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O adolescente em conflito com a lei: necessidades de intervenção e trabalho desenvolvido

8ª Jornada de Análise do Comportamento – UFSCar – 2009

Paloma Pegolo de Albuquerque
Projeto Juventude e Esperança

Apresentação de Painéis

No trabalho com adolescentes em conflito com a lei deve-se considerar a estrutura familiar, o grupo social, e a influência da cultura para entendimento dos comportamentos antissociais e assim delinear atendimentos adequados. O objetivo desse trabalho foi caracterizar os adolescentes inseridos na medida socioeducativa de Liberdade Assistida de uma cidade do interior de São Paulo atendidos num Projeto social durante o ano de 2008, apresentando suas principais necessidades de intervenção. Participaram do estudo 76 adolescentes inseridos num Projeto social de um município de pequeno porte do interior de São Paulo. Para obtenção dos dados foram consultados os protocolos de atendimento dos adolescentes, bem como um instrumento de coleta de dados preenchido pela equipe técnica. Dos adolescentes atendidos, 86% eram do sexo masculino e 14% do feminino; e a idade variava de 13 a 20 anos, mas a maioria, 60%, tinham entre 15 e 17 anos. Quanto à escolarização, 44% dos adolescentes não estavam estudando; 42% frequentavam o Ensino Fundamental; e 14% o Ensino Médio. Em relação ao trabalho, 67% não trabalhavam; e, dos 33% que trabalhavam, apenas 3% tinham registro em carteira assinada. Percebeu-se que as principais dificuldades dos adolescentes eram o baixo desempenho escolar e/ou evasão escolar, com consequente inserção deficitária no mercado de trabalho; e uma socialização inadequada na família, com condições ambientais que reforçavam o comportamento delinquente. O acompanhamento familiar mostrou-se imprescindível, e por isso foram realizados em média 20 atendimentos por mês com os familiares, além de visitas domiciliares. Tanto nos atendimentos individuais, quanto nas reuniões grupais com os adolescentes, buscou-se a conscientização acerca dos seus comportamentos e as consequências, principalmente em relação à evasão escolar. Percebeu-se que é necessário um acompanhamento maior nos diversos contextos em que esses jovens estejam inseridos, realizando encaminhamentos dentro da rede social. Deve-se possibilitar que eles aprendam novas habilidades sociais e facilitar a manutenção destas habilidades no seu ambiente.

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