Por se tratar de um mecanismo de defesa inconsciente, as pessoas utilizam deste mecanismo esporadicamente e equilibradamente. Às vezes, “uma mentira” pode ser uma “doce mentira”, ocultando fatos traumáticos com a finalidade de desejar o bem ao seu semelhante ou a si mesmo, servindo como um falso apoio para a auto-estima. Muitas vezes pode ser utilizado como defesa de ataques hostis, pois a mentira é por si só, uma forma de defesa, atentando para o fato de que a mentira não é só e simplesmente uma mentira, ela sempre traz consigo os traços arcaicos inconscientes. Será que sendo sempre transparente, não seríamos muitas vezes, incompreendidos, ou magoaríamos muitas pessoas que amamos?
Entretanto, se a mentira for exacerbada, carregada de perversidade e hostilidade, como forma de destruir e/ou ferir, e se utilizada de maneira cotidiana, como forma de defender-se antes de suas próprias angústias ou/e se iludir um déficit de narcisismo. Então necessário se faz buscar suas causas em tratamento psicanalítico ou se for o caso, até mesmo psiquiátrico.
Afinal viver freqüentemente num mundo de fantasia, prejudicando a própria saúde mental, utilizando-se de perversidade, significa portar alguma forma de desequilíbrio para enfrentar a realidade, e, neste caso, precisa-se de ajuda para compreender, reconhecer e/ou aceitar aquilo (no inconsciente) do que se defende, do que se foge, do que lhe causa desprazer.