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Homeopatia quântica – parte II

Princípios e conceitos atuais da homeopatia quântica

Resumo

A homeopatia é uma forma de tratamento em que são utilizados medicamentos que, em sua maioria, apresentam quantidade infinitesimal de droga ou de substância básica.
O Campo Eletro-Magnético (CEM) dos seres vivos, ou chamado em homeopatia de energia vital, é o ponto no qual a cura almejada pelo medicamento homeopático se baseia e os distúrbios causados no CEM são responsáveis por problemas ao nível fí­sico, emocional e mental do doente. Estes e outros aspectos (farmacotécnicos, farmacodinâmicos e clínicos) são ex­postos neste artigo no intuito de evidenciar de maneira sucinta o que é a medicina ho­meopática.

Palavras-chave: homeopatia, farmacotécnica, tratamento.

Introdução

A homeopatia se fundamenta no prin­cípio em que similia similibus curentur (semelhante cura semelhante), ou seja, uma substância que produz os mesmos sintomas da doença em pessoa sadia é utilizada para curar um enfermo com es­ta enfermidade(2, 4).

As manifestações clínicas das doen­ças, que podem ser físicas, emocionais e/ou mentais, na realidade são resul­tantes da luta do organismo contra o causador da doença (o estímulo morbígeno). Alguns agentes patológicos (bacté­rias, vírus), por exemplo, são termolá­beis, ou seja, sensíveis ao aumento da temperatura. Um dos mecanismos de defesa do organismo é a elevação da temperatura, como uma barreira ao agente agressor (apesar de em alguns ca­sos piorar o quadro infeccioso). Quando um alimento contaminado ou alguma substância indesejável é ingerida, o orga­nismo pode reagir produzindo vômito e/ou diarréia, sendo um esforço deste para eliminar aquilo que pudesse causar dano potencial à sua homeostasia (auto-equilíbrio).

Atualmente é proposto que o medica­mento homeopático estimule o organis­mo a curar-se restabelecendo a energia do campo eletromagnético (CEM), chamado genericamente no estudo ho­meopático de Energia Vital, que envolve cada indivíduo e que se encontra altera­do pelo estímulo morbígeno, impedindo que este estímulo tenha ação no orga­nismo. O medicamento utilizado deve possuir energia semelhante à qual foi afe­tada pelo estímulo morbígeno, porém em uma intensidade superior para que o CEM retome ao estado original de equi­líbrio.

O Campo Eletromagnético (CEM)

O organismo possui vários tipos de defesas e barreiras que são capazes de impedir ou pelo menos retardar a pene­tração dos estímulos morbígenos. A pele, barreira hemato-encefálica, placenta, sistema imunológico e energia vital (ou CEM) são exemplos de barreiras e siste­mas de defesa.

Atualmente já é inteiramente aceita a presença do CEM (aura, energia vital) e estas emanações quando sofrem distúr­bios podem interferir nos estados físico, emocional e mental. Através da fotogra­fia Kirlian, ou fotografia de aura, pode-se visualizar o CEM que é reproduzido por intermédio de cores, onde cada freqüên­cia é caracterizada por determinadas co­lorações.

O CEM é a defesa mais periférica do organismo e a primeira a ser atingida. Quando um estímulo morbígeno entra em contato com o indivíduo, seu CEM se al­tera e se ajusta tentando neutralizar a ação deste estímulo. Entretanto, se o in­divíduo estiver predisposto, ou seja, sus­cetível à ação do estímulo, esta barreira pode não suportar e, então, podem ocorrer mudanças em um ou mais níveis (físico, emocional e mental), dependen­do da intensidade do agressor e da resis­tência (equilíbrio) do CEM. Essas altera­ções são sinais do quanto o CEM está modificado. Quando à harmonia deste campo é restabelecida, a atuação do es­tímulo morbígeno cessa. Assim, a cura é alcançada e, além de tudo, a suscetibili­dade a uma nova investida do estímulo é diminuída pelo fortalecimento do CEM.

Dinamização e Potências

Para melhor compreender a forma de atuação dos medicamentos homeopáti­cos é essencial conhecer a maneira co­mo são preparados. Os princípios bási­cos desta técnica são as diluições segui­das de dinamizações(5).

