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Mais de 200 milhões usam drogas uma vez ao ano, diz ONU

Mais de 200 milhões de pessoas no mundo todo –cerca de 5% da população entre 15 e 64 anos– fazem uso de drogas ilícitas ao menos uma vez por ano, segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime).
Mais de 200 milhões de pessoas no mundo todo –cerca de 5% da população entre 15 e 64 anos– fazem uso de drogas ilícitas ao menos uma vez por ano, segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime).
De acordo com o documento, cerca de metade dos usuários –100 milhões– usa drogas regularmente, ou seja, ao menos uma vez por mês.

Segundo Giovanni Quaglia, representante do Unodc para o Brasil e Cone Sul, há um “grande número de profissionais com alto nível de educação e renda que usam drogas no mundo todo”.

“Estratégias de longo prazo podem reduzir a oferta, a demanda e o tráfico”, afirmou o diretor- executivo do Escritório, Antonio Maria Costa. “Se isso não acontecer, será porque alguns países não levam as drogas suficientemente a sério e usam políticas inadequadas. Muitos países têm os problemas de drogas que merecem”, disse Costa.

No entanto, segundo Costa, as tendências do consumo e do tráfico de drogas dão sinais de estabilização. “O controle de drogas está funcionando e o problema mundial das drogas está sendo contido”, disse. “Mas é necessário passar da contenção do problema para a redução”.

O documento chama a atenção para a produção e o uso da droga mais consumida no mundo — a cannabis, que dá origem à maconha e ao haxixe.

Segundo o relatório, a produção mundial de maconha passou de 42 mil para 45 mil toneladas, sendo que 54% vêm das Américas –35% da América do Norte e 18% da América do Sul.

A maior parte do haxixe produzido no mundo vem do Norte da África (42%), principalmente do Marrocos. De lá, a droga é transportada para o mercado ilegal do Norte da África e do Oeste da Europa, principal mercado de haxixe do mundo, com mais de 70% das apreensões em 2004.

O Unodc alerta que a cannabis está mais potente hoje do que nas décadas anteriores. Para Costa, é um “erro” considerar maconha e haxixe drogas brandas, que causam menos danos, já que há cada vez mais provas de que o uso pode causar sérios problemas mentais.

“Hoje, as características mais perigosas da cannabis não são mais tão diferentes das outras drogas que vêm de plantas, como a cocaína e a heroína”, disse Costa. Apesar de os efeitos da maconha ainda não serem totalmente conhecidos, hospitais dos Estados Unidos registram aumento dos casos de efeitos graves após o consumo da versão potencializada da droga.

Cerca de 9% dos que experimentam a droga não conseguem interromper seu uso, e efeitos negativos do consumo de cannabis incluem ataques de pânico, paranóia e sintomas psicóticos.

Em relação ao consumo de cocaína, o documento aponta que 13,4 milhões de pessoas –0,3% da população entre 15 e 64 anos– consomem a droga.

No entanto, o relatório indica tendência de queda no uso da substância em 2004, o que não ocorria há anos. A maior parte do consumo acontece nas Américas, principalmente na América do Norte, que tem 6,5 milhões de dependentes químicos.

A América do Sul também registra alto índice de pessoas tratadas por dependência de cocaína. Mas os registros de consumo no Brasil e na Argentina permaneceram estáveis, enquanto aumentaram no Paraguai, na Colômbia e no Peru.

Nos últimos cinco anos, a área de cultivo da coca nos países andinos caiu 25%. Em 2005, a Colômbia continuou sendo o maior produtor mundial de coca, com 54% do cultivo total. O Peru ficou em segundo lugar, com 30% da produção e a Bolívia em terceiro, com 16%.

O documento do Unodc indica ainda que, após uma tendência contínua de aumento durante a década de 90, o mercado de anfetaminas se estabiliza. O número de apreensões da substância diminuiu 53% em comparação com os dados do relatório anterior, principalmente pela diminuição das apreensões no leste e sudeste asiático.

No entanto, o número de apreensões aumentou de cinco toneladas em 2003 para oito toneladas em 2004. Argentina, Brasil e Uruguai apresentaram aumento nas apreensões da droga, que é fabricada principalmente na Europa, onde foi registrada metade das apreensões no mundo todo.

O consumo mundial do ecstasy mostra tendências diferentes. Na América do Sul, a Argentina apresentou os índices mais altos de aumento do consumo da droga. Houve aumento também no Chile, na Colômbia e no Peru. O consumo ficou estável no Paraguai e no Uruguai.

No Brasil, não há dados disponíveis sobre mudanças de comportamento quanto ao uso de ecstasy, mas houve aumento considerável de apreensões da droga no país.

Houve redução no uso de ecstasy na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos. Na Europa Ocidental, após anos seguidos de aumento no consumo, o uso de ecstasy começa agora a se estabilizar. Já na Europa Oriental, o número de usuários aponta crescimento.

Segundo o relatório, 5% a 10% das infecções por HIV em todo o mundo estão relacionadas ao uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas.

A estimativa é de que existam no mundo cerca de 13 milhões de usuários de drogas injetáveis, sendo que 78% deles vivem nos países em desenvolvimento.

Na América do Sul, quase 80% dos usuários de drogas injetáveis estão infectados pelo HIV.

Fonte: [url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u97324.shtml]www.folha.com.br[/url]

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