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Dicionário

MARCÉ, Louis-Victor (1828-1864)

Marcé nasceu a 3 de junho de 1828 em Paris, onde seu pai, funcionário público, se ins­talara, vindo de Nantes, para procurar em vão o sucesso literário. Seu falecimento em 1834 deixou a família em situação financeira difí­cil, e a viúva voltou a Nantes, onde um tio, o doutor Marcé, ensinava na Escola de Medi­cina. Louis-Victor começou ali os seus es­tudos, foi nomeado em 1852 para a residên­cia em Paris e, estimulado por Velpeau, pen­sou em fazer uma carreira de cirurgião. En­tretanto, desposou a filha do químico Théo­phile Pelouze e entrou para a Casa de Saúde de Ivry, onde Baillarger e Moreau de Tours lhe ofereceram um lugar. Aprovado em pri­meiro lugar no concurso para professor, na mesma turma de Charcot, Potain e Vulpian, assumiu a responsabilidade médica pela fazen­da de Sainte-Anne e passou para o Hospital Bicêtre em 1863. Valentin Magnan era seu residente, quando Marcé foi levado pela doen­ça em agosto de 1864. Tinha apenas 36 anos.

Em alguns anos, de 1856 a 1864, Marcé conquistou um lugar de relevo entre os jo­vens alienistas. Adversário das teorias psico­lógicas, partidário da escola anatomoclínica, redigiu em 1856 uma Dissertação sobre al­gumas observações de fisiologia patológica tendendo a demonstrar a existência de um princípio coordenador da escrita, e suas re­lações com o princípio coordenador da pala­vra, seguida de diversas publicações sobre a Loucura puerperal. Suas aulas na Escola Prá­tica eram muito freqüentadas e em 1862 foi publicado o seu Tratado prático das doenças mentais, que ele próprio apresentou não co­mo uma obra original, mas como um livro didático. Seus últimos trabalhos, Sobre o va­lor dos escritos dos alienados… (1863) e A ação tóxica da essência de absinto (1864), inspirariam a Magnan as suas pesquisas pos­teriores sobre o absintismo e a cegueira verbal.

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