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Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): O que a ciência tem a dizer sobre isso?

Os Transtornos de Ansiedade são psicopatologias que, em diversas ocasiões, favorecem respostas negativas e paralisantes ao indivíduo acometido. O presente artigo sintetiza o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) em relação ao seu aparecimento, possíveis etiologias, relação com tratamento e prognóstico e relação com stress.
Atualmente, em nossa cultura, firmou-se utilizar o termo “ansiedade” para condutas inapropriadaspriadas, erradas ou ineficazes. Além disso, o conhecimento popular alia ansiedade a estresse e utiliza os dois termos de forma a ilustrar, igualmente, algo patológico e sem fazer as devidas distinções entre os conceitos. Ou seja, alguém com ansiedade é similar a alguém estressado e, ao fim do pensamento do senso-comum, isso significa que há um ou vários prejuízos no funcionamento desta pessoa ansiosa.

Com o estudo científico sobre tais conceitos, o resultado constatado foi outro. Pesquisadores das mais diversas áreas, principalmente Psicologia e Psiquiatria, postulam que a ansiedade é próxima ao estresse, mas não funciona como sinônimo[1]. Além disso, estar ansioso não é ruim, é um estado do organismo que é fundamental para a sobrevivência e que vem acompanhando o homem ao decorrer de sua evolução[2]. Desta forma, enquanto o conhecimento popular rotula o ansioso como pouco funcional, o conhecimento científico defende que a ansiedade possui alto grau de importância na relação do homem com seu ambiente. Ainda mais, os pesquisadores fazem uma distinção interessante entre os mecanismos fisiológicos que geram a ansiedade por dois termos diferentes. Há uma ansiedade positiva, que ajuda o organismo na função vital de adaptação ao mundo, e uma negativa, que funciona de forma a paralisar respostas adequadas a determinados estímulos dando lugar a condutas irregulares[3].

Da mesma forma, estresse e ansiedade possuem distinções conceituais. Diferentemente de outros animais, os seres humanos qualificam sua ansiedade utilizando do termo “estresse”[4]. Assim sendo, uma pessoa ansiosa interpreta tal situação e emite um significado à mesma sob formato de estresse. Logo, alguém que se sente impossibilitado de andar de ônibus por algum evento traumático, diz-se ansioso e estressado. Em atuação próxima aos eventos que favorecem a ansiedade de um organismo, o estresse se divide, também, em dois tipos: quando o organismo encontra com ansiedade positiva, há o eustresse, o chamado estresse bom; quando a ansiedade é negativa, ocorre o distresse[5].

 Uma pessoa com uma conduta desarmônica em diversos sentidos em virtude a uma ansiedade excessiva, que gera impedimentos graves na esfera social, laborativa e pessoal, na maioria dos dias, favorece ao que se chama de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)[6]. Dessa forma, o TAG é um estado onde há sempre uma ansiedade elevada frente a diversos estímulos que o organismo sofre, mesmo àquelas onde a ansiedade é claramente desproporcional ao fator desencadeante. É um transtorno crônico e poder provocar inquietação, irritabilidade fatigabilidade ou prejuízos no sono, tensões musculares, mãos secas e outros estados fisiológicos. Com essas características preenchidas e feita a exclusão de outros estados patológicos que podem suscitar sensações similares, um profissional de saúde mental já tem dados para o diagnóstico de TAG, que se apresenta na proporção de 2 mulheres para cada homem[7].

Apesar do curso crônico, que significa uma patologia difícil de ser curada e que tende a acompanhar toda a vida depois de seu aparecimento, há tratamento medicamentoso e psicoterápico. Com a união de medicamentos ansiolíticos, que rebaixam a ansiedade, e com a abordagem cognitivo-comportamental, é possível pensar em um alto grau de melhora daquele que sofre de TAG. A partir do momento em que a pessoa é levada a pensar sobre situações que a deixam ansiosa, estratégias terapêuticas são viáveis no sentido de melhorar essa ansiedade e reestruturar crenças e percepções que ilustram situações como, por exemplo, catastróficas. A TCC é uma forma de abordagem para o tratamento psicológico que utiliza técnicas cognitivas para a reestruturação de pensamentos disfuncionais, e técnicas comportamentais para a aproximação gradual ao desencadeador do estado de ansiedade. Em paralelo ao acompanhamento psiquiátrico, há uma grande probabilidade de melhora na saúde da pessoa com TAG.

No início do texto, foi falado que há uma grande divergência entre o conhecimento popular e os estudos científicos. A melhor maneira de conseguir diferenciar adequadamente a patologia do comportamento considerado ajustado ao ambiente é procurar um profissional especializado neste assunto. Em relação aos Transtornos de Ansiedade, como o TAG, a melhor escolha está na busca de um Psicólogo ou Psiquiatra que, em atuação conjunta, favorecerão a melhora da pessoa que o procura.

[1] Ballone, 2005.
[2] Ibidem, ibidem
[3] Lipp & Malagris, 2001.
[4] Ballone, 2005.
[5] ISMA-BR,2008.
[6] Nunes & Bueno & Nardi, 2005
[7] DSM-IV, 1995.

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