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A eletroconvulsoterapia moderna

Vejo muitas críticas e receios acerca da eletroconvulsoterapia, muitas vezes chamada de forma pejorativa de eletrochoque, mesmo entre os médicos. Talvez o melhor termo fosse "estimulação elétrica cerebral". Que hoje é feita com monitorização, oxigenação, anestesia geral, bloqueio neuromuscular.
Na verdade paira um grande desconhecimento a respeito desta técnica, que é um procedimento médico reconhecido internacionalmente e regulamentado nacionalmente pelo Conselho Federal de Medicina. A ciência não é e nem pode ser ideológica. Vamos aos fatos: é o tratamento de escolha para casos refratários, para os casos mais graves, para o deprimido com risco de suicídio, para a gestante ou o idoso que não podem tomar remédios, para a catatonia, para a síndrome neuroléptica maligna e psicoses agudas, dentre outras indicações. Salva vidas – esse é o ponto!Sobre riscos, podemos dizer que eles se equivalem aos de um procedimento cirúrgico ambulatorial – taxa de complicações de 1/100.000. É seguro, portanto.

Há efeitos adversos, como todo tratamento médico. O principal é a perda de memória. Geralmente amnésia lacunar, sem prejuízo de dados biográficos. A fixação da memória fica prejudicada por até 1 mês (máximo até 6 meses). Nenhum estudo anátomo-patológico, de neuroimagem ou neuropsicológico conseguiu identificar e provar a presença de danos estruturais ou funcionais permanentes ao SNC. Quem quiser conhcer mais deve procurar ler livros como o do Prof. Max Fink (já traduzido) ou do Prof. Sérgio Paulo Rigonatti, além do Journal of ECT que é a melhor e mais completa revista da área (www.ectjournal.com). Deixo trecho do documentário – Omissão de Socorro – de Olívio Tavares de Araújo. As imagens são esclarecedoras.

Saudações esperançosas,  Rafael Ribeiro
médico Psiquiatra.

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