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O processo de Adoção no Ciclo Vital

O presente artigo de revisão teórica enfoca o tema adoção. Observa-se que em nosso contexto sociocultural permanece uma concepção preconceituosa em relação a este tema, comumente visto como um acontecimento que envolve abandono, segredos, omissões, tabus e mentiras. Ainda hoje, percebe-se que existe certa discriminação por essas crianças e seus pais adotivos que despertam sentimentos de admiração, rejeição e compaixão.

Esse assunto é muito relevante e polêmico por abordar vários aspectos do desenvolvimento humano, tais como maternidade, paternidade, filhos, além de questões referentes aos aspectos conceituais, legais e psicológicos. Portanto, procurar-se-á analisar as relações familiares envolvidas no processo da adoção visando uma maior compreensão acerca do assunto.

Revisão Teórica

“O afeto não é maior ou menor pelo fato de o filho ser biológico ou adotado. O amor ao filho independe da sua origem; é conseqüência de uma disposição interna que não leva em conta,necessariamente, características objetivas de quem se ama” (Filho, 1998,p.69).

1 Maternidade e Paternidade como Experiência do Desenvolvimento

O primeiro bebê marca uma importante transição nas vidas dos pais. Essa nova pessoa totalmente dependente muda os indivíduos e relacionamentos. Quer a criança seja filho biológico ou adotado, e quer os pais sejam casados ou não, ter um filho pode ser uma experiência de desenvolvimento. À medida que as crianças se desenvolvem, os pais também o fazem (Papalia & Olds, 2000).

Segundo o mesmo autor, tanto as mulheres quanto os homens muitas vezes sentem-se ambivalentes em relação a tornar-se pais. Juntamente com a excitação, eles podem sentir a ansiedade sobre a responsabilidade de cuidar de uma criança e o comprometimento de tempo e de energia que isso implica. Entre os casais que não têm filhos, os maridos dão maior importância e são mais inclinados a ter filho do que as esposas, mas depois que as crianças chegam os pais gostam menos de cuidar delas do que as mães. Embora os pais geralmente acreditem que devem se envolver nas vidas das crianças, a maioria não tem quase o mesmo envolvimento que as mães.

Conforme Pittmann (1994), a paternidade é bem melhor quando ambos os pais trabalham juntos, mas geralmente isto não acontece. Mais provavelmente um deles vai apreciar a paternidade e centrar sua vida nela – na maioria das vezes a mulher – enquanto o outro tenderá escapar, competindo com a criança e se sentindo abandonado.

Para Zimerman (1999), uma adequada maternagem alude ao fato de que a mãe não frustra, nem gratifica de forma excessiva, e que possibilita um sadio crescimento do seu filho. Essa condição de maternagem requer uma série de atributos e funções da mãe, que devem preencher satisfatoriamente as seguintes condições: ser provedora das necessidades básicas do filho, possibilitar uma simbiose adequada, compreender e decodificar a arcaica linguagem corporal do bebê, frustrar adequadamente (presença e ausência da mãe), conter as cargas de identificações projetivas, intuir o que está se passando com o filho, estar disponível para acolher o conteúdo das necessidades e angústias da criança, reconhecer as capacidades do seu filho, servir como um modelo de identificação, favorecer a formação no psiquismo da criança de representações valorizadas e admiradas e facilitar uma lenta e gradual dessimbiotização e, assim, abrir caminho para a entrada em cena de um pai, respeitado e valorizado.

Para Bee (1997), o papel de pai traz uma grande satisfação, um senso maior de propósito e autovalia e uma sensação de amadurecimento, bem como uma sensação de alegria que é compartilhada entre o marido e a mulher.

Em um estudo realizado por Hoffman (apud Bee, 1997), 80% dos pais relataram que suas vidas haviam mudado para melhor com a chegada dos filhos. Entretanto, também é verdade que o nascimento do primeiro filho sinaliza uma série de modificações na vida dos adultos, principalmente em relação aos papéis sexuais e nas relações conjugais, sendo que nem todas essas mudanças são fáceis.

