O fato é que a homossexualidade existe desde a Grécia Antiga, sobretudo nos escritos platônicos, onde o amor erótico entre dois homens era comum, entendido até como superior ao amor de um homem por uma mulher[3]. Aja vista que a figura feminina aqui era considerada como inferior à masculina, que é fonte de vitalidade.
A tendência da sociedade hoje, devido ao relativismo implantado na cultura moderna, é a de considerar normal todo comportamento homossexual. Há ainda aqueles que lutam pelo reconhecimento de uma lei que legalize os casamentos homossexuais e lhes confira o direito de adoção. Em alguns países isso já é possível como, por exemplo, na Holanda.
Muitas dessas conquistas se devem à retirada da homossexualidade da lista dos comportamentos anormais e patológicos do Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM).[4] Para Nicolosi, a homossexualidade não é uma variante normal. Ele diz que “apenas 2% da população é homossexual; portanto, estatisticamente não é uma normalidade no sentido de não ser abrangente”[5]. Além disso, com relação à natureza humana não é normal. Normalidade é entendida aqui como aquilo que cumpre uma função conforme o próprio desenho. Nesse caso, a homossexualidade seria uma anormalidade, pois que a anatomia do homem se difere à da mulher constitutivamente.
No que se refere às causas da homossexualidade, há posições que defendem uma origem genética e outros que dizem ser uma desordem no processo de constituição da personalidade. Aqueles que apontam uma possível determinação genética vêem a homossexualidade como algo inato à pessoa. No entanto, não há provas suficientes que comprovem essa posição. Por outro lado, estão os estudiosos que negam a determinação genética, mas não descartam a possibilidade de uma pré-disposição particular à homossexualidade, onde a pessoa tem dificuldades em criar vínculos afetivos com o sexo oposto devido a fatores genéticos. Todavia, a causa primeira está em certas influências externas, sobretudo da família:
As crianças, especialmente os rapazes, para se desenvolverem normalmente a todos os níveis, nomeadamente na afirmação da sua identidade sexual masculina, devem receber afecto, atenção e aprovação do seu pai que, em condições normais, deverá constituir o seu modelo de masculinidade. No entanto, convém não esquecer que muitas pessoas que experimentam este tipo de privação durante a infância ou adolescência, não apresentam sentimentos homossexuais [6].
Nesse sentido, é correto afirmar que os rapazes que se sentem seguros de sua masculinidade tenderão a se sentirem atraídos sexualmente pelas moças. Assim também acontece com as meninas que desenvolveram de forma saudável sua feminilidade, elas tenderão a se sentirem atraídas pelos rapazes. A atração sexual pelo mesmo sexo aqui estaria relacionada à ausência de relacionamento com o progenitor do mesmo sexo. Por outro lado, numa perspectiva junguiana, pode-se dizer que o homossexualismo é fruto de um desequilíbrio na personalidade.
Segundo Jung, a personalidade é constituída de várias instâncias que se encontram em constante tensão, onde uma se opõe à outra. Dentre essas estão a anima e animus. A primeira é a imagem coletiva da mulher presente no inconsciente do homem. A segunda, pelo contrário, é a imagem masculina presente no inconsciente da mulher.
Essas imago são denominadas arquétipos – conjunto de imagens herdadas de nossos ancestrais – e se encontram no inconsciente coletivo de toda pessoa. Quando o homem permite que a anima se sobreponha a animus (ou o contrário com a mulher) tenderá a uma possível homossexualidade.
Além disso, existem outros fatores que contribuem para um desenvolvimento homossexual, tais como: abuso sexual na infância ou adolescência, uso de material pornográfico, violência familiar, influência da mídia, que acaba por apresentar discursos apologéticos da homossexualidade, enfim, os problemas afetivos relacionados ao contexto familiar ainda são as causas mais comuns.
Contudo, pode-se dizer que o tema da homossexualidade é complexo, pois são vários os fatores que contribuem para uma possível identidade homossexual. Muitos dos homossexuais acreditam que a atração sexual pelo mesmo sexo é uma condição determinada pela própria natureza humana. Assim, eles vêem a homossexualidade como uma normalidade na sociedade, interpretando a relação homo-afetiva como um fator cultural.
Outros, pelo contrário, se sentem infelizes e depressivos na condição em que se encontram. Percebem que a condição homossexual é oposta à sua própria natureza. Não conseguem estabelecer relacionamentos duradouros ou de intimidade. Têm preconceitos de si mesmos e apresentam uma baixa estima. Talvez a chamada Parada do Orgulho Gay, seja uma forma de atrair a atenção do mundo sobre si com intenção de que este se orgulhe deles e assim, possam se orgulhar de si mesmos.
Nesse sentido, a postura da sociedade frente a essa questão não pode ser depreciatória ou preconceituosa. No entanto, não se pode aceitar o comportamento homossexual como algo normal. É preciso compreender suas raízes, saber que o homossexual (masculino – feminino) é uma pessoa insegura e frágil em sua identidade, que precisa se sentir amada, sobretudo pelos familiares. Ele necessita sentir-se seguro, acreditar que existem pessoas que o amam e que lhe querem bem. Desta feita, ele terá confiança para buscar ajuda e vencer os sentimentos de culpa, vergonha e baixa estima, se propondo a um auto-conhecimento e a firmar sua verdadeira identidade.
Muitas vezes a culpa de uma tendência homossexual não é da pessoa em si, e sim da sociedade, que se faz indiferente à fragilidade da pessoa que possui características homossexuais. Acreditar, portanto, que cada pessoa possui em si dignidade, que não é objeto qualquer, e sim ser humano dotado de potencialidades para amar, é um passo significativo para compreender a homossexualidade e propor uma mudança de vida.
Bibliografia:
CRUZ, Dr. Jorge. Homossexualidade: perspectiva cristã. Artigo disponível em: http://www.aceps.org. Acesso em: 06 Nov. 2008.
ENTREVISTA, Dr. Joseph Nicolosi a ROBERTO MARCHESINI. Revista 'STUDI CATTOLICI'. Disponível em: http://www.abraceh.org.br. Acesso em 6 Nov.2008.