Era um curioso personagem, esse barão austríaco excêntrico, originário da Morávia e doutor em medicina pela Universidade de Viena, que gastou a sua fortuna pelo bem da humanidade. A primeira parte da sua vida foi consagrada aos alienados. Sabendo seis ou sete línguas, utilizando como tribuna congressos e revistas científicas, realizou por toda a Europa uma cruzada antiasilar em favor da vida "ao ar livre" dos doentes mentais, para os quais instituições calcadas na de Gheel lhe pareciam a solução ideal. Até apresentou na Exposição Universal de Paris em 1867 um chalé-modelo, adaptado à coabitação de um alienado com uma família de camponeses. A guerra de 1870 marcou a ruptura definitiva com essas preocupações psiquiátricas. A partir de então, dedicou-se à causa dos feridos de guerra, organizou durante o cerco de Paris um serviço de ambulância no palácio do Corpo Legislativo, um segundo durante a Comuna em La Grande Jatte, no parque de Saint-Cloud e, voltando a Viena, ocupou-se do transporte das vítimas da guerra russo-turca de 1877-78.
Doente, suicidou-se com um tiro a 23 de agosto de 1894 em Prater, às margens do Danúbio.