A existência precede a essência. Esta é construída pelo conjunto dos atos, por merecimento, consequências… A liberdade do ser é proporcional à sua responsabilidade. O único ser incondicionado é Deus, absoluto, sem relação de determinação. O conceito de angústia caracteriza o efeito do conflito entre o fato do ser humano ser livre e responsável concomitantemente, querendo ou não.
As escolhas não são pacíficas, produzem angústia. A angústia existencial é inerente à constituição do ser humano. Sem ela, é como se o homem fosse esvaziado de sua alma. A loucura é da dimensão humana, porém compromete alguns aspectos da condição humana, pois impede a completude do exercício da liberdade.
A existência precede a psicopatologia. A patologia não é uma essência. A morbidade é uma qualidade que não anula o objeto a que se refere. O sujeito é muito mais do que sua possível doença.
Nietzsche foi um filósofo ateu, não acreditava nas questões metafísicas e religiosas. Trabalhou a vontade de realização dos instintos vitais do homem. Todos os obstáculos precisam ser combatidos. O homem como um guerreiro da existência, devendo lutar pela plenitude da alma. Visa à realização individual puramente. Inspira-se na seleção natural de Darwin. Na Natureza inexistiria questão moral. Sobrevivem os mais aptos. Hegel dizia que a realização do espírito absoluto faz com que as guerras sejam necessárias.
É existindo que o ser humano vai dar forma à matéria-prima oferecida por Deus – segundo Kierkergaard – e constituir sua essência através dos atos e omissões. A qualidade da essência do indivíduo é de responsabilidade de cada um.
A liberdade humana é uma autonomia relativa, pois se manifesta como cunhas, brechas no indeterminismo mundano. Somente o homem pode retroagir dentro do universo determinista, exercendo sua liberdade com suas escolhas. No entanto, nunca há garantia de realização das possibilidades, o que também gera angústia.
As filosofias da existência tendem a focalizar a dimensão subjetiva do ser humano, um ser finito. Este jamais será o todo, sempre será parte. Deve-se reconhecer os limites, a finitude da condição humana. A questão da liberdade só pode ser consciente, pois é voluntária e responsável. A finitude manifesta-se através das limitações, que são parâmetros determinantes em termos de conhecimento, poder, morte…
A consciência dos limites é necessária para se ter uma existência autêntica. Deve-se refletir sobre a morte, pois o homem é um ser para a morte. A lealdade para si é a capacidade de compreender isso. O bem e o mal é circunstancial. Implícito a todo ser vivo há o impulso à afirmação de ser, pois a vida quer continuar a ser sem limites, contudo sempre deparando-se com o determinismo paradoxal que lhe é próprio: a vida possui limites. Existe uma força que impulsiona o homem a viver apesar dos limites.
A questão vida e morte é uma articulação fundamental. Um universo de conflitos pertence à saúde mental.