De origem escocesa, Braid nasceu em Rylaw House, no condado de Fife, por volta de 1795, e depois de estudar medicina na Universidade de Edimburgo, exerceu durante algum tempo a cirurgia nas minas de Lead-Hills, no Lanarkshire, antes de instalar-se em Manchester. Foi nessa cidade que assistiu, em 1841, a uma demonstração pública de "mesmerismo", por um discípulo do Marquês de Puységur, Charles Lafontaine, cuja boa-fé e cujos resultados o deixavam cético. Para esclarecer as suas dúvidas, Braid retomou pessoalmente essas experiências, primeiro com sua mulher e um amigo e, conquistado pelo método, elaborou uma teoria dos fenômenos de "hipnotismo" (foi ele que criou a palavra), que expôs em 1843, na obra Neuripnologia ou fundamentos do sono nervoso, considerado em relação com o magnetismo animal, publicado em Londres. Assim como o padre Faria, um quarto de século antes, Braid negava a existência de qualquer fluido magnético. Em geral, obtinha o sono por fixação de um objeto brilhante, mas, adepto das teorias de Gall, imaginou um método, dito freno-hipnótico, que consistia em modificar especificamente esta ou aquela faculdade, agindo por pressão sobre a bossa do crânio correspondente. Mais do que por idéias originais, foi pelo interesse que ele tinha pelo estudo do sono provocado, que Braid desempenhou um papel nos trabalhos posteriores. Desconhecida durante muito tempo, sua obra seria reativada em 1858 por Azam, professor na Escola de Medicina de Bordeaux, que, tendo lido a Neuripnologia, chamou a atenção de Paul Broca para os fenômenos hipnóticos. Este realizou pouco depois uma intervenção cirúrgica sob hipnose, que apresentou a 5 de dezembro de 1859, na Academia de Ciências. O "braidismo" estava lançado, três meses antes do desaparecimento do seu "criador", que morreu de apoplexia em Manchester a 25 de março de 1860. A Neuripnologia só seria traduzida para o francês em 1883, com um prefácio de Brown-Séquard.