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Dicionário

orientação oral

Um método de abordagem, avalia­ção e relacionamento da pessoa com o seu meio ambiente com base no impulso de fome, ne­cessidades orais etc.. O bebê, por exemplo, tem uma orientação primordialmente oral; a boca é o seu órgão mais diferenciado e ele a usa como seu principal aparelho perceptivo. O ego primi­tivo é um ego oral, pois a criança adquire pela primeira vez um conhecimento consciente de objetos, identifica-os e reconhece o mundo exte­rior colocando objetos na boca. Quando a cri­ança começa a desejar intensamente alguma coisa que já lhe é familiar, ausente no momento, mas com capacidade de gratificação de suas ne­cessidades, ela se torna, pela primeira vez, cons­ciente de um objeto. Quando este aparece, o desejo também desaparece e segue-se o sono Assim, a fome compeliu a consciência de obje­tos, isto é, o reconhecimento do mundo exterior.

Em seguida, a experiência de saciação que baniu primeiro a fome que perturbara o sono, passou a ser "o modelo para o domínio de estí­mulos exteriores em geral". Quer dizer, o ato de pôr objetos na boca foi uma das primeiras reações a objetos por parte da criança. Assim, o primeiro reconhecimento da realidade pela criança consiste, para ela, em julgar se deve engolir um objeto ou cuspi-lo. Do modo acima descrito, a reação ao reconhecimento do mundo externo, isto é, a percepção de objetos por parte do ego primitivo, é a colocação na boca – a introjeção oral.

"A incorporação, que é a pri­meira reação aos objetos em geral e a precurso­ra das atitudes sexuais e agressivas posteriores, num sentido psicológico, destrói a existência do objeto. A atitude de que o objeto somente existe para satisfação do ego, e pode desaparecer uma vez obtida a satisfação, pode ser ainda observa­da em alguns tipos infantilóides de amor.

Fe­nichel enfatiza, entretanto, que a finalidade de incorporar objetos não reflete necessariamente tendências destrutivas subjetivas para com esses objetos. O fato de, na incorporação, o objeto desaparecer, isto é, ser destruído, é uma conse­qüência fortuita e mostra apenas que a incor­poração oral é um impulso para obter satisfa­ção, sem qualquer outro pensamento a respeito do objeto. Essa atitude oral primária de incor­poração é, antes, a atitude a partir da qual amor e ódio destrutivo se desenvolvem num estágio subseqüente.

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