o desconhecimento dos limites de atuação de cada profissional pode gerar no paciente uma incerteza muito grande sobre este processo de restabelecimento. Um relacionamento precário entre o paciente e a equipe de saúde pode determinar inclusive sofrimento ao paciente que transcende à própria enfermidade. É papel do psicólogo cuidar para que esse relacionamento ocorra de maneira satisfatória, intervindo de modo a levar esses profissionais a uma constante reflexão sobre as atitudes a serem adotadas para que o setor funcione de forma harmoniosa.

Cabe também ao psicólogo hospitalar, dar assistência à equipe profissional, pois sabemos que os Profissionais de Saúde sofrem um desgaste muito grande no desenvolvimento do seu trabalho na área hospitalar e da saúde.

Na próxima semana, estaremos refletindo sobre a Síndrome de Burnout, um conjunto de condutas negativas como resposta ao estresse ocupacional crônico.

Um abraço e até breve,
Alaide D Cantone.

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