Para Costa (1992), a criança necessita do pai para prosseguir em seu desenvolvimento emocional, evitando o prolongamento excessivo da dependência materna e iniciando um processo de conhecimento acerca de um mundo diferente da mãe. O autor coloca as seguintes funções no caso do pai: proteger a mãe durante a gestação e amamentação, ajudar na separação filho-mãe (para não permanecer na simbiose), dar sentido da realidade, permitir que a criança perceba as diferenças entre as figuras parentais assim como facilitar a identificação sexual definida. Ainda salienta a importância da criança sentir o bom vínculo entre os pais, pois a idéia dos pais unidos e, ao mesmo tempo diferenciados, é indispensável para que ela possa integrar os aspectos de sua bissexualidade inata e estabelecer sua identidade.

2 Adoção

2.1 Aspectos conceituais
A adoção é definida como um processo pelo qual uma criança é levada para dentro de uma família por um ou mais adultos que não são seus pais biológicos, mas são reconhecidos pela lei como seus pais (Kaplan, 2003).

No Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA (1990), a adoção está disposta nos artigos 39 a 52, sendo esta uma forma de colocação em família substituta que confere a condição de filho a criança ou o adolescente.

Do ponto de vista de Ribeiro (2002), o processo de adoção pode envolver situações muito dolorosas, tanto para as crianças, quanto para os pais. Este processo pode ser traumático, mas uma boa relação dos filhos com seus pais adotivos, onde a criança se sinta amada e compreendida pode minimizar este sofrimento.

Percebe-se que existem concepções distorcidas em relação à adoção, comumente considerada um acontecimento que envolve segredos, omissões e mentiras. Frente a tal realidade, o autor assinala que no Brasil, o principal desafio consiste em apoiar todas as iniciativas que permitam compreender que a adoção deva ser vivida fundamentalmente para a criança, cabendo aos adotantes o gesto maduro do amor incondicional, apoiados por movimentos sociais competentes em todas as fases da integração familiar adotiva (Freire, 1991).

Steinhauer (1992) acrescenta existir uma concordância geral que o sucesso ou fracasso na adoção depende das características dos pais adotivos, daquelas da criança e da capacidade de cada um satisfazer as necessidades do outro, aceitando as limitações.

Conforme Papalia e Olds (2000), não apenas as pessoas casadas, mas também pessoas solteiras, idosas ou casais de homossexuais têm se tornado pais adotivos. Mas ainda existem preconceitos e idéias errôneas sobre a adoção. Uma crença seriamente errônea é a de que as crianças adotadas são destinadas a ter problemas porque foram privadas de seus pais biológicos. Um estudo com 715 famílias com adolescentes que tinham sido adotados quando bebês constataram que quase três a cada quatro delas achava que a adoção desempenha um papel pouco importante na sua identidade.

A adoção no nosso país é ainda usualmente vista como um recurso para a infertilidade, constituindo uma das causas para a procura maciça de bebês. Somente crianças de até três anos de idade conseguem ser adotadas em famílias brasileiras.

Adotar uma criança realmente envolve riscos e desafios. Além das questões usuais de paternidade e maternidade, os pais adotivos precisam lidar com a aceitação de sua esterilidade (caso sejam por isso que tenham adotado), a necessidade de explicar a adoção para a criança, e o possível desconforto em torno do interesse da criança pelos pais biológicos.

2.2 Aspectos Jurídico-Legais

A Lei Federal n° 8.069 de 13 de julho de 1990 que compõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelece o conceito de adoção apenas em caráter pleno, incontrastável e imutável para menores de 18 anos ou maiores, caso ocorra convivência iniciada antes do adotando chegar à maioridade (Campos, 2004; Costa, 1992).

Os mesmos autores explicitam que, de acordo com o ECA (1990), o(s) adotante(s) devem ter mais de 21 anos e serem pelo menos 16 anos mais velhos do que o(s) adotando(s), independentemente do seu estado civil. Porém, com a promulgação do Novo Código Civil, Lei n° 10406, sancionada em 2002 e vigente a partir de janeiro de 2003, a menoridade cessa aos 18 anos, reduzindo a idade mínima para os adotantes, uma vez que essa idade habilita a pessoa a todos os atos da vida civil, mantendo-se a diferença mínima entre adotante e adotando de 16 anos. Esta nova lei estabelece ainda que ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se estes forem casados, ou estiverem mantendo uma relação estável. Pelo menos uma dessas duas pessoas (adotantes) deve ser maior de 18 anos desde que comprove estabilidade da família. A adoção é irrevogável e dá ao adotado os mesmos direitos sucessórios de um filho natural.

