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Novo tratamento poderá impedir transmissão do HIV após nascimento

Uma nova forma de impedir a transmissão do vírus HIV para bebês cujas mães não receberam o tratamento desde o início da gravidez está sendo testada em um estudo internacional com participação de oito instituições brasileiras. O tratamento consiste na administração de drogas anti-retrovirais logo após o nascimento da criança, já no primeiro dia de vida, e se estende por no máximo seis semanas. Com o novo método, os pesquisadores esperam diminuir a taxa de transmissão do vírus, que é de 20% a 30% quando nenhuma medida profilática é tomada.
Uma nova forma de impedir a transmissão do vírus HIV para bebês cujas mães não receberam o tratamento desde o início da gravidez está sendo testada em um estudo internacional com participação de oito instituições brasileiras. O tratamento consiste na administração de drogas anti-retrovirais logo após o nascimento da criança, já no primeiro dia de vida, e se estende por no máximo seis semanas. Com o novo método, os pesquisadores esperam diminuir a taxa de transmissão do vírus, que é de 20% a 30% quando nenhuma medida profilática é tomada.
O bebê recebe os medicamentos depois de ter sido exposto ao contágio pelo vírus (profilaxia pós-exposição). São oferecidos três tipos de combinações de medicamentos, aplicadas em períodos de duas a seis semanas de duração.

“Os medicamentos administrados nos bebês não são novos, pois já são utilizados por soropositivos. A novidade está em oferecer o mesmo remédio aos bebês, na tentativa de evitar que o vírus se desenvolva”, explica a infectologista Valdiléa Veloso, coordenadora nacional do estudo e diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo o Ministério da Saúde, das mais de 17 mil grávidas infectadas pelo HIV no Brasil por ano, apenas 38,5% são identificadas a tempo de receber a terapia anti-retroviral. “A transmissão pode acontecer em qualquer estágio da gravidez, mas é comum que ocorra a partir do terceiro trimestre”, diz Veloso. Por isso, a tendência é recomendar que as mulheres façam o teste de HIV no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez, para evitar que uma eventual contaminação tardia seja detectada após o nascimento do bebê.

Segundo o médico Jorge Pinto, coordenador do estudo no centro da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ideal é o tratamento das gestantes soropositivas antes do nascimento do bebê. Essa terapia é capaz de diminuir a taxa de transmissão do vírus para menos de 3% se aplicada desde a 14ª semana de gravidez. “O problema é que uma parcela das grávidas não recebe esse tratamento, seja porque está fora do sistema de saúde ou porque se descobriu infectada tardiamente”, afirma Pinto. “É essa lacuna que nossa pesquisa pretende preencher. O objetivo é tornar a taxa de transmissão a menor possível.”

Os recém-nascidos que participam do estudo recebem acompanhamento dos médicos durante seis meses para que o desenvolvimento do vírus seja avaliado. “Fazemos testes regulares até o fim do tratamento. A estratégia é bloquear os vírus livres no organismo do bebê e impedir que se instalem nas células”.

O estudo começou em 2004 e envolve atualmente doze centros clínicos no mundo, dos quais oito no Brasil (os outros ficam na África do Sul e Argentina). Até agora, 659 bebês já receberam o tratamento (542 nos centros brasileiros), e a meta é ampliar o número para 1700.

Os dados recolhidos pelos centros clínicos do país são analisados na Fiocruz, em parceria com o centro norte-americano que financia a pesquisa. A Fiocruz é responsável também pela distribuição dos medicamentos e dos testes rápidos de HIV no Brasil.

Nos testes realizados até aqui, os pesquisadores já chegaram a conclusões acerca da dosagem e da forma de administração dos medicamentos. No entanto, Valdiléa Veloso ressalta que ainda não é possível determinar o grau de eficácia da nova terapia. “Somente após analisar a amostragem completa poderemos ter resultados conclusivos quanto à eficiência do tratamento e aos eventuais efeitos colaterais que ele pode causar”.

Fonte: [url=http://cienciahoje.uol.com.br/55451]cienciahoje.com.br[/url]

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