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O “verdadeiro” Neurótico

– ¨Traços¨ da sua personalidade.

– ¨Modo¨ de pensar.

– Sua ¨vida¨ em sociedade.

O neurótico ligado ao passado, com modos obsoletos de agir, ¨nostálgico¨…, vago quanto ao presente, por que o vê de modo obscuro, torturado em relação ao futuro, e assim o presente lhe escapa.

Envergonhado ou atrevido, tímido ou arrogante, arrastando os pés ou tentando andar ¨galantemente¨.

Ele conversa com alguém, esperando ter só um par de ouvidos, sem corpo, ou um ¨padrinho mágico¨ que a todos os seus desejos realizará, pode ser ainda até sua ¨alma gêmea¨, que transformara o ¨diabo¨ num galã de cinema, de aparência atraente e cheio de dinheiro e charme… Às vezes não, sua conversa traga suspeita, de que ele seja uma ¨fraude¨, um ¨charlatão¨, mas no desespero de seu coração deseja acreditar, mesmo que os ¨indícios¨ sejam contrários, que este é o caminho para as mudanças rápidas que tanto deseja.

Qualquer que seja a ¨fantasia¨, o individuo só toma consciência se o colapso provoca uma ¨crise existencial¨, em si, expressado na sua aparência, expressão, em alguma coisa que extremamente o está incomodando. Sente que as necessidades com as quais se identificou, e que lhe eram vitais como o ar que respira não está sendo satisfeitas por seu modo atual de vida social (podem assumir variadas formas que são importantes para um, e ¨despreziveis¨ para outros…).

Existe para este individuo, em sua existência total, de forma tão determinante, que sua vida em sociedade, a posição que tem nela, seu trabalho, família, é a única necessidade predominante que ele busca manter, se não pode conseguir esse objetivo, ou o perde, uma vez que o tenha adquirido, entra em ¨crise¨.

Para o neurótico, ¨auto-controle¨ ou ¨controle de algo¨ é sua expressão determinante.
Ele sempre procurará algum suporte no ambiente, que suplementará os meios se estes parecerem inadequados, tal suporte deverá dar a ele acima de tudo, o ¨reconhecimento¨ de seus desejos e ¨idealizações¨ sociais (manter o que acredita seu jeito, forma de pensar, expressar, de ser…), ele pensa que com a ajuda do suporte, será capaz de satisfazer essas necessidades, que nem ele nem o seu meio podem suprir de forma satisfatória, naquele momento, da forma que ele deseja.
Isto com certeza ocorrem, porque ele se propôs a ¨uma tarefa impossivel¨.

Deveria buscar, se quisesse o sucesso, a integração de seu funcionamento de forma eficiente, alterar seus conceitos ultrapassados, seu modo obsoleto de se expressar, ajustá-los as mudanças, alterando seus objetivos e consequentemente suas necessidades ¨existenciais¨, esta nova experiência desenvolverá sua iniciativa, o que levara a sua auto-sustentação de forma mais estável, para atingir sozinho, seus objetivos e consequentemente mais autêntico.

Independentes dos valores que se expressam importantes para o individuo, pois em si, são estes valores que nos diferenciam uns dos outros e nos dão individualidade na forma de ser (nossa personalidade…), são necessidades existências que agora se integram ajustadas ao sistema organismo-meio, são elas que estimulam o individuo e o mantém nesta nova orientação mantém o desejo, só que agora de forma mais autentica do que é, e de como as coisas são, facilitando o seu desenvolvimento, o que fará com que sempre esteja habilitado a encontrar objetivos que lhe sejam significativos e trabalhar por eles, de um modo maduro.

Mas o neurótico não é assim, ele não está funcionando bem, ele se debate, se precipta… ¨voando para onde o vento mandar!!!¨. Está trabalhando somente o suficiente para manter o ¨desequilíbrio¨, e as necessidades que este produz para se manter, o problema se agrava, pois até o colapso ocorrer, ele a sente como ¨algo positivo¨.