A adoção cria um laço de parentesco civil entre as partes, mas esse laço não é extensivo às respectivas famílias – o adotado não se torna parente dos parentes do adotante, e vice-versa. Os vínculos jurídicos entre o adotado e seus pais de sangue não se extinguem, exceção feita ao poder pátrio – direito de educar o filho, representá-lo até os dezesseis anos nos atos civil, etc. – que passa para o adotante.
O adotado só será herdeiro do adotante se este não tiver filhos por ocasião da adoção. Se o adotante tiver filhos depois da adoção, o adotado herdará a metade do legado dos filhos de sangue (Weber, 2005).

Inevitavelmente, neste processo, não são apenas as crianças que tem sentimentos de ansiedade e temor despertados. Em uma pesquisa realizada em uma Vara da Infância e da Juventude da cidade de Porto Alegre – RS, evidenciou-se a gama de pessoas que estão envolvidas e são acometidas por estes sentimentos, como psicólogos, assistentes sociais, profissionais da área jurídica, entre outros (Campos & Costa, 2004).

Nesta mesma pesquisa, as autoras apontam para a importância dos fatores psicossociais que podem influenciar nos trâmites e nas avaliações do processo adotivo, como história pessoal do profissional supervisor, da criança e do adotante.

2.3 Aspectos Psicológicos

A idade mais conveniente para adoção, apontada pela maioria dos autores, é a mais precoce possível, até os 2 meses de vida, de acordo com o que postula Bowlby (2002) de preferência antes da fase em que o objeto materno começa a ser reconhecido na sua individualidade e como diferente das outras pessoas que se aproximam do bebê. Esta indicação deve-se ao fato das crianças serem especialmente sensíveis a rupturas precoces nas relações já estabelecidas.

Reduzindo o período de tempo anterior à adoção diminuem-se, em princípio, as possibilidades da exist6encia de traumatismos que possam repercutir na sua evolução. E sabe-se como serão importantes para o futuro os primeiros anos de vida. Da parte dos pais, adotar uma criança em seus primeiros dias ou meses, facilita o desenvolvimento do sentimento de verem como sua esta criança (Diniz, 1989).

A paternidade adotiva é distinta da paternidade biológica e requer compreensão e aceitação das diferenças. Os pais adotivos, por suas necessidades, ao oferecerem solução a um difícil problema dos pais biológicos, dando uma família real à criança, estão se envolvendo em uma série de questões específicas. Os vários autores apontam a busca de sua verdadeira identidade pelo adotado, o segredo e a revelação da adoção, a presença de dois pares de pais, entre outros, como fatores universalmente presentes no funcionamento da família adotante (Diniz, 1989).

Vários estudos demonstram que, de maneira geral, a visão de família apresentada por crianças institucionalizadas, através da brincadeira de faz-de-conta, segue o modelo de família conhecido pelas crianças no decorrer de suas vidas. Elas iniciam a brincadeira construindo a família de uma forma muito semelhante à que todos têm, ou seja, a concepção nuclear.

2.4 Tipos de adoção

Existem vários tipos de adoções: uma criança pode ser abandonada pelos pais biológicos no nascimento ou poucas semanas após este, ser adotada; a criança pode passar meses anos em instituições, antes da adoção; um padrasto ou madrasta podem adotar a criança, após a morte de um dos genitores; em algumas adoções, os pais biológicos eram casados, mas em outras não; existem adoções étnicas mistas, nas quais um genitor de determinado grupo étnico adota uma criança de outro grupo; em circunstâncias fora do comum um adulto pode ser adotado; recentemente solteiros de ambos os sexos tem adotado crianças (Glenn, 1996).

2.5 Casais Adotantes

A necessidade de ser pai ou ser mãe encontra-se além da capacidade física de um homem e de uma mulher gerarem uma criança, pois esta necessidade não é apenas biológica, mas também psicológica. Os desejos de gerar um filho tem suas raízes na biologia, num processo de identificação com os pais e a transitoriedade de vida. Os casais que não têm filhos podem apresentar limitadas expectativas em relação ao futuro. Os filhos ajudam a elaboração do luto relativo à própria morte. A falta de um filho faz com que vivam a solidão e pode ser vislumbrado um ponto final em suas vidas. Esta situação pode determinar um quadro típico de depressão, no qual procuram atenuar através da adoção de um filho que será uma forma de resgatar a fantasia e o sentimento de continuar vivendo (Costa, 1992).

