Muitos jovens vivenciam relações homossexuais, alguns por curiosidade, oportunidade, etc., e muitos carregam um sentimento de culpa por isso, mas assim como essas relações não necessariamente definem a orientação sexual do indivíduo, a primeira relação não definirá se ele será homossexual ou bissexual, por exemplo. Período mais comum para o início da vida sexual devido o aumento da carga hormonal, a sexualidade fica mais aguçada nesta fase de início (puberdade), portanto, é mais freqüente ser na adolescência que os homossexuais assumem sua orientação sexual. Porém, sem apoio dos pais, que se culpam pela situação ou acreditam partir de uma escolha ou opção sexual, se afastam da família para viver sua identidade homossexual, não podendo generalizar tais situações, pois a dinâmica familiar varia de uma família a outra. Assim como o público homossexual vivencia algumas fases e conflitos, os pais também passam a vivenciar e sofrer diante da percepção da homossexualidade do (a) filho (a), muitas vezes mascarada preferindo assim, negar a realidade. Nesse momento, se faz importante e necessário buscar entender o que é realmente a homossexualidade e a partir daí, apoiar os filhos, que com o diálogo e apoio familiar, com certeza terão maior segurança para assumir – se diante de uma sociedade tão repressora, elaborando melhor sua verdadeira identidade e orientação sexual. Infelizmente isso nem sempre acontece.
Após passar por algumas fases, e não obter a resposta que precisam, chegam a buscar ajuda profissional. E esse momento é muito delicado, pois vai depender do profissional que esses pais irão encontrar. Portanto, apesar das lutas constantes de movimentos sociais e Equipe Técnica capacitada em Direitos Humanos GLBT espalhados pelo Brasil, como o apoio encontrado no Centro de Referência em Direitos Humanos GLBT e ONG GIAMA, os pais ainda podem se deparar com discursos altamente discriminatórios, advindos de profissionais ditos evangélicos (religiosos), que deixam de atuar eticamente, passando a prevalecer seus valores morais, resultando no reforço da resistência em não aceitar a condição homossexual dos filhos. É bom ressaltar que ao buscar ajuda de um profissional, este não poderá atuar na tentativa de cura ou reversão da homossexualidade, mesmo que seja este o pedido de “socorro” dos pais, pois a homossexualidade não é considerada doença pela OMS (Organização Mundial de Saúde) desde 1985, não consta no CID 10 (Código Internacional de Doenças) e sendo assim, se não é uma doença não pode ser curada. Porém, mais importante ainda saber que os profissionais da área da psicologia como profissionais da área da saúde, ficam proibidos de patologizar a homossexualidade, sendo respaldados pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo e Resolução 01/99 CFP que estabelece algumas normas de atuação para o exercício profissional, referente às questões da orientação sexual. Enfim, fica difícil assumir uma definição da homossexualidade, diante de tantas pesquisas em busca de uma atribuição, sem possível comprovação, portanto, é preferível afirmar que a homossexualidade é uma condição humana tão natural quanto a heterossexualidade, não sendo uma perversão, opção ou escolha do indivíduo; que certamente não escolheria viver como tal numa sociedade homofóbica e estigmatizante. Disponível em JORNAL do TOCANTINS, maio 2008.