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Ioga e terapia serão usadas para prevenir doença mental

Técnicas como a ioga e a terapia cognitivo-comportamental serão testadas pela primeira vez em crianças brasileiras como forma de prevenir doenças mentais no futuro. A novidade faz parte de um instituto recém-criado, que envolve 11 universidades e que pretende desenvolver ações para detectar e tratar na infância transtornos psiquiátricos que só são diagnosticados na vida adulta.

Técnicas como a ioga e a terapia cognitivo-comportamental serão testadas pela primeira vez em crianças brasileiras como forma de prevenir doenças mentais no futuro. A novidade faz parte de um instituto recém-criado, que envolve 11 universidades e que pretende desenvolver ações para detectar e tratar na infância transtornos psiquiátricos que só são diagnosticados na vida adulta.

Estudos internacionais apontam que a maioria dos transtornos mentais começa na infância. Em 2011, as novas edições da CID (Classificação Internacional de Doenças) e do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), a "bíblia" dos psiquiatras americanos, devem incluir o transtorno bipolar e a esquizofrenia, por exemplo, no rol de doenças infantis.

Ainda há muita polêmica envolvendo o tema. Psiquiatras infantis avaliam que, diagnosticando precocemente esses transtornos, as crianças terão melhor qualidade de vida.

Outros profissionais, como o psiquiatra Theodor Lowenkron, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP), entendem que certos transtornos mentais, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, são "diagnósticos precoces e inadequados para serem feitos na infância".

A ideia do novo instituto é, primeiramente, mapear, por meio de estudo epidemiológico, os transtornos infanto-juvenis em mil municípios brasileiros. Levantamento da SBP constatou que 5 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos têm sintomas de transtornos psiquiátricos.

Intervenção precoce

A partir do estudo, crianças que já apresentem sintomas sugestivos de transtornos serão acompanhadas pelo instituto. "A ideia é intervir antes de a doença aparecer. Testaremos, em estudos controlados, várias intervenções para verificar se elas podem impedir a progressão da doença", explica o psiquiatra Eurípedes Constantino Miguel, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do instituto.

Entre elas estão a terapia cognitivo-comportamental, com ênfase no treinamento de pais, e a kundalini ioga, prática que já vem sendo utilizada na psiquiatria e na oncologia como forma de diminuir sintomas como ansiedade e medo.

"Vamos ver se ela consegue controlar pensamentos exagerados de crianças [com sintomas de transtorno obsessivo compulsivo, por exemplo] em comparação com outras que não usarão a técnica."

Na avaliação do psiquiatra infantil Fábio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro, o instituto terá um papel muito importante na desmistificação dos transtornos infantis. 'É importante diagnosticar e tratar essas crianças para oferecer qualidade de vida. Ninguém está querendo abusar.'

Segundo o psiquiatra infantil Luis Augusto Rohde, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, existem hoje no país em torno de 1,5 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos com déficit de atenção, mas apenas 68 mil estão medicadas. "Em termos de saúde pública, temos no Brasil um subdiagnóstico e não um superdiagnóstico", diz.

Fonte: Folha Online

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