2.6 Decisões e motivações para adoção

A decisão de adotar um filho constitui-se numa defesa contra a ferida narcísica de não poder gerar um filho. O indivíduo sente-se criticado com a impossibilidade de gerar um filho e rejeitado pelo ideal de ego (pais internalizados) e procura resgatar a perfeição ferida sob forma de um novo ideal do ego que vai ser o filho adotado (Costa, 1992).

As histórias de adoções estão repletas de ingredientes comuns e via de regra referem-se a abandonos, rejeições, expectativas e idealizações, esterilidades, rompimentos, uniões, negações e salvamentos de vidas ou casamentos (Souza, 1994).

O cônjuge estéril, na maioria das vezes, é que propõe a adoção. Momento, no qual, o cônjuge fértil exterioriza proteção e amor em relação ao cônjuge estéril. A motivação inconsciente de uma adoção pode ser uma situação de luto não elaborada, então o papel reservado à criança adotada será o de substituir alguém que foi perdido, às vezes um dos pais do casal, um filho, ou um aborto (Costa, 1992).

A necessidade de adotar, às vezes pode estar associada à auto-imagem de fracasso pessoal. A idéia de ser um fracasso como pai ou mãe, simboliza ter filhos com problemas, podem achar enxertados com sua auto-imagem de ser um fracasso biologicamente também (Glenn, 1996).

No que se refere às motivações dos pais adotivos, constatou-se numa pesquisa que a maioria tinha um interesse pessoal e primordial: satisfazer o desejo de ser pai/mãe. Outras motivações evidenciaram a necessidade de preencher a solidão, proporcionar companhia a um filho único; escolher o sexo do seu próximo filho; substituir um filho natural falecido, entre outros. No entanto, é importante ressaltar que, apesar dessas motivações “menos nobres” do que visar o interesse do adotado, não houve prejuízos evidentes no que se refere ao relacionamento de pais e filhos adotivos. Este dado traz uma nova luz sobre as chamadas “motivações inadequadas” e suas conseqüências para a futura relação. Levanta-se a hipótese de que, após a adoção, o vínculo afetivo, que é construído entre pais-filhos adotivos, poderá ser tão forte a ponto de neutralizar o suposto efeito dessas motivações, tidas como “inadequadas”. Parece que o amor que permeia as relações pode explicar essas aparentes contradições, como sabiamente já disse Pascal, em sua mais famosa premissa: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Fica muito claro, portanto, que não existe uma determinação absoluta entre uma motivação “imprópria” para a adoção e o fracasso do relacionamento. Este dado mostra claramente a viabilidade de trabalhar tais adoções mesmo a posteriori, e garantir pleno desenvolvimento afetivo entre as pessoas envolvidas (Weber, 2005).

2.7 Escolha do sexo da criança

Quanto à escolha do sexo da criança que será adotada, Freire (1991) verificou que ela é deita, em geral, ao mesmo tempo que amadurece a idéia de adotar. Constatou que as meninas são, freqüentemente, mais adotadas do que os meninos e que raramente não é feita à escolha de sexo. Quando isto ocorre, identificou haver um desejo do casal de estar o mais próximo possível da filiação natural. Recebem a criança sem discutir o gênero, porém, pode manter-se latente a preferência por um sexo ou por outro.

Giberti (1992), afirma que adotar um menino é diferente de adotar uma menina. O contato dos pais adotivo com o tamanho e a cor dos genitais de seus filhos desencadeia comentários que refletem a comparação que fazem entre a percepção de suas próprias anatomias e as das crianças. Procuram semelhanças e diferenças, numa busca inquietante que representa a sexualidade que evoca, imaginariamente, a mãe de origem, aquela que teve a capacidade de gerar e parir. Talvez esta observação fantasiosa vincule-se com a suposta sexualidade conflituada dos pais biológicos de seus filhos e com a inveja despertada por suas capacidades procriativas.

2.8 Medos na Adoção

Existe um sentimento de inveja relacionadas com as capacidades procriativas dos pais que se torna uma fonte de conflito nos casais estéreis. Para lidar com esse sentimento é bom diminuir a importância da maternidade e adotar um filho, que neste caso tem o significado de “roubar um filho dos pais”. O temor é que a mãe verdadeira da criança é efetuar uma substituição completa da família natural pela adotiva queira tomá-la de volta (Costa, 1992).

