Beard era filho de um pastor de Montville (Connecticut), onde nasceu a 8 de maio de 1839. Começou a estudar medicina no Yale College, serviu durante algum tempo como cirurgião em um navio da marinha americana e obteve o seu diploma em 1866 no Colégio de Medicina de Nova York. Instalou-se então nessa cidade com um sócio, o doutor Rockwell. Ambos se dedicavam a pesquisas sobre as aplicações médico-cirúrgicas da eletricidade, e publicariam em 1871 uma obra sobre esse tema, que seria traduzida para o alemão e teria certo sucesso na Europa. Mas, em 1868, Beard obteve funções oficiais na Universidade de Nova York, onde foi encarregado de um curso sobre as doenças nervosas e de uma clínica no Demilt Dispensary, no Departamento de Neurologia e Eletroterapia. Fundou os Arquivos de Eletroterapia e de Neurologia em 1874, participou da criação da Associação para a Proteção dos Doentes Mentais e Prevenção da Loucura, e morreu aos 44 anos, a 23 de janeiro de 1883.
Mas Beard, no campo psiquiátrico, é principalmente o "inventor" da neurastenia, termo que ele propôs em 1879, para designar um estado de fadiga física e psicológica permanente, acompanhado de distúrbios funcionais diversos e variáveis. Retomando o problema em 1881 em American Nervousness, its Causes and Consequences, considerava que essa neurose, essencialmente americana e masculina, era resultante, ao mesmo tempo, do clima dos Estados Unidos – unindo uma atmosfera seca e carregada de eletricidade a grandes variações de temperatura – e do ritmo de vida trepidante, ao qual estava sujeito o homem do Novo Mundo. Foi também dos primeiros a tentar compreender (em Neurasthenia as a Cause of Inebriety, publicado em 1879) as razões da extensão maciça do alcoolismo no século XIX, vendo nesse fenômeno a maneira pela qual o doente lutava contra o desequilíbrio energético neurastênico.