Partindo-se de substâncias ativas ou não dos reinos animal, vegetal ou mine­ral, pode-se preparar os medicamentos pela escala decimal (D ou X), onde uma parte da substância básica (soluto) é diluída com nove partes do veículo (solvente), e pela escala centesimal (C ou CH), onde uma parte da substância básica é diluída com 99 partes do veículo. Quando as subs­tâncias são solúveis no veículo que é uma mistura de água e álcool (normalmente álcool 70%) todo processo é realizado em meio líquido. Porém, quan­do a substância é insolúvel neste solven­te deve-se triturá-Ia e diluí-Ia com lacto­se até que se torne solúvel, para então se trabalhar em meio líquido.

Basicamente as duas escalas são iguais, sendo unicamente diferenciadas pelo grau de diluição. Por exemplo, na escala centesimal, após a diluição, bate-se o frasco cem vezes con­tra um anteparo (sucussões) obtendo-se a primeira centesimal ou 1C ou C1. Pega-se uma parte desta solução e acrescenta­-se 99 partes da mistura água-álcool e novamente procede-se as cem sucus­sões, obtendo-se a 2C. O processo con­tinua até a potência desejada.

O medicamento vai tornando-se cada vez mais potente, provavelmente devido às sucussões à medida que as diluições sucessivas ocorrem e, conseqüentemen­te, a quantidade de matéria, referente a substância básica, vai diminuindo. Quan­do o medicamento atinge a potência 12C (C12) ou 30D a probabilidade estatística de que alguma molécula do(s) princípio(s) ati­vo(s) da substância básica seja encon­trada é desprezível e o que efetivamente atua nestes medicamentos é somente a energia que foi potencializada. Fato comprovado pelo Número (ou Constante) de Avogrado.

Mecanismo Putativo do Medicamento Homeopático

Todas as substâncias (animal, vegetal e mineral) possuem um CEM caracterís­tico. A dinamização faz com que haja um aumento da energia destes campos levando os medicamentos ho­meopáticos a serem mais ativos no CEM do organismo.

O CEM que cada substância possui pode interagir com uma parte semelhan­te do campo do indivíduo. Para melhor poder visualizar este efeito, pode-se imaginar um violino sendo tocado. Ele está emitindo ondas sonoras (energia) e quando é tocado em uma freqüência de oscilação igual a das moléculas de uma taça de cristal, esta se quebra, já que as ondas emitidas pelo violino fazem com que a taça entre em ressonância vibrando. Co­mo o cristal é um corpo rígido e frágil, não suporta este movimento vibracional que suas moléculas adquiriram.

A energia cinética fornecida aos me­dicamentos homeopáticos através das sucussões é capaz de amplificar o CEM destes. Quando se administra um medi­camento com energia superior e seme­lhante em freqüência a do CEM do indi­víduo que se encontrava alterada, estas freqüências irão entrar em ressonância com as do medicamento e assim retor­narão à frequência correta.

Hoje já há indícios de que quando di­namiza-se o medicamento homeopáti­co, cada substância básica de origem irá produzir um certo tipo de alteração nas ligações, antes chamada de ponte de hi­drogênio e atualmente de ligação hidro­gênio, entre o veículo água-álcool ou a lactose quando a substância for insolú­vel. Estas ligações hidrogênio são forças intermoleculares relativamente fortes, principalmente pela grande quantidade existente, produzidas pela atração que o oxigênio exerce sobre o hidrogênio fa­zendo com que uma molécula de água ou álcool se unam por intermédio destes dois elementos químicos. Mes­mo ultrapassando a potência 12C (C12), quan­do praticamente não há substância origi­nal presente, estas alterações se tornam cada vez mais intensas. Tais variações podem ocorrer pela diminuição no tama­nho da ligação, mudança da angulação, na atração, no número e no agrupamen­to das moléculas(6). Há possibilidade de uma grande multiplicidade de modifica­ções nestas ligações, cada uma delas produzindo uma energia amplificada da substância de origem.

Manifestações e Aspectos Clínicos

Hipoteticamente, a medicina do futu­ro poderá filmar e analisar o CEM (pelo Método Kirlian) e com aparelhos apro­priados fornecer a energia correta para restabelecer o equilíbrio deste campo sem a necessidade da administração de medicamentos, já que o mal poderia ser eliminado antes dos sintomas clínicos serem evidentes. Porém, na época em que surgiu a homeopatia até hoje, os mé­todos utilizados para verificar as altera­ções do CEM são os sinais que este dei­xa transparecer pelas modificações físi­cas, emocionais e mentais do indivíduo. Torna-se muito difícil encontrar o medi­camento ideal, ou seja, aquele que tenha realmente semelhança ao desequilíbrio causado pela patologia. Assim mesmo, os resultados obtidos são muito bons.