Ambos os pais não gostam de ser lembrados de sua história procriativa, por causa do afeto de vergonha que lhe é associado. Um medo dominante nos pais adotivos é perderem o amor da criança ou até mesmo o próprio relacionamento. A preocupação básica da criança adotada é perder a sua mãe adotiva (Glenn, 1996).

Segundo este mesmo autor, quando estão tendo problemas com a criança, os pais adotivos não mencionam o fato da adoção em consultas a respeito desses problemas. Quando o fato é revelado, com freqüência se faz acompanhar pelas palavras “mas isto não tem influência sobre o problema”. Eles precisam negar a adoção a todas as circunstâncias que a rodeiam, muitas vezes por medo, mas criança adotada ou não poderá ter problemas, sim. E naturalmente, muitos pais adotivos estão cientes disso e não as escondem do consultor.

2.9 Revelação da adoção

O silêncio, sob a capa da preservação, deixa um halo de vulnerabilidade que propicia insegurança, desconfiança e desilusão. Nas relações interpessoais, não temos o direito de silenciar sobre as coisas que dizem respeito à vida das pessoas com quem nos envolvemos (Filho, 1994).

Através da adoção, o casal pode realizar na vida adulta o anseio da maternidade e paternidade. Entretanto, esta decisão vai mobilizar muitos conflitos, pois o casal estéril registra um recém-nascido em seu nome, atribuindo a si a maternidade e a paternidade e, estabelece o pacto de “preservar” a criança do conhecimento de sua condição de adotado, ou aguarda um momento adequado para revelar a verdade de sua origem (Costa,1992).

A maioria das crianças adotivas tomam conhecimento do fato da adoção entre os 2 e 4 anos, para evitar a possibilidade de ficarem sabendo de sua situação por fontes externas à família, o que poderia deixá-las com sentimento de ter sido traídas pelos pais adotivos e abandonadas pelos pais biológicos (Kaplan, 2003).
O conhecimento e revelação da situação de adotados em si é um processo traumático, pois embora a adoção tenha a intenção de curar a ferida biológica existente na vida de cada membro da família adotiva, introduz, simultaneamente, uma realidade especial que necessita ser enfrentada. O assunto adoção e os eventos que o envolvem despertam emoções poderosas e defesas inconscientes, associadas a fantasias de perda. A atitude da criança de rejeitar serve de defesa contra o anseio de ser amado e amar (Glenn, 1996).

A difícil opção de silenciar, guardando para si segredos que acabam sendo camuflados por piedosas inverdades, pode estar calcada em conflitos não resolvidos do casal. Constrói-se, por vezes, um constante clima de sobressalto ligado ao temor de que alguma pessoa revele a verdade, porém, se eventualmente a criança captar, pela intuição, o não dito, ficará confusa se os pais quiserem convencê-la do contrário. Ou percebendo que determinados conhecimentos são proibidos, poderá reprimi-los ou, ainda, esconder dos pais informações obtidas indiscretamente por outros, ampliando assim, de ambos os lados, áreas mudas e censuradas de diálogo. Por essas razões, entre outras, muitos estudiosos têm salientado a importância da revelação da adoção para o desenvolvimento sadio da criança e para o incremento dos sentimentos de confiança e valorização entre pais e filhos.

Estudiosos do assunto afirmam que os pais que discutem abertamente com seus filhos, que compartilhem informações sobre suas origens e, até mesmo, os ajudam, ativamente, na busca por seus pais naturais, criam adultos mais seguros de si e com um self mais firme e definido. Isso, também, proporcionara à família adotiva um relacionamento mais maduro ela se tornando, assim, mais unida.

Um outro aspecto que, segundo Costa (1992) freqüentemente inquieta os pais é a questão da época em que tal revelação deve ser efetivada. Observa o autor que igual preocupação também tem demonstrado muitos profissionais dedicados ao assunto. A maioria toma como referência à eclosão do conflito edípico, por volta dos 4 ou 5 anos de idade, preferindo alguns a fase pré-edípica e outros a pós-edípica. Entretanto, na opinião do autor, não existe um momento definido para este esclarecimento, assim como inexiste um momento para informar um filho de sua legitimidade, porque ele poderá ter dúvidas a este respeito. A indecisão desaparece se os pais adotivos aceitam a verdade de que não são os pais biológicos, o problema crucial a ser enfrentado não é a época da revelação, mas a injúria narcísica que ela representa àqueles indivíduos que sentem dificuldades em aceitar sua infertilidade ou a do cônjuge.
A verdade só existe verdadeiramente quando a atualizamos, a incorporamos ao acervo das nossas convicções e de nossas vivências. É a partir dessa maneira de aceitar e de viver a verdade que se estabelece à conduta dos pais adotivos de reconhecê-la não só como um direito do filho, como também uma necessidade para se conquistar a saúde mental e psicológica (Filho, 1994).