Ele precisa ¨de um muro para lamentações¨, ou de um ¨aliado¨, para falar mal de seu chefe, sua esposa, filho, etc…um ouvinte paciente, alguém para puni-lo de seus pecados, ou se já se puniu o bastante, para perdoá-lo e redimi-lo, necessita de reafirmação, uma injeção de ¨confiança¨?? Deve sonhar, que tem poderes mágicos, de que com o ¨simples poder da mente¨ pode fazer as coisas serem do jeito que deseja, que o poder do seu ¨autocontrole…de sua disciplina¨, é o caminho mais curto para a sua felicidade? Quer aceitação, ou amor, um amparo para a sua falta de auto-estima, uma libertação para a monotonia de sua vida sem sentido, um resgate milagroso da solidão insurpotável e intolerável…quer significados e interpretações que lhe tragam um sentido para tudo que acontece com ele, para o que ele é? A confirmação do seu sentimento de que é uma pessoa doente que não pode lutar sozinha, pelo que quer na vida, com iniciativa própria, com identidade?
Seja o que for, ele não pode conseguir por si só, nem por intermédio do seu meio, que forma seu campo total, até agora só teve apoio, e foi bem sucedido em se manter em sua forma obsoleta, que gera a neurose, caso contrario estaria louco ou morto. Mas nem nisso, com o tempo, tem sucesso, fica frustrado sem ter adquirido satisfação, o que só aumenta e intensifica a sua doença.

Mas com ele está uma arma poderosa, ¨a manipulação!!!¨, seus ¨meios¨ de fazer com que o ¨meio¨ a sua volta, para que faça por ele, as tarefas que lhe compete.

São técnicas inteligentes e refinadas, o neurótico não é bobo, tem que ser bastante astuto para sobreviver, uma vez que lhe faltam as qualidades que necessitam serem expressas, e que promovem a autoconfiança e a auto-sustentação própria, mas isso na verdade é uma grande desvantagem, assim toda a sua manobra são dirigidas para os seus efeitos, para encobri-los e disfarçá-los, e a sociedade proporciona vários mecanismos para ajudar ele em seu objetivo, a não superá-los.

As manobras se tornam habituais (que sabe talvez em alguma época fossem eventuais e talvez tivessem até uma função…), ele nem tem mais consciência delas… A sedutora loira, com seu corpo escultural que seduz o ricaço careca e gordo… a esposa que se mata pelo marido infiel e os filhos ingratos e se lamenta passivamente a quem quiser ouvir…a sagacidade do político que não se importa com o adversário, e diz que se importa com os mais necessitados…Todas características da própria sociedade que se expressa em sua forma coletiva geral, e as mantem, pela própria necessidade de sua existência como ela se apresenta.

O neurótico é habilmente ¨dessensibilizado¨, ele é cego e surdo para o que não quer saber. O problema do neurótico, não é em si a manipulação, mas sim a direção que ela toma para preservar e nutrir suas limitações que ele mesmo impôs a ele.

O ideal era aprender a usar sua sensível inteligência e aplicá-la, sua energia, para se tornar mais autoconfiante, e de forma autentica, conseguir do meio o que quer, sem desculpas, daí terá sucesso.
Mas sua capacidade de manipular é o seu lucro, o próprio reconhecimento e glória que tanto busca, seu ponto forte, como a falta de capacidade de enfrentar sua ¨crise existencial¨ é o seu ponto fraco. E o desenvolvimento ira ocorrer se inicialmente reorientar seus pontos fortes de forma mais integrada e funcional como ela realmente se apresenta.

Seus meios de manipulações podem ser variados e sempre estarão relacionados com o que pressente como ameaça em dado momento.

Ele pode falar frequentemente, e rapidamente afogando seu interlocutor num mar de palavras intermináveis.

Pode se zangar e entrar em greve, só porque foi contrariado.

Promete entrar em resoluções definitivas e imediatamente quebra jogando a culpa em algo.

Pode ser obediente só para se sabotar.

Pode escutar os detalhes, quando lhe interessa e logo em seguida ficar surdo.

Pode mostrar o paraíso a alguém se lhe interessar, e logo em seguida jogá-la no inferno.

