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Alcoolismo familiar

Uma questão polêmica: filhos de alcoólatras têm mais chances de desenvolver o mesmo problema? Para um estudo feito nos Estados Unidos, que será publicado na edição de maio da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, a resposta é sim.
Uma questão polêmica: filhos de alcoólatras têm mais chances de desenvolver o mesmo problema? Para um estudo feito nos Estados Unidos, que será publicado na edição de maio da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, a resposta é sim.
Segundo os autores, de diversos institutos de pesquisa do país, os riscos são maiores para filhos homens. “O desenvolvimento do alcoolismo entre indivíduos com história familiar do problema é de quatro a oito vezes mais comum do que entre pessoas sem tal registro na família”, disse um dos pesquisadores, William Lovallo, diretor do Laboratório de Ciências Comportamentais do Centro Médico de Assuntos dos Veteranos, em Oklahoma.

“Embora a definição de história familiar mude de acordo com diferentes pesquisadores, nós usamos a definição para quando um dos pais ou os dois apresentam o problema com o álcool”, explica Lovallo.

O estudo verificou também que indivíduos masculinos com comportamento desinibido representaram o grupo com maiores riscos de desenvolver o alcoolismo. Mas os cientistas ressaltam que a combinação das duas características, histórico familiar e desinibição, indica apenas maior propensão e não a certeza de desenvolvimento do problema.

A pesquisa examinou características cognitivas e comportamentais de 175 pessoas de 18 a 30 anos, todos não-alcóolatras. Do total, 87 tinham histórico familiar de alcoolismo. Os voluntários foram classificados em níveis de desinibição de acordo com uma escala de sociabilidade e todos foram submetidos ao Teste de Stroop de cores e palavras.

“O Teste de Stroop examina a memória funcional. Os participantes primeiro tinham que ler uma lista de nomes de cores impressa em tintas que não correspondiam às cores. Em seguida, precisavam ler apenas as cores das tintas”, explica Lovallo.

O teste foi combinado com outro, feito com cartas de baralho. “Eram quatro conjuntos de cartas, cada uma contendo cartas ganhadoras e perdedoras. Os participantes foram percebendo quais conjuntos representavam os maiores ganhos ou as maiores perdas. Isso permitiu que examinássemos suas estratégias de jogo”, conta o pesquisador norte-americano.

Os resultados indicaram um maior déficit na memória funcional entre os indivíduos com histórico de alcoolismo na família. Também apontaram que os homens mais desinibidos demonstraram maior atração para os aspectos de desafio relacionados aos riscos do jogo do qual participaram.

“O estudo sugere um mecanismo potencial, do aumento da atenção de acordo com os riscos, que pode ser responsável, pelo menos em parte, pela maior vulnerabilidade entre aqueles com histórico de alcoolismo na família”, disse Peter Finn, da Universidade de Indiana e outro dos autores.

“Se o indivíduo vem de uma família em que o alcoolismo está presente e também demonstra predisposição para correr riscos ou desafiar regras, que são partes de um comportamento desinibido, é preciso ficar atento. Isso vale não só para essa pessoa, mas também para seus pais e professores”, disse Lovallo.

Fonte: [url=http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=5427]www.agencia.fapesp.br[/url]

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