RedePsi - Psicologia

Notícias

Entenda os efeitos do estresse em praticantes de esportes

Não é difícil reconhecer os efeitos do estresse no organismo. Basta um susto para sentir parte deles: o coração fica acelerado, a respiração se torna mais curta, a musculatura fica tensa e as mãos e os pés ficam úmidos. Quando esses sintomas são vivenciados com muita freqüência e intensidade, podem prejudicar a saúde.
Não é difícil reconhecer os efeitos do estresse no organismo. Basta um susto para sentir parte deles: o coração fica acelerado, a respiração se torna mais curta, a musculatura fica tensa e as mãos e os pés ficam úmidos. Quando esses sintomas são vivenciados com muita freqüência e intensidade, podem prejudicar a saúde.
Quem pratica esportes, porém, muitas vezes associa o cansaço e as dores às conseqüências normais da atividade.

O pior é que, para eles, há um agravante: a exigência física à qual são submetidos faz com que essas alterações tenham um impacto ainda maior.

Assim, a tensão muscular, que não causaria nada grave em muitas pessoas, pode gerar dores generalizadas e mesmo lesões musculares em quem se exercita. Já a diminuição da visão periférica aumenta o risco de cair ou dar um esbarrão naquela partida de futebol.

Além disso, em atividades aeróbicas, os sistemas cardíaco e respiratório recebem uma demanda extra. Se o estresse entrar nessa equação, será preciso fazer ainda mais esforço. “A sobrecarga pode desencadear outros processos, como um broncoespasmo seguido de falta de ar”, afirma Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Foi o que aconteceu com o triatleta Frederico Wilche, 53. Há seis meses, ele começou a ter crises de asma e a sentir dores no corpo. “Também sofri umas contusões que vêm daí.”

Ao mesmo tempo, ele estava fechando um contrato importante, com saudade da filha, que mora longe, e ligado à reestruturação da Sociedade Paulista de Triathlon, que preside. “Ainda bem que meu médico é meu amigo e percebe esse lado pessoal”, afirma Wilche.

Em outros casos, o próprio esporte é a fonte do estresse. É o caso de Adalberto Almeida, 27, que pratica salto triplo e mal dorme antes das provas.

O período em que ele mais se machuca coincide com a fase que considera a mais tensa do ano. “Janeiro e fevereiro são os meses em que fazemos a preparação para o ano. Tem o estresse da autocobrança, é quando você vê se vai render ou não. E também a fase das contusões.”

O estresse afeta até os ossos. A elevação do nível de cortisol (hormônio ligado ao estresse) prejudica a osteogênese (formação dos ossos), segundo o fisioterapeuta Marcus Vinícius Gomes, diretor da clínica Neuron & Therapeutics, no Rio.

O fornecimento de cálcio é afetado, e a vascularização do sistema ósseo é prejudicada pela constrição vascular, diz Gomes. Esse quadro, aliado a um impacto forte, pode fazer com que o osso trinque em sua parte mais interna, afirma. Essa lesão, conhecida como “over use” (uso excessivo), é cada vez mais comum em atletas.

Vulneráveis

Todos esses efeitos, porém, dependem da personalidade e das reações que cada um tem ao ser pressionado. Para Cozac, as pessoas mais suscetíveis costumam ser aquelas que se irritam facilmente, com altos índices de ansiedade e baixa capacidade de concentração.

Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR (International Stress Management Association), inclui nessa lista a dificuldade de adaptação a novas situações, baixa auto-estima e pouco suporte social. “Muitos tentam compensar suas carências por meio do esporte e exageram. Já quem teve um dia horrível e sai para caminhar tende a andar mais rápido e quase marchando, o que aumenta o impacto nos pés.”

Acesso à Plataforma

Assine a nossa newsletter