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Aumenta o índice de DSTs por falta do uso de preservativos

Enquanto 96% dos indivíduos sexualmente ativos entre 15 e 54 anos citam o preservativo como principal meio de prevenção contra a Aids e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), apenas 25% reconhecem o uso em todas as relações sexuais, seja com parceiros estáveis ou eventuais.
Enquanto 96% dos indivíduos sexualmente ativos entre 15 e 54 anos citam o preservativo como principal meio de prevenção contra a Aids e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), apenas 25% reconhecem o uso em todas as relações sexuais, seja com parceiros estáveis ou eventuais.
Os dados estão no Sistema Nacional de Monitoramento em Aids (Monitoraids), serviço do Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Monitoraids cruza dados de sistemas de informações do Programa Nacional de DST e Aids (PN-DST/Aids), do Ministério da Saúde (MS), com indicadores do Programa Global de Aids no Brasil e dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

Os números sobre o comportamento sexual dos brasileiros foram extraídos da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas na População Brasileira do PN-DST/Aids, realizada em 2004 com uma amostra de 6 mil indivíduos sexualmente ativos de todas as regiões do país. Os dados foram atualizados em agosto de 2005 e inseridos no Monitoraids.

No período de Carnaval, segundo Celia Landmann Szwarcwald, coordenadora-geral do Monitoraids e pesquisadora do departamento de Informação em Saúde do Cict/Fiocruz, o indicador que mais chama a atenção é o uso de camisinha na mais recente relação sexual: entre as pessoas com parceiros eventuais, uma em cada três não se protege.

“Ainda considerando os indivíduos com idades entre 15 e 54 anos, 67% disseram ter usado preservativo com parceiros eventuais na última relação sexual. Na população entre 15 e 24 anos, esse número sobe para 74%”, disse Celia à Agência FAPESP.

“Apesar de apontar para uma maior conscientização da população jovem, esses números revelam que o problema ainda não está resolvido. Do ponto de vista das infecções, as parcerias eventuais do Carnaval são as mais preocupantes”, afirma a pesquisadora.

Segundo Celia, os motivos de não usar a camisinha são sempre os mesmos. Geralmente os indivíduos optam por não se proteger por acreditar que o preservativo atrapalha a relação sexual ou simplemente alegam que não tinham uma camisinha na carteira ou no bolso no momento.

“São várias as influências que levam as pessoas a deixar de se preservar. Normalmente, quando há algum exemplo de infecção na família ou em amigos próximos, a proteção é maior. Mas, se esse é um assunto alheio ao meio social do indivíduo, o uso de preservativos não tem a devida atenção”, disse.

Pouco uso entre parceiros fixos

O Sistema Nacional de Monitoramento em Aids (Monitoraids) indica ainda que 75% da população sexualmente ativa entre 15 e 54 anos não usa preservativos de maneira regular quando tem parceiros fixos, comportamento que pode se refletir no aumento da incidência de Aids entre homens e mulheres casadas.

“Essa dinâmica de transmissão sexual é muito complexa. Não se pode dizer que uma pessoa com relações extra conjugais esteja contaminando seus parceiros fixos. Na maior parte das vezes eles se protegem com seus parceiros eventuais, passando a fazer parte dos 67% que usaram preservativo na última relação sexual. Mas é evidente que a falta do preservativo, seja com parcerias fixas ou eventuais, é responsável pelo aumento na incidência das infecções”, ressalta Celia.

Outro dado relevante do Monitoraids é o número estimado de preservativos vendidos no Brasil, que passou de 87 milhões de unidades em 1995 para 242 milhões em 2004. Para Celia Szwarcwald, além das campanhas do governo federal que incentivam o uso da camisinha, esse aumento pode ser explicado pela diminuição de preconceitos contra a mulher.

“Antigamente, em pequenos municípios, as mulheres não compravam preservativos pelo medo dos outros habitantes ficarem sabendo da vida íntima dos casais. Com a eliminação gradativa desse tipo de preconceito, as pessoas começaram a comprar e a usar mais preservativos”, disse a pesquisadora.

Mais informações: http://157.86.8.37

Fonte: [url=http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=6736]Agência FAPESP[/url]

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