2.10 Relacionamento dos pais adotivos
É comum do cônjuge deprimido decidir-se pela adoção e, o outro Poe culpa, pena concordar e, por algum tempo o casal poderá passar a viver uma situação de conflito devido a mudanças estruturais pelo ingresso do adotado no relacionamento conjugal. Pode ocorrer um risco de que um dos cônjuges para se defender da depressão se vincular ao adotado, de maneira que o outro sinta-se desprezado, arrependa-se da adoção e passe a rechaçar a criança, criando um círculo vicioso, difícil de ser quebrado, resultando, não raro em separação do casal (Costa, 1992).

Para pensar em adotar um filho, é preciso que se tenha instalado entre os membros que formam o casal uma relação de afeto que possibilite vivenciar em conjunto a experiência da adoção como um sólido projeto de vida. É preciso que estejam se amando, para que possam amar junto o filho esperado (Filho, 1998).

2.12 Expectativas

Geralmente, os pais adotivos investem no bebê que irá chegar uma fantasia grandiosa de ser gênio para recuperar o amor supostamente perdido por algo (Costa, 1992).

Muitas vezes, os adultos fazem das crianças o repositório de sua imaginação e expectativas, não se dando conta das conseqüências futuras de suas fantasias. Os filhos carregam sobre si o peso das esperanças dos pais para depois, muitas vezes, arrastarem, também, o fardo das suas frustrações (Filho, 1998b).

2.13 A Criança Adotada

Todos os filhos são biológicos e todos os filhos são adotivos. Biológicos, porque essa é a única maneira de existirmos concreta e objetivamente; adotivos, porque é a única forma de sermos verdadeiramente filhos (Filho, 1998).

As crianças adotadas sofrem dos mesmos conflitos, crises e distúrbios que afetam as crianças consangüíneas. A experiência de ser uma criança adotada faz vir à tona reações defensivas adaptativas. Todas as tensões e conflitos dos pais adotantes – suas personalidades, razões especiais à esterilidade, motivos para a adoção e expectativas quanto a esta, a expressarem-se de modo verbal ou não-verbal, influenciam a criança (Glenn, 1996).

Os filhos adotivos, também pela pressão social preconceituosa e aderindo ao modelo transmitido por seus pais, relatam que não têm curiosidade nem interesse em saber sua própria história, ou de seus pais biológicos. Na verdade, existe um acordo tácito e velado de não se falar a respeito da adoção: os pais procuram encobrir sua esterilidade, o medo fantasioso de que o filho volte para sua família de origem e a impossibilidade de ter um filho do “seu próprio sangue”; os filhos não falam a respeito para não magoar seus pais e para encobrir sua própria mágoa de ter sido rejeitado por sua família de origem e assim perdem um pedaço de sua identidade. Um outro ilustre personagem das histórias infantis, Super-homem, tornou-se “super” exatamente quando soube com detalhes a sua origem; uma interpretação livre sobre o fato é que o abandono das dúvidas e fantasias sobre sua família biológica criou condições para o fortalecimento e construção de sua personalidade e identidade (Weber, 2005).

Para amar o filho, não é preciso conhecê-lo, no sentido de esquadrinhar sua personalidade ou mapear seu caráter. Amamos, porque estabeleceu-se desde o início o desejo e a disponibilidade de tê-lo (não importa a forma) e quere-lo incondicionalmente (Filho, 1998).

O assunto da adoção despertam emoções poderosas e defesas inconscientes associadas à fantasia de abandono. Os terapeutas não são imunes a esta reação e podem insistir em que as reações desenvolvimentais da criança adotadas são ocasionadas por outros traumas que não o conhecimento de que são adotadas. As crianças adotadas possuem outros problemas e, atitude a respeito de seu status adotivo podem mesmo representar uma defesa, outra uma ansiedade provida de outras fontes (Glenn, 1996).

