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Da entrevista comportamental ao Organizational Behavior Management (OBM): O que o analista do comportamento pode e tem feito pelas organizações?

A presente coluna apresenta sintetizadamente o conteúdo ministrado em conferência na II JAC (Jornada de Analise do Comportamento) de Jundiaí. Quando a comissão organizadora da II JAC Jundiaí me fez o convite para lalestrar sobre a prática do analista do comportamento nas organizações em setembro de 2009, honrado, aceitei sem hesitar e hoje, compartilho com esta comunidade de grande renome que é o Redepsi.

Objetivo da coluna:
 
Esta coluna objetivou sintetizar o conteúdo da mesa apresentada à II JAC (Jornada de Analise do Comportamento) de Jundiaí sobre: "Da entrevista por competência ao Organizational Behavior Management (OBM): O que o analista do comportamento pode e tem feito pelas organizações."
 

Contextualização da mesa:
 
O JAC atende de modo geral a proporção de alunos entre o 1º e o ultimo ano da graduação de psicologia que apresentem alguma afinidade ou curiosidade frente a abordagem comportamental. Ao pensar no conteúdo da mesa, tomei como delineamento as reenvindicações dos alunos presentes em outras JACs e congressos de analise do comportamento nos quais indagam a falta de conteúdo prático –teórico sobre a atuação do psicólogo analista do comportamento presente nas organizações. Aqui, já estava diante minha primeira dificuldade: "como atender as expectativas dos alunos estando frente a uma abordagem psicológica que luta contra fama de reducionista, modificadora de comportamento e / ou mecanicista?".
 
Por Insigth ou não, tive a idéia de compor uma mesa cujo o título instigasse a participação, mas seu conteúdo não tivesse obrigatoriedade alguma frente a capacitação de seus ouvintes enquanto novos aplicadores de técnicas. Como isso foi possível? Confeccionei uma mesa que devolvesse aos alunos através de provocações andragógicas metodológicas, epistemológicas, institucionais e afins acerca do que e como o analista do comportamento poderia e estava fazendo via estudos e relatos de casos em cada subsistema de recursos humanos.
 

Público Alvo:
 
Estudantes do 1º ao 5º ano, psicólogos recém formados e / ou que estivessem em busca de conhecimento sobre a atuação do psicólogo analista do comportamento nas organizações.
 

Plano de Aula:
 

1º Parte
 
A primeira parte da mesa concentrou-se em retomar rapidamente conhecimentos básicos do arcabouço teórico behaviorista radical e do arcabouço teórico da administração de recursos humanos para que em um segundo momento pudéssemos refletir com maior propriedade sobre a prática do analista do comportamento nas organizações (Interlocução teórica entre ambas as ciências: Psicologia e Administração de Empresas).

Principais temas abordado sobre a analise do comportamento: Behaviorismo radical enquanto filosofia da analise do comportamento, noção de comportamento, avaliação funcional, delineamento de sujeito único, comportamento operante, reflexo e verbal.

Principais temas abordado sobre a administração: Noção de Sistema, Noção de Subsistema, Conceito de Organização, Contexto Sócio – econômico brasileiro, focos e objetivos da gestão de pessoas.
 

2º Parte
 
Na segunda parte da mesa, foi apresentado aos alunos relatos de casos do autor e de colegas da área sobre a atuação do analista do comportamento em cada subsistema, utilizando tais apresentações para construir com os ouvintes o que de melhor pode e poderia ser feito, o que dos atuais estudos de caso possuem de incoerente com a proposta do behaviorismo radical, etc.

Principais conceitos apresentados no recrutamento e seleção: Noção de competência, seleção por competência, entrevista comportamental, avaliação funcional, escolha do repertório comportamental X para o cargo X, avaliações funcionais em entrevistas, etc.

Principais conceitos apresentados no treinamento e desenvolvimento de pessoas: Controle de estímulos, e-learning, avaliação de desempenho, o que é desempenho, promoção e construção de contingências de reforçamento em ambiente natural do funcionário para continuidade de repertório adquirido em ambiente de treinamento, planejamento comportamental em cenários de sucessão de carreira, desenvolvimento organizacional, etc.

Principais conceitos apresentados em Cargos e Salários: Esquemas de reforçamento, economia de fichas, descrição topográfica e funcional de cargos, uso dos salários como fator de motivação comportamental, operação estabelecedora, etc.

Principais conceitos apresentados na administração de benefícios: Confecção de planos de motivação e manutenção de repertórios comportamentais, o que é benefício, noções de controle na analise do comportamento, o que é reforçamento, saciação, intermitência x reforçamento contínuo, etc.

Principais conceitos apresentados na segurança e medicina do trabalho: Adesão aos equipamentos, conseqüência em diversos tipos de comportamentos, empareamento de estímulos, fading, fading out, etc.

Principais conceitos apresentados no OBM: Missão, valores, pint points, diagnóstico, sistemas de mensuração, como implementar soluções, como avaliar resultados, cultura e clima organizacional, macrocontingências, metacontingências, etc.
 

Conclusão:
 
É óbivio que todo este conteúdo não caberia em nem mesmo 20 mesas! Entretanto a forma que o conteúdo foi articulado foi exatamente para provocar os ouvintes tão carentes de técncias o quanto séria é esta vertente teórica e o quanto ela tem conseguido ganhar seu espaço nas organziações tendo sempre a frente a sólida formação teórico – filosófico –metodológico – ético e científico do psicólogo que se propõe a defendê-la, que há certamente infinitas limitações da ciência administrativa e de seus dirigentes focados em custos, prazos e resultados que certamente atrapalharão ou comprometerão as intervenções deste psicologo.
 
Indicou-se ainda, instituições como o redepsi e o Núcleo Paradigma, sites como www.obmnetwork.com e scielo, livros como os da coleção sobre comportamento e cognição, grupos de estudo no yahoo, teses de mestrado e especializações recentes entre outras ferramentas de acesso ao conhecimento que tem tomado a frente de publicações e divulgação da prática analítico – comportamental nas organizações.
 
Mesmo para aqueles que não puderam estar presentes na II JAC de Jundiaí, deixo aos interessados a sugestão de acompanhar a produção científica da área, embora suspeito para falar, afirmo que área é fascinantemente reforçadora e promete revoluções democraticamente anti – mentalistas na forma em que se propõe a compreender o homem, o mundo e as relações entre eles.

Agradecimentos:

Agradeço a II Comissão organizadora pela oportunidade e reconhecimento, a coordenadora do curso de psicologia da Unianchieta para receptividade e aos ouvintes pela participação.

Comissão Organizadora da II Jac jundiaí:

Amilcar R. Fonseca Júnior
Anderson F. Rossini
Caroline Gonçalves
Cíntia A. Matos
Djalma F. Freitas
Fernanda Croaro F.
Meire Matsuura
Sidinei Rolim
Tataína Pickart
Tatiane Castro
Thiago Leite

Acesso à Plataforma

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