O médico homeopata faz um estudo do paciente relacionado às alterações observadas nos três níveis (físico, emo­cional e mental) e escolhe um medica­mento que foi capaz de produzir, em tes­tes com pessoas saudáveis, o maior nú­mero de anormalidades similares àque­las sofridas pelo paciente(3). Por isso é co­mum e desejável, sendo este último fator discutível, que ocorra certo agrava­mento dos sintomas no início do trata­mento, pois se está administrando um medicamento semelhante ao quadro sintomatológico observado que atuaria co­mo um reforço ao CEM em sua ação contra o estímulo morbígeno. Por este mé­todo, o homeopata elege o medicamen­to que possui energia equivalente à que a enfermidade alterou no CEM do pa­ciente, podendo-se notar com isto que dificilmente duas pessoas com a mesma doença irão tomar o mesmo medica­mento, já que se deve atentar, também às mudanças mentais e emocionais. A visão somente dos sintomas clínicos não leva à cura e sim a um efeito paliativo, pois a totalidade das alterações não foram analisadas(7, 8).

Na homeopatia o indivíduo é visto co­mo uma totalidade constituída de corpo, cognição e emoções (ou, corpo, mente e espírito), tudo isso estando in­terligado pelo CEM. Para se conseguir a cura absoluta é necessário o restabele­cimento do equilíbrio nos três níveis. Um exemplo desta inter-relação de níveis é o medo (emocional), podendo causar pro­blemas gastrointestinais (náusea, diar­réia), sudorese e aumento do número de batimentos cardíacos devido principalmente a dis­túrbios na homeostase do sistema ner­voso autônomo (simpático e parassim­pático).

Um pro­blema ao nível espiritual afeta muito mais a vida do indivíduo do que o emocional e este mais do que o físico, dependendo da gravidade de cada um. À medida que a doença avança, ela "sobe" do nível físico para emocional e mental geralmen­te, e o processo de cura é inverso ao cen­tro de gravidade e se desloca do mental para o emocional e, finalmente, para o físico.

De acordo com este raciocínio, a maioria dos tratamentos da medicina tra­dicional (alopatia) são supressores, não permitindo ao organismo uma reação e posterior eliminação do estímulo morbí­geno, causando problemas mais sérios pelo agravamento ("aprofundamento") da doença, isto é, pode haver um deslo­camento do "centro de gravidade" da moléstia para um nível mais interno e pe­rigoso. Um exemplo muito comum é a supressão de um eczema, onde mais adiante é desenvolvida uma rinite alérgi­ca que também é suprimida por drogas, podendo vir a se transformar em uma bronquite asmática. Os efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos são as reações do organismo em resposta a agressão causada no CEM por estes, além das comprovadas reações quimio­farmacológicas destes agentes.

Considerações finais

Os indivíduos que entram em contato com os agentes patológicos e não adoe­cem deveriam ser mais intensamente es­tudados por pesquisadores e cientistas, pois além das barreiras fisiológicas conhecidas para instalação da doença (bom sistema imune, falta de substrato bioquímico, não concomitância de ou­tra patologia, integridade tissular etc.), um CEM fortalecido ou em equilí­brio é minimamente afetado por pertur­bações internas ou externas, enquanto que o predisposto é um alvo fácil para as investidas do estímulo morbígeno devido à enfraquecida (não equilibrada) situação da sua primeira barreira de defesa, o CEM.

Referências bibliográficas

1. Costa R.A. – Homeopatia Atualizada. Petrópolis: Ed. Vozes, 3a ed. 1988, 274p.

2. Eizayaga, F.X. – Tratado de Medicina Homeopá­tica. Buenos Aires: Ed. Marecel, 3a ed. 1992, 399pp.

3. Hahnemann, S. – Organon da Arte de Curar. São Paulo: Ed. Benoit Mure, 6a. ed. 1992, 576p.

4. Kent, J.T. – Filosofia Homeopática. Madri: Casa Edito­rial Bailly Bailieres, 1926, 339p.

5. Silva, J.B. – Farmacotécnica Homeopática Simplificada. Rio de Janeiro: Imprinta, 1977, 231p.

6. Torres, F.S. – Datos Experimentales de Ia Teoria Homeopática-Electrónica. (Comunicação Pes­soal). 1978.

7. Tyler, M.C.- Curso de Homeopatia. Rio de Janeiro: Ed. Homeo­pática Brasileira, 1965, 291 p.

8. Vithouskas, G. – The Science of Homeopathy. Nova Iorque: Grave Press Inc., 1980, 436pp.

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