Muitas vezes, os adultos fazem das crianças o repositório de sua imaginação e expectativas, não se dando conta das conseqüências futuras de suas fantasias. Os filhos carregam sobre si o peso das esperanças dos pais para depois, muitas vezes, arrastarem, também, o fardo das suas frustrações (Filho, 1998).

Foi feita uma pesquisa que revelou sobre as relações entre filhos e pais adotivos são plenamente satisfatórias, pois a maioria deles não teve dificuldades na educação e no relacionamento afetivo com a criança, diz ser estar em relação a seu filho e à adoção realizada e aconselha outras pessoas a adotar. As dificuldades encontradas por alguns pais adotivos no relacionamento com seu filho foram, geralmente, provenientes de revelações tardias de sua condição de adotivo ou feitas de maneira não adequada por terceiros e não pelos próprios pais. Alguns comportamentos apresentados como negativos nos relacionamentos de pais e filhos adotivos estão presentes, da mesma forma, nos relacionamentos de pais e filhos biológicos, tais como desobediência, rebeldia, maus hábitos… Existe alguma relação perfeita? E o que seria uma relação perfeita? Na verdade, todos têm seus problemas, e o mais importante não é não ter problemas, mas saber como lidar com eles, pois como disse Guimarães Rosa, “viver é muito perigoso” (Weber, 2005).

2.14 Como viver uma adoção

A adoção transcende a natureza. É um requinte da evolução do ser humano, quando acolhe o diferente do seu próprio gene e ama por amar, e não por obrigação biológica (Jaime, 2000).

Para se viver uma adoção, segundo Jaime (2000) é preciso:

* Ter consciência de que para o Judiciário o processo de adoção acabou com a sentença, mas na sua vida ele apenas começou. Saber que, quando estamos
“grávidos” dos nossos filhos adotivos, fazemos a fantasia de como ele será, tanto quanto na gravidez biológica. A espera do filho adotivo nos dá maiores possibilidades e depois que ele vem, às vezes não corresponde a nossa fantasia, mas mesmo assim será nosso filho.

* Saber que a criança que você chamará de filho e que o chamará de pai ou mãe precisa sentir realmente que você é seu pai ou mãe. Ela fará todo o caminho do nascimento para chegar até você. Será o renascimento.

* Dar segurança para que ela possa se expressar e construir junto com você o melhor dos vínculos.

* Saber que mesmo que ela venha para sua casa com dias de vida, a vida dela não começou naquele dia. Ela traz uma história consigo.

* Respeitar essa história e saber dizer que ela foi muito querida para estar aí com você.

* Tratar o assunto da adoção com naturalidade e sempre dar espaço para que ele venha à tona. Faz parte da vida dela e da sua a dor do abandono e a alegria do encontro de vocês.

* Sempre procurar ajuda quando sentir dificuldade e não deixar o acaso tratar de um assunto tão importante em sua vida e na dela.

* Quando estiver na adolescência ou até mais tarde e ela apresentar desejo de procurar sua família de origem, não temer a perda do afeto. Ela tem necessidade de saber de suas raízes para poder se fortalecer como adulto. Essa busca em sua maioria é simbólica e não traduz insatisfação com sua família adotiva.

* Entender o seu filho que levou alguns anos para encontrar você. Se ele apresentar comportamentos regressivos, não achar que é provocação ou má índole. É o renascimento que ele está tentando fazer para se reestruturar.

* Saber que as semelhanças irão aparecer, as diferenças também, e mesmo assim ele será seu filho.

* O amor supera muitos obstáculos. Porém se esse amor vier carregado de conhecimento da dinâmica da família adotiva, você terá mais chances de conseguir a verdadeira maternidade ou paternidade, e o seu filho o reconhecerá.

Esses passos já foram dados por muitas famílias adotivas. Um grupo de pais que se reúne para contar os seus acertos e erros com seus filhos ajudando a nos tornar mais lúcidos e confiantes nessa maneira de se ter filhos que é a adoção (Jaime, 2000).