Pode mentir descarada mente ou ser honesto nas horas impróprias.

Pode lembrar ou esquecer de acordo com seus interesses.

Pode nos comover até as lágrimas com sua miséria ou se mostrar heroicamente tolerante com seu destino.

Pode nos hipnotizar com sua voz monótona, ou nos irritar com seus guinchos.

Pode adular alguém alimentando sua vaidade ou ferir o orgulho desta pessoa com a mesma eficiência.

Acima de tudo as manobras são sempre dissociadas de uma iniciativa própria, de autenticidade e responsabilidade, se acuado por alguém com dúvidas que ameaçam suas justificativas enraizadas tão forte dentro dele, acusa o outro de falta de fé, de ser maldoso e querer o seu fim, mas lá no fundo uma parte dele sabe, a reação é uma expressão deste saber, mostram deliberadamente a evitação da verdade como ela realmente é, a sua incapacidade de ser um individuo autentico e auto suficiente.

Arranca informações que acha necessária, nos testam, pretendem-nos por em ridículo, os ¨vilões¨ da historia…pegando-nos desprevenidos.

O neurótico como todo mundo, está ajustado para viver manipulando seu meio, para ele este meio é hostil e insensível, sempre pronto a engoli-lo, e destruí-lo como a um adversário, com suas conjecturas, sentimentos e perspicácia próprios, com uma mascará sem emoção,

Foge de qualquer contato verdadeiro, estão mortos, com seu padrão fixo obsoleto, mas ficam impassíveis com a necessidade que continuamente tem de usá-los.

Suas resistências que teimosamente não o deixam crescer e desenvolver, são vistas por ele como a sua única ajuda, verdadeiros e cruciais a sua existência.

Pois ele receia a rejeição, a não aprovação, não ser reconhecido pelo que acredita que é, o que imagina ser, isso o ¨mataria¨ mais do que tudo, fazem o ¨tipo bom menino¨, não querem perder…não podem, são submissos e aceitam a ¨sabedoria¨ das solicitações dos outros, qualquer coisa é melhor do que ter que encarar a ¨verdade¨, pois como já dissemos, sua auto-estima é precária, não podendo aceitar uma critica, que o fizesse mudar, encarar as próprias limitações reais, se mostram sensíveis, seu imaginário desmorona, como se fosse o fim do mundo.

Sua tensão exagerada e acumulada, é uma expressão resultante dominante, toda vez que está numa situação assim, de ¨ameaça¨.

O conceito que tem de si, se torna mais real do que a vida física a sua volta, na psicologia tradicional ele é conhecido sobre a forma de varias classificações como:

-formação reativa, auto-sistema. Ideal do ego, persona, etc.

Mas se mostra um conceito errôneo, pela resultante de suas ações expressas no seu meio de si próprias, em que cada característica, representa o oposto ao interagir com a realidade.

Este conceito é um apoio irreal, esmaga sua auto expressão genuína, pois seus resmungos, e desaprovações de tudo, são sua constante tentativa, pela necessidade que expressa de apoio do ambiente, através dos outros, e o reconhecimento deste conceito interno que tem de si.

Seu julgamento de ¨tudo¨ está distorcido, é desequilibrado, qualquer pancadinha nas costas é bem vinda, seja de onde vier, é bem vinda…

Mesmo necessitando de reconhecimento, não possui a capacidade genuína de aceita-lo integrado e ajustado a situa relacionada, ele não é assimilado, e assim permanece insatisfeito com qualquer afeição que receba.

O que ocorre é que, este apoio ambiental, procurado constantemente nunca pode contribuir para o crescimento de si mesmo.

¨O homem se transcende somente através de sua verdadeira natureza, não através da ambição e de objetivos artificiais, estes levam ao orgulho e a vaidade¨.

A verdadeira natureza do homem, como a verdadeira natureza do animal, é a integridade, uma integração espontânea, sem forças diretas que são impostas de forma agressiva, leva a um propósito a uma escolha ¨existencial¨ eficiente.

Pois espontaneidade e deliberação fazem parte da natureza verdadeira.

