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Estudo do IBGE revela aumento da obesidade infantil

Uma pesquisa recém-divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, em apenas 30 anos, o número de crianças e adolescentes do sexo masculino acima do peso no País subiu de 4% para 18%. Entre as meninas, o salto foi de 7,5% para 15,5%. A obesidade, já encarada em todo o mundo como epidemia, atinge 6 milhões de jovens brasileiros.
Uma pesquisa recém-divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, em apenas 30 anos, o número de crianças e adolescentes do sexo masculino acima do peso no País subiu de 4% para 18%. Entre as meninas, o salto foi de 7,5% para 15,5%. A obesidade, já encarada em todo o mundo como epidemia, atinge 6 milhões de jovens brasileiros.
A razão desse descontrole na balança das crianças está muito além da gula. A principal raiz do problema são os próprios pais, embora dificilmente se dêem conta disso. Características como o gasto de energia, a velocidade do metabolismo e a formação de determinadas proteínas no organismo passam de geração para geração e interferem no acúmulo de gordura no corpo.

Mas a herança genética tem papel pequeno quando comparado com a forma como os filhos são criados. Se os pais são sedentários, dificilmente exigirão que as crianças façam exercício. Se comem mal, os pequenos terão o mesmo hábito.

Misturando fatores genéticos e de criação, os cientistas chegaram a duas probabilidades preocupantes: ter o pai ou a mãe acima do peso significa até 50% de risco de o filho ficar gordo; e, se o pai e a mãe forem obesos, a chance é de até 90%. “São raras as vezes em que a criança fica obesa em conseqüência de alguma doença. Em 95% dos casos, a causa é a mesma: o sedentarismo e a alimentação”, afirma a pediatra Lilian Gonçalves Zaboto, coordenadora do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso).

Além de diminuir gorduras e açúcares e aumentar frutas e verduras, pai e mãe precisam ficar atentos ao quanto obrigam os filhos a comer. A mania de exigir que o filho não deixe no prato nem um grão sequer de arroz deve ser abandonada. “Comer é um ato instintivo. A criança sabe seu limite. E comer pouco não significa que ela gosta menos da mãe”, diz Fábio Ancona Lopez, professor de Nutrologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Outro erro é tentar compensar a ausência – por causa do trabalho – com chocolate ou batata frita. “A compensação ocorre dessa forma porque o alimento proporciona uma satisfação imediata”, explica a psicóloga Patrícia Vieira Spada, autora de um trabalho de mestrado a respeito da substituição, feita pela mãe, do afeto pela comida.

O excesso de peso por si só é uma doença e provoca uma série de outros problemas de saúde. Quem está acima do peso, independentemente da idade, terá problemas ortopédicos, respiratórios, cardíacos e gastrointestinais. Derrames, enfartes e problemas no colesterol estão se manifestando em pessoas cada vez mais jovens. E doenças crônicas como a diabete 2 e a hipertensão já estão afetando adolescentes e crianças.

Os pais normalmente demoram a perceber que o filho está fora do peso ideal. Isso geralmente ocorre quando a criança começa a ganhar apelidos desagradáveis na escola – além da saúde física, a obesidade pode deixar seqüelas psicológicas.

Muitos pais acreditam que o filho vai emagrecer quando chegar à pré-adolescência e ganhar altura. “A obesidade não é um problema que se resolve sozinho”, explica o pediatra Lopez, professor da Unifesp. “Sabemos hoje que o jovem que chega à puberdade obeso tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”, acrescenta o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, professor da Unifesp e da Universidade São Marcos.

Assim como podem ser culpados pela obesidade dos filhos, os pais e as mães também têm um papel importante no tratamento para perder peso. De acordo com especialistas, é impossível que a criança comece a comer melhor e deixe de ser sedentária se toda a família também não mudar seus hábitos. Ela não vai se sentir motivada a tomar suco no almoço se todos os demais à mesa estiverem tomando refrigerante, por exemplo. Fisberg lembra que prevenir é mais fácil que tratar. “Pequenas mudanças de hábitos são sempre mais fácies que grandes mudanças. Quanto mais grave a situação, mais difícil é o tratamento.”

Fonte: [url=http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/saude/2454001-2454500/2454215/2454215_1.xml]http://ultimosegundo.ig.com.br[/url]

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