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Dicionário

psicologia analítica

Em 1913, ano em que deixou o movimento psicanalítico, Jung usou o termo "psicologia analítica" para identi­ficar o que chamou de uma nova ciência psicológica que ele via como evoluída da psicanálise. Em data posterior, quando estava firmemente convicto de suas razões próprias, referiu-se ao "método psicanalítico" de Freud e à "psicologia individual" de Adler, e disse que preferia chamar sua própria abordagem de "psicologia analítica", estabelecendo um conceito geral que abrangia ambas, como também outras tendências.

Nos primeiros tempos da investigação analítica, na virada do século, Bleuler sugeriu que o termo psicologia profunda fosse usado para indicar que essa psicologia estava preocupada com as regiões mais profundas da psique, isto é, o inconsciente.

Jung achava o termo limitado, pois, mesmo na ocasião, via seu mé­todo como um método simbólico tão ocupado com a consciência quanto com o inconsciente. O termo "psicologia complexa" de Toni Wolff não tem uso corrente porque enfatiza so­mente um segmento limitado, embora de primordial importância, da conceitualização de Jung.

Jung asseverava sempre que sua psicologia era uma ciência e que tinha base empírica. Portanto, nos dias de hoje, a psicologia analí­tica abrange teoria, reflexão vazada em textos e pesquisa, bem como a prática clínica psicoterapêutica. A associação profissional interna­cional de analistas junguianos é chamada Associação Internacional de Psicologia Analítica.

As declarações de Jung sobre a teoria e o método estão hoje compiladas e disponíveis em uns vinte volumes das Collected Works, lado a lado com compilações em separado de correspondência, me­mórias e entrevistas, bem como escritos biográficos. Uma definição sumária ou précis de cada uma das idéias principais da psicologia analítica foi impressa como parte de Psychological Types, em 1921.

Incluem as definições de energia psíquica que, segundo Jung, tinha sua fonte nos instintos, sendo, por outro lado, comparável e regida pelos mesmos princípios da energia física, exceto que a energia psíquica não tem apenas uma causa, mas também uma finalidade; o inconsciente visto como complementar da consciência e funcionando tanto como repositório de experiências pessoais ante­riores como imagens universais, re­ferindo-se ao modo como o inconsciente se comunica com a consciên­cia, revelando as imagens latentes subjacentes que motivam um indi­víduo por meio do complexo e evidentes em atitudes, ações, es­colhas e sonhos, bem como em enfermidades; a psique humana constelada em subpersonalidades ou representações arquetípicas identificáveis como Persona, Ego, Som­bra, Anima, Animus, Velho Sábio, Grande Mãe e Self; finalmente, a Individuação, vista como o processo que, no curso de uma vida, conduz uma pessoa a uma unificação de sua personalidade expressiva de sua totalidade básica. São estes os pre­ceitos subjacentes sobre os quais se desenvolveu uma psicoterapia que emprega uma abordagem sintética e hermenêutica, em contraste com uma redutiva.

Jung também escreveu extensivamente no campo da psicologia da religião. Em diferentes ocasiões de sua vida esteve interessado em fenômenos paranormais, tipologia individual e alquimia, bem como em outros assuntos culturais mais genéricos. Daí a psico­logia analítica ter-se tornado um termo de aplicação de vasto alcance, e de significação profissional.

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