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ABEP se preocupa com melhoria no ensino de Psicologia

Para garantir a qualificação profissional, entidades voltam suas ações para iniciativas que garantam aproximação com os alunos e capacitação dos docentes.
Para garantir a qualificação profissional, entidades voltam suas ações para iniciativas que garantam aproximação com os alunos e capacitação dos docentes.
A OAB não é a única entidade preocupada com a qualidade dos cursos de graduação em sua área. A diferença está nas medidas adotadas. Ao invés de criar um selo de bom desempenho e conferi-lo a algumas instituições, grupos como o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea- SP) e Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) colocam em prática medidas variadas para ajudar a melhorar a formação dos futuros profissionais. Muitas delas têm o objetivo de ajudar os estudantes quando eles ainda estão na faculdade e incluem até o debate sobre o nível do ensino com alunos e professores. “Acreditamos que é preciso valorizar o trabalho do professor para garantir um melhor funcionamento dos cursos de psicologia”, diz Marcos Ferreira, presidente da Abep. “Ações nesse sentido são mais eficazes que práticas imediatistas como criar selos de qualidade”, opina.

Para fazer valer essa filosofia, a Abep promove eventos nos quais os professores têm prioridade. No ano passado, a associação organizou 38 oficinas sobre temas como a aproximação da psicologia com o Sistema Único de Saúde (SUS). Este ano, estão previstos 40 debates sobre como melhorar o trabalho dos psicólogos em situações de emergências e desastres. Será realizado ainda um curso pela internet de qualificação para atuar na área de defesa civil. Os docentes terão vagas garantidas para o treinamento, que é gratuito.

“Reservaremos uma vaga para professor de cada curso de psicologia existente no país”, diz Ferreira. “Isso é apostar na qualidade do ensino.”

O Crea-SP também pretende estabelecer uma relação mais próxima com as faculdades. Só que a atenção, nesse caso, está nos alunos. No momento, a entidade finaliza os detalhes de criação do Crea Júnior, projeto que visa aproximar o conselho dos universitários. “Vamos organizar grupos nas universidades de todas as regiões do Estado”, explica Zildete Teixeira Ferraz Prado, diretora de ensino do Fórum das Instituições de Ensino Superior do Crea-SP. E o que exatamente pretende fazer o Crea Júnior? Debater, com os futuros engenheiros, arquitetos e agrônomos, a qualidade dos cursos. E até propor mudanças às faculdades. Outras medidas previstas são a criação de uma espécie de registro profissional para os estudantes. “Com o registro, os estagiários poderão ter seus nomes assinados nos projetos de que participam, por exemplo”, diz Zildete.

A performance dos universitários também está no centro das atenções do Cremesp. O alerta vermelho do conselho foi dado a partir do aumento de denúncias de falsos médicos atuando no mercado. Somente em 2006, foram registrados mais de 80 casos do tipo apenas em São Paulo. “Parte disso é culpa da má qualidade dos médicos formados no Estado”, diz Bráulio Luna Filho, conselheiro e coordenador do exame da entidade para os alunos do sexto ano de Medicina. “As deficiências são tantas que esses profissionais de mentira conseguem se misturar com os médicos de fato”, critica. Segundo Luna Filho, mais de 60% dos hospitais-escolas não têm infra-estrutura para o ensino em São Paulo. “Muitos não têm sequer biblioteca ou acesso à internet, sem falar nos professores descomprometidos com qualquer projeto de produção científica”, explica.

Bráulio Filho: em busca do reconhecimento da sociedade

Situações como essas motivaram o Cremesp a criar o exame de avaliação dos estudantes do sexto ano. De acordo com o conselho, a medida não se assemelha à prova da OAB. Antes de mais nada, o teste, cuja segunda edição foi realizada em outubro e novembro de 2006, é voluntário. “Para se tornar obrigatório como instrumento de acesso ao mercado de trabalho, teria de haver uma legislação específica sobre o assunto”, diz Luna Filho. “Queremos que a sociedade e o mercado reconheçam a importância do exame”. O médico explica que, em países como a Inglaterra e os Estados Unidos, a participação em provas do tipo é condição básica para o ingresso dos acadêmicos nos programas de residência. “Hospital nenhum aceita recém-formados sem esse pré-requisito”, afirma. A edição de 2006 do exame do Cremesp teve 688 participantes, para 2.200 alunos matriculados no sexto ano de Medicina em São Paulo. O percentual de aprovados foi de 62%. Em 2005, o índice de aprovação foi um pouco maior: 69%. De acordo com Luna Filho, esses desempenhos não necessariamente representam o padrão dos estudantes paulistas. “A inscrição é voluntária e, na nossa avaliação, somos procurados pelos melhores alunos das faculdades. Se todos participassem, o resultado poderia ser bem pior”, explica.

Fonte: [url=http://200.199.243.195/noticias/materia.cfm?id=720&materia=1095]POL – Psicologia Online[/url]

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