2.15 Sucesso na adoção

Em geral, relacionamentos em geral são processos delicados e repletos de pequenos entraves – relacionamentos entre pais e filhos tanto adotivos, quanto biológicos não fogem desta regra. No entanto, parece que os casos em que houve dificuldades na adoção é que são generalizados, devido às informações sobre o assunto virem da mídia e do “boca-a-boca”, por falta de estudos sistemáticos a respeito e até pela generalização de casos clínicos dramáticos que colocam a perda inicial dos pais biológicos como irreparável e determinante de todos os problemas. Forma-se desta maneira uma representação social limitada e errônea sobre a associação genérica entre adoção e fracasso (Weber, 2005).

As maiores possibilidades de sucesso na adoção encontram-se em casais em que a adoção resulta da plena aceitação da realidade, tanto sua quanto da criança. A adoção que com freqüência é melhor sucedida na prática, é aquela que embora o casal tendo filhos, resolvem adotar uma criança, geralmente movidos pelo desejo de proporcionar a um pequeno desamparo pela sorte a felicidade que já desfrutam. Se torna melhor sucedida pelo fato de a realidade não dar margens a falsificações (Costa, 1992).

O amor é a parte fundamental do ato, sem dúvida. Chamando atenção, que mais fundamental ainda que o amor e as boas intenções é a negação dos processos inconscientes adotantes. Podendo ter a esperança de transformar amor e boa intenção em um ato saudável, protetor e genuinamente amoroso (Costa, 1994).

Considerações Finas

Adotar uma criança é um ato de amor e uma forma de filiação. É um processo que vai além das questões biológicas em busca da realização do sonho de ser mãe e pai. A chegada de um novo indivíduo numa família implica num amadurecimento por parte dos pais, os quais deverão dar atenção, carinho e muito amor para auxiliar na identidade e crescimento da criança. Desta forma, os pais passam a rever diversas questões a respeito de suas experiências passadas, presentes e das que possivelmente virão.

É preciso, simultaneamente a um trabalho de conscientização sobre a importância da adoção, um esforço para desmistificar a associação genérica e errônea entre adoção e fracasso. As dificuldades que ocorrem são muito semelhantes com aquelas que aparecem em famílias biológicas. E de qualquer forma, mesmo a vivência de tais dificuldades e preconceitos é muito menos dolorosa do que a solidão, o vazio, a falta de identidade, a ausência de vínculos e o desamparo de uma criança abandonada.

O processo de adoção é permeado por muitas emoções, tais como, medo, ansiedade constrangimento, dúvidas e incertezas, sendo que estes sentimentos podem ser conscientes ou não por todos os participantes deste processo.

AUTORES:

Roberta Fernandes Lopes do Nascimento
Irani Iracema de Lima Argimon
Regina Maria Fernandes Lopes
Guilherme Welter Wendt
Roberta Stahler da Silva

Roberta Fernandes Lopes do Nascimento
Psicóloga, Mestranda em Psicologia Clínica no Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção Psicológica no Ciclo Vital PUCRS, Perita Examinadora do Trânsito e Consultora Organizacional.
Av. Assis Brasil, 3532 sala 513/515 – Jardim Lindóia – Porto Alegre/RS –
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Irani Iracema de Lima Argimon
Psicóloga, Doutora em Psicologia e Professora da Graduação e Programa em Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS.
Avenida Ipiranga, 6681 – Partenon – Porto Alegre/RS – CEP: 90619-900
Fone: (51) 3320.3500 ramal 7739
E-mail: [email protected]

Regina Maria Fernandes Lopes
Psicóloga, Especialista em Avaliação Psicológica pela UFRGS e Colaboradora do Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção Psicológica no Ciclo Vital PUCRS
Av. Assis Brasil, 3532 sala 513/515 – Jardim Lindóia – Porto Alegre/RS –
CEP: 91010-003
Fone: 51-3350. 5033 ou 51-3350.5042
E-mail: [email protected]

Guilherme Welter Wendt
Graduando em Psicologia pela PUCRS. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq do Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção Psicológica no Ciclo Vital.
Avenida Ipiranga, 6681 – Partenon – Porto Alegre/RS – CEP: 90619-900
Fone: (51) 3320.3500 ramal 7739
E-mail: [email protected]

Roberta Stahler da Silva
Graduanda em Psicologia pela PUCRS. Bolsista de Iniciação Científica BPA/PUCRS do Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção Psicológica no Ciclo Vital.
Avenida Ipiranga, 6681 – Partenon – Porto Alegre/RS – CEP: 90619-900
Fone: (51) 3320.3500 ramal 7739
E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

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