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Gestos ancestrais e a origem da linguagem

Os parentes mais próximos do homem podem não conseguir aprender a falar, mas os chimpanzés e outros macacos são capazes de assimilar a linguagem dos gestos. Como nossos parentes, os bebês humanos acham difícil dizer o que querem, mas conseguem fazer sinais. E apesar de o macaco-prego-de-cara-branca pedir comida com um gesto, nenhum outro animal além dos grandes macacos demonstra o uso regular de gestos para a comunicação. Agora uma nova pesquisa do Yerkes National Primate Research Center, da Emory University, revela uma complexidade até então desconhecida nos gestos dos macacos e afirma que ela pode fornecer a base simbólica para a linguagem humana.

Os parentes mais próximos do homem podem não conseguir aprender a falar, mas os chimpanzés e outros macacos são capazes de assimilar a linguagem dos gestos. Como nossos parentes, os bebês humanos acham difícil dizer o que querem, mas conseguem fazer sinais. E apesar de o macaco-prego-de-cara-branca pedir comida com um gesto, nenhum outro animal além dos grandes macacos demonstra o uso regular de gestos para a comunicação. Agora uma nova pesquisa do Yerkes National Primate Research Center, da Emory University, revela uma complexidade até então desconhecida nos gestos dos macacos e afirma que ela pode fornecer a base simbólica para a linguagem humana.

Amy Pollick e Frans de Waal gravaram as interações de dois grupos de chimpanzés em Atlanta e de mais dois grupos de bonobos em San Diego. Após 670 horas assistindo e filmando esses animais, mais de 1.000 seqüências de vídeo de interações sociais foram analisadas em busca de comportamentos antes e depois de um gesto, assim como a reação provocada por ele. No estudo, a definição de gesto era o movimento de um membro ou apêndice para se dirigir a outro indivíduo.

Os pesquisadores registraram todos os tipos de gestos, como sinais para pedir alguma coisa que funcionariam na maioria dos lares humanos no mundo. Notaram que para demonstrar interesse sexual e conquistar seu pretendente, o animal levanta os braços e mostra as axilas numa expressão corporal típica. O mais importante é que análise revelou que o significado dessa gesticulação toda depende de um contexto. “A pata estendida pode ser usada para pedir comida ou após uma briga, para restabelecer a confiança”, diz Pollick, “Esse tipo de flexibilidade é um marco, talvez, da linguagem simbólica”.

Os chimpanzés e bonobos saíram da linha de evolução que daria origem ao ser humano há cerca de seis milhões de anos e suas próprias linhagens se separaram há aproximadamente 2,5 milhões de anos, de acordo com a análise genética, sugerindo talvez que esses gestos para pedir comida têm milhões de anos de idade. “Observando os gestos das pessoas, sabemos que ele está profundamente enraizado nas estratégias de comunicação humanas”, diz Pollick, “Além de complementar a fala, os gestos nos ajudam a pensar melhor e a resolver problemas”.

É claro que a possibilidade dos gestos terem sido a base da linguagem continua especulativa, diz Pollick, e pode provar que outros animais, como os golfinhos, empregam uma linguagem de gestos que os humanos simplesmente não são capazes de detectar. No entanto, uma mão ou pata pousada de leve sobre o ombro é um sinal de atenção que humanos, chimpanzés e, talvez, nossos antigos ancestrais poderiam reconhecer.


Fonte: Scientific American Brasil

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