O se ¨dar conta¨ e ¨responsabilizar¨ pelo campo total, pelo si mesmo tanto quanto pelo outro, dão significado real a configuração da vida do individuo e levam as escolhas verdadeiras.

Quando algo é evitado de forma deliberada e continuamente por ser desagradável, este algo funcionara como um poderoso impedimento, ao individuo que necessita mobilizar e ter meios a sua disposição para ver claramente às ações necessária ao seu real desenvolvimento.

Sócrates ao contrario, admitia livremente suas confusões intelectuais e existenciais e dedicou boa parte de sua vida a desenvolver uma ¨técnica de desconfusão¨ eficiente.

A ¨confusão¨ é um problema de orientação inadequada, da relação continua e ocorrente entre o próprio ¨eu¨ e o meio que se encontramos.

Mas se a confusão é reconhecida pela sua expressão, que esta nas situações, na qual o individuo se envolve, e em sua relação com a totalidade do que se encontra incluído nela, em cada momento do imediato ocorrente.

Mas qualquer ação baseada na confusão, expressará embaraços, fraquezas e distúrbios de todos os tipos. Quando estamos confusos, tudo parece difícil de distinguir, as fronteiras se ¨embaralham¨ como já colocamos, ¨ achamos¨…, temos medo da liberdade de agir, assumir a responsabilidade dos próprios atos, lidamos com os fatos que ocorrem nos apoiamos sempre no nosso modo cotidiano de pensar, de expressar, estes se tornam necessidades absolutas, mais proeminentes do que os próprios ¨ajustes¨ necessários ao integra mento, com o seu meio, e a continuidade do funcionamento do seu campo total.

A dificuldade está em abandonar o ¨eu¨ que, ou é ¨bom, ou é ¨mau¨, pela realidade da relação, ¨estar com aquilo¨ ou ¨estar com isto¨, porque as relações variam continuamente, e o próprio contexto da interpretação do individuo também, mas ele não está atento a isto, e prefere se petrificar, nos seus julgamentos, como se fossem leis estabelecidas ¨pelo universo¨, e ele o ¨deus poderoso¨ criador de tudo, de forma que nada nunca mudara se ele não quiser.

A ambivalência presumida do homem deu origem ao conceito de ¨estados permanentes¨ de satisfação e frustração, de forma estática, como se emoções e sentimentos internos tivessem o poder de manter congelado no tem pó espaço os eventos externos e a si mesmo num dado momento de sua preferência.

O que ele deveria era usar as próprias resistências, que teimosamente o mantem naquela situação (suas frustrações, elogios exagerados…), a seu favor, só assim o equilíbrio começara a ser restaurado entre frustração e satisfação.

As técnicas das terapias tradicionais (e que infelizmente predominam…), se baseiam na falta de compreensão do individuo de sua situação, como a causa da neurose (são os ¨por quês¨ do comportamento, e que estes podem ser descobertos…) e através do conhecimento destes, pelo passado ou sonhos, que estavam em seu inconsciente podem se mudados e reorientados.

Freud fez por exemplos certas observações relevantes sobre o complexo de Édipo como principal fonte dos problemas do individuo, Reich falou em termos físicos, sobre a couraça muscular e da necessidade da potencia orgástica, Sullivan em termos de auto-estima e relacionamento interpessoal, Salter em termos de necessidade e auto expressão, Adler em termos de complexo de inferioridade, e muito mais…

Todas são válidas, mas falham no ponto básico, porque ainda estão limitadas, ¨meio¨ e individuo são entidades separadas, não formam um campo integrado, em uma relação continua de funcionamento, que se torna dependente, todas são abstrações do processo total, partes de uma totalidade total (realidade física expressa…).

Na verdade o ser humano é, por sua natureza única, ¨um individuo¨, mas para isto precisa estar inserido ¨em grupo¨.

