A juventude eterna; referido como um arquétipo, considerado um componente neurótico da personalidade, visto como um dominante arquetípico ou imagem arquetípica de um dos elementos de uma polaridade ativa na psique humana e em busca de união (sendo o outro dos dois o senex).
Jung via o puer aeternus como referindo-se ao arquétipo da criança e especulava que sua fascinação recorrente origina-se da projeção, pelo homem, de sua incapacidade de se renovar. A capacidade de correr o risco de um desligamento das origens, de estar em evolução perpétua, de se redimir pela inocência, de visualizar novos começos são atributos desse salvador emergente. A figura do puer aeternus torna-se fascinante (até para a pessoa que o exerce na vida real) como um símbolo para a possibilidade de reconciliar opostos antagônicos.
A característica mais impressionante do puer aeternus, quando surge como um distúrbio da personalidade, é sua superênfase no espírito. Von Franz (1971) usava o termo puer para descrever os homens que tinham dificuldade de se estabelecer, eram impacientes, não-relacionados, idealistas, sempre começando de novo, aparentemente intocados pela idade, parecendo ser sem malícia, dados a vôos da imaginação.
Porém, o puer tem também um lado positivo. Lado a lado com a perene adolescência que faz de sua vida uma espécie de vida provisória, Hillman (1979) via no puer uma visão de "nossas naturezas primeiras, nossa sombra dourada primordial… nossa essência angelical, mensageira do divino". Do puer, conclui ele, recebemos nosso senso de destino e significado.