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Brincando de caça ao tesouro: uma análise experimental do controle por instruções

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Autora: Dhayana Inthamoussu Veiga

Resumo

O controle por instruções tem recebido atenção especial na Análise Experimental do Comportamento. Diversos estudos têm sido realizados para verificar quais são os fatores determinantes do seguimento de instruções. Além disso, diversas discussões vêm sendo conduzidas sobre as possíveis funções exercidas pelas instruções. O objetivo da presente pesquisa foi verificar quais funções exerceram as instruções correspondentes e não correspondentes às contingências presentes em uma brincadeira de “caça ao tesouro” e se a coerência ou discrepância das instruções definiram a função exercida por elas. Participaram da pesquisa 16 crianças (oito meninos e oito meninas) com idades entre 8 e 10 anos que cursavam ensino fundamental em uma escola estadual da cidade de Curitiba, na qual foi realizado o experimento. As crianças foram divididas em dois grupos submetidos a delineamentos experimentais diferentes: o delineamento 1 era predominantemente composto por instruções correspondentes (pistas verdadeiras) e o 2 composto predominantemente por instruções não correspondentes (pistas falsas). As pistas verdadeiras continham descrições que indicavam locais com novas pistas e as pistas falsas descreviam locais onde não havia pistas. As crianças participaram individualmente e a todas elas era apresentada uma mesma instrução inicial. Em seguida, a primeira pista era lida e a partir da pista 2 os participantes foram expostos a condições ambientais diferentes. Os desempenhos dos participantes de cada grupo foram significativamente diferentes diante de quase todas as pistas. No entanto, os participantes do delineamento 2 apresentaram comportamentos seguidores de instruções não correspondentes durante todo o experimento, o que foi atribuído principalmente ao monitoramento da experimentadora no local e à ausência de perda de reforçadores nas conseqüências programadas. Todas as instruções presentes no experimento parecem ter alterado a função de estímulos do ambiente, entretanto, as alterações ocorridas produziram efeitos diferentes. A instrução inicial alterou o valor reforçador das pistas (tornando-as reforçadores condicionados para comportamentos de busca) e contribuiu para que o monitoramento da experimentadora possivelmente tenha controlado o comportamento dos participantes do delineamento 2. Já as pistas individuais (verdadeiras e falsas), alteraram a função dos estímulos do ambiente (objetos), tornando-os estímulos discriminativos, que passaram a evocar comportamentos a partir da leitura das pistas que os descreviam. Por meio deste estudo observou-se que as instruções correspondentes e não correspondentes às contingências programadas no ambiente exerceram função alteradora da função de estímulos e que o fato da pista ser correspondente ou não, apesar de ter determinado o grau de controle exercido pelas instruções, não determinou a função exercida por elas.

Palavras-chave: Controle Instrucional. Análise do Comportamento. Crianças.

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