Relembremos!!!  A neurose se expressa por um desequilibrio no funcionamento geral do individuo, que surge quando ele e o grupo do qual é membro vivenciam simultaneamente necessidades distintas, e o individuo, ¨perde contato¨, com a necessidade dominante (se a própria prevalece como a maior, ou a do meio mais potente…), se este tipo de situação é repetido muitas vezes, ou se um evento tem força o suficiente para marcar o individuo, o sentido do individuo em relação a seu ¨campo total¨ ficara alterado, o bastante para que perca a capacidade de ¨julgar¨ adequadamente o seu próprio estado de equilíbrio, ou desequilibrio em qualquer situação.

Ele responderá as situações de modo fixo, se apegando a eles teimosamente, sem perceber a necessidade de mudar, de se adaptar, que estão intrinsecamente relacionadas com sua vivência real da situação, que originaram o desequilibrio.

Que se apresentara em qualquer situação… A maneira de o neurótico enfrentar as situações é interropendo a si mesmo, e consequentemente buscando a interrupção de seu ambiente direto.

A formação e educação, do que ¨deve¨ aprender, ou ¨pode¨ fazer, o limita em sua experiência das relações do meio que se encontra, sua incapacidade de perceber, com seus¨ pontos cegos¨ de sua maneira de pensar, expressos pelo seu ¨inconsciente¨, é um dos muitos e variados exemplos do que ocorre.

A percepção que tem de ¨tudo¨, é um material, que na verdade nunca ¨alcançou¨ a classificação de tal característica, este material se fixou internamente, de acordo com o processo dominante, o qual comanda a percepção de forma ativa. O não percebido inclui, modelos de comportamento que rejeita , com justificativas superficiais, ações físicas próprias que não consegue explicar, linguajar com palavras que usa e não sabe o significado, etc.

Pois é considerado, real só o que é consciente, ou colocado de outra forma, o que é possível de classificar por causa de uma palavra, acreditamos na predominância da natureza ¨mental¨, o que não se torna palavra ¨rotulamos¨ como inconsciente (que também possui uma ¨natureza mental e desconhecida¨…), assim o significado concreto da vida se ¨esvai¨, este está nas relações ocorrentes, entre o organismo e seu meio que formam o campo total, em continuo movimento variado, que é o deveríamos classificar como ¨vida¨.

No neurótico, como ocorre um desequilibrio nas fronteiras de contato, e consequentemente afetando assim a totalidade de seu funcionamento, muitos dos seus processos funcionais, que estão em continuo movimento, ele não se da ¨conta¨ da dependência das relações entre o¨ percebido¨ e o ¨não percebido¨, o que inclui não só as atividades ¨mentais¨, que tanto utiliza, mas, sim a relação dela com os processos sensitivo-cognitivos e os processos motores, em suas variadas formas, que resultam no comportamento expresso.

Assim, quando o neurótico tem sintomas físicos, descrevemos sobre uma patologia psicossomática, que são alterações expressas de varias formas, e se mostram flagrantemente contrárias à coerência de qualquer doença física tradicional, e se mostram relacionadas diretamente com a situação mental e emocional daquele individuo, aproveitando-se da situação ou negando ela. O esquecimento, por exemplo, quando se mostra num padrão continuo e em situações especificas, é uma manifestação psicossomática, mas é improvável que qualquer diagnostica feito em cima de tal expressão de uma ação individual se baseie a relação do funcionamento dependente entre mente e corpo, existem outras como ulceras, asma e colite, que infelizmente qualquer tratamento habitual se baseia em drogas, e no apoio medico baseado na tradicional cisão entre mente e corpo.

Mas no nosso cotidiano vemos este tipo de manifestação, como as ¨dores de cabeça¨, que são usadas como desculpa para fuga em milhares de casos, por milhares de pessoas, não que seja uma mentira, existe uma relação física entre a situação que provoca a dor de cabeça (a qual o individuo sente como realidade física…), está se expressa em sua linguagem corporal que diz ¨esta situação me dá dor de cabeça, e o culpado é você…(ou aquilo.)¨.

A dor de cabeça se torna assim, parte do mecanismo de evitação do contato.

O que deveria acontecer era o contrario, pois cada parcela de excitação (prazerosa ou desprazerosa, tanto faz…), que ao organismo ocorre ao receber no interagir, em todo o momento, deveria habilitá-lo a lidar com a situação real, pela transformação da excitação, em sentimento interno e posteriormente em emoção e ação pertinente.

