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Gravidez após os 40 anos necessita de cuidado especial

Pesquisa da FMUSP com 281 gestantes, com idades entre 40 e 48 anos, detectou incidência de 19,2% de diabetes e 14,6% de hipertensão gestacionais. O pré-natal específico é necessário para detectar problemas e indicar o tratamento adequado.
Pesquisa da FMUSP com 281 gestantes, com idades entre 40 e 48 anos, detectou incidência de 19,2% de diabetes e 14,6% de hipertensão gestacionais. O pré-natal específico é necessário para detectar problemas e indicar o tratamento adequado.
Fatores de risco e problemas como hipertensão e diabetes gestacionais reforçam a necessidade de assistência pré-natal específica em casos de gravidez tardia. A médica Tânia Regina Schupp avaliou o resultado da gestação de 281 mulheres, entre 40 e 48 anos, atendidas na Faculdade de Medicina (FM) da USP, e identificou além da diabetes e da hipertensão, taxas de aborto espontâneo e óbito fetal maiores do que nas gestações em geral. “O pré-natal específico é imprescindível, pois possibilita a detecção das complicações maternas e a instituição precoce de tratamentos”, explica Tânia.

O estudo fez parte da tese de doutorado de Tânia, defendida recentemente na FM. Todas as gestantes foram acompanhadas pela médica no Ambulatório de Idade Materna Avançada da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas (HC) da USP. Foi observado, com relação aos fatores de risco, que as mulheres com doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), ocorrida em 14,6% das gestantes acompanhadas, tiveram maior risco em ter fetos de baixo peso. “Porém, história prévia de hipertensão não foi fator de risco para DHEG. Além disso, gestantes com DHEG ou diabetes gestacional não apresentaram risco maior para parto prematuro”, conta a médica.

A obesidade foi observada como um fator de risco para a diabete gestacional. Mulheres sem companheiros e em sua primeira gestação tiveram maior incidência de malformações e baixos índices de Apgar (nota que se dá ao recém-nascido no 1º e 5º minutos de vida). “Gestantes com idade muito avançada (maior ou igual a 45 anos) apresentaram incidência maior de óbito fetal e um índice de Apgar baixo”, conta Tânia.

Entre as grávidas acompanhadas pela médica, 9% tinham mais de 45 anos e 91% entre 40 e 45 anos. Em relação aos antecedentes obstétricos, 12,1% estavam em sua primeira gravidez, enquanto 87,9% já haviam tido entre duas e doze gestações. A via de parto mais freqüente, em 64,2% das gestantes, foi a cesárea, com 28,9% de partos normais e 6,9% por meio de forceps. Partos entre a 37ª e a 40ª semana, tempo considerado normal, ocorreram em 83,1% das grávidas. Em 16,5% a gestação terminou antes da 37ª semana, e apenas 0,4% teve a gestação além da 40ª semana.

No Brasil, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, houve aumento na proporção de nascimentos em mães com 40 anos ou mais nos últimos anos. Passou de 1,75%, entre os nascidos vivos, em 1996 para 1,95% em 2002.

Somente no Estado de São Paulo, no mesmo período, o aumento foi de 1,67% para 2,03%. Em países desenvolvidos, o fenômeno é semelhante. No Canadá, por exemplo, a taxa de gestantes com 40 anos ou mais aumentou de 0,6%, em 1982, para 2,6%, em 2002.

Segundo Tânia, a mulher que atualmente opta por engravidar após os 40 anos necessita conhecer plenamente os fatores associados ao maior risco para a mãe e a criança. “Deste modo, ela pode buscar assistência médica adequada e especializada, se necessário, e também planejar o nascimento”, explica. “Existe ainda uma controvérsia quanto aos reais riscos materno-fetais dessas gestações, mas a maioria dos autores concorda que se trata de gestação de risco, necessitando de cuidados pré-natais específicos”, afirma a obstetra.

Fonte: [url=http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/134.htm]http://www.usp.br[/url]

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