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Médicos diagnosticam ‘infelicidade como depressão’, diz estudo

Muitas pessoas estão sendo dignosticadas com depressão, quando, na verdade, estão simplesmente infelizes, afirma uma pesquisa feita na Universidade de New South Wales, na Austrália.

Muitas pessoas estão sendo dignosticadas com depressão, quando, na verdade, estão simplesmente infelizes, afirma uma pesquisa feita na Universidade de New South Wales, na Austrália.

O professor Gordon Parker afirma que a definição de depressão é difusa e acaba levando médicos a tratarem estados emocionais normais como doença.

Em artigo publicado no British Medical Journal, Parker chama a depressão de diagnóstico que "engloba tudo", difundido por estratégias de marketing.

Cerca de um em cada cinco adultos é diagnosticado com depressão em, algum momento da vida. Em países como o Reino Unido, os custos com a perda de produtividade e tratamento da doença é estimado em bilhões de dólares.

Velho estigma

Parker acompanhou 242 pessoas durante 15 anos e descobriu que, entre elas, mais de três quartos se encaixavam nos critérios utilizados atualmente para definir a doença.

Ele explica que quase todos os participantes apresentaram sintomas como "sentimentos de tristeza e baixo astral" em algum momento da vida, o que não significa que pudessem ser enquadrados nos casos de depressão clínica, que requerem tratamento.

Para o professor, a prescrição de medicamentos pode aumentar falsas esperanças e não ser eficaz, já que não há nada que esteja biologicamente errado com o paciente.

"Nos últimos 30 anos, as definições tradicionais para se definir depressão clínica se expandiram para o território da depressão considerada normal e, com isso, há o risco de que as depressões amenas, que são experiências comuns, acabem virando patológicas".

Em outro artigo publicado no British Medical Journal, o professor Ian Hickie contradiz a teoria de Parker e defende que o diagnóstico e o tratamento da depressão reduziram o número de suicídios e acabaram com o velho estigma que sempre rondou a doença mental.

Para Hickie, se apenas os casos sérios fossem tratados, outras pessoas acabariam morrendo desnecessariamente.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

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