Mas normalmente ocorre que a excitação é dirigida contra-si, pelo individuo neurótico, uma função de apoio é transformada em uma inibição, e assim, ¨estimulada¨ a criar uma manifestação psicossomática, que predominantemente levará a um sintoma. É evitado assim lidar com a totalidade da experiência, que o individuo busca evitar, fazendo com que ele busque sua manutenção, através do uso continuo de medicamentos ou a considerando trivial e ¨estoicamente¨ a suportando.
Mas para o neurótico, ele acredita que qualquer contato que faça com o meio a sua volta, é de sua iniciativa ¨criadora¨, apesar de ser baseada em suas experiências pessoais do passado próprio, o que se mostra em sua totalidade, ilusório com a função única de satisfazer a fixação que o mantem daquele jeito.

Não é um contato, e sim um ¨não-contato¨. Pois o contato envolve a avaliação das relações que se expressam, através da avaliação do que o outro é de fato, não do que pretende que seja, ou represente (de acordo com seus desejos…).

Para o neurótico, seu passado, não é relevante quando a situação presente, se apresenta ¨ameaçadora¨, ele utiliza seu passado, como justificação de seu comportamento imediato, e assim a essência se torna mais importante que o processo que estas ocorrendo em sua relação com o meio, O ideal seria que ele tivesse sua ¨atenção¨ ao processo, pois este é ativo, ocorre no ¨hoje¨, pois ele procura uma solução fácil, tem preguiça de assimilar o mundo como ele realmente é, o que interfere em seu funcionamento continuo, que se expressa em seu desenvolvimento e auto-realização.

Mas o neurótico não se agüenta, é uma acumulação de introjeções mal resolvidas, ele procura atalhos, enquanto persistir na continuidade e manutenção de seu padrão fixo, lhe faltará apoio verdadeiro, pois ele não tem iniciativa, não assume ¨riscos¨, ele engole tudo ¨cru¨, e assim, consistentemente interrompe o processo natural de desestruturação e assimilação do que quer que seja.

Assim ele ¨vomita¨ na primeira oportunidade, pois sente repugnância, mas para isto ocorrer, ele precisar manipular a situação, para ter o objeto certo, no momento certo, que proporcione a possibilidade, o que faz, com o tempo que ele deixe de sentir a repugnância, pois o meio irá permitir cada vez\ menos chances de que ele possa vomitar sua introjeção ¨de volta¨. Ou ele evitara a experiência ameaçadora, por um elaborado sistema de justificativas, que aparentam serem coerentes e verdadeiras, para ele, ele não percebe que o problema não esta na ¨experiência¨, mas no fato de ¨engolir por inteiro¨, conselhos, valores dos outros, sem se colocar em primeiro lugar, para que tome suas próprias decisões, papeis e outras potencialidades.

Assim temos um padrão que se orientado e organizado de forma correta, levará o individuo neurótico, a sair desta situação, e tornar-se um individuo integrado em funcionamento com sua totalidade em constante mudança, o que resultará na conquista de sua verdadeira felicidade.

* Referências

-CARTWRIGHT D. AND FESTINGER L: ¨A QUANTITATIVE THEORY OF DECISION¨, PSYCHOLOGICAL REVIEW, 1.943, 50, 595.

-FRENCH J.R.P.Jr: ¨DISRUPTION AND COHESION OF GROUPS¨, JOURNALOF ABNORMAL AND SOCIAL PSYCHOLOGY¨, 1.941, 36, 361-378.

-LEWIN K: ¨THE CONCEPTUAL REPRESENTATION AND THE MEASUREMENT OF PSYCHOLOGICAL FORCES¨, DURHAM, and N.C: DUKE UNIVERSITY PRESS, 1.938

-WELLMAN B.L: ¨OUR CHANGING CONCEPT OF INTELLIGENCE¨, JOURNAL OF CONSULTING PSYCHOLOGY, 1.938, 2, 97-107.

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