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Cientistas dizem ser capazes de neutralizar memórias traumáticas

Cientistas americanos dizem ter conseguido neutralizar memórias associadas a sentimentos de medo. Segundo os especialistas, quando uma experiência traumática é relembrada, inicia-se um período de seis horas dentro do qual essa memória pode ser transformada, de negativa para positiva.

Cientistas americanos dizem ter conseguido neutralizar memórias associadas a sentimentos de medo. Segundo os especialistas, quando uma experiência traumática é relembrada, inicia-se um período de seis horas dentro do qual essa memória pode ser transformada, de negativa para positiva.

Em artigo publicado na revista científica Nature, a equipe da New York University, em Nova York, chama esse intervalo de tempo de "janela de reconsolidação", e ressalta que a técnica só funciona se for aplicada dentro desse intervalo.

Os especialistas esperam que seu trabalho ajude pessoas que sofrem de condições como o transtorno de estresse pós-traumático.

Abordagem 'natural'

Como parte do experimento, voluntários foram conectados a eletrodos e receberam choques enquanto eram expostos a imagens de quadrados de cores diferentes.

O objetivo era fazer com que os participantes sentissem medo da imagem, o que de fato ocorreu.

Um dia mais tarde, os pesquisadores trabalharam para neutralizar o sentimento de medo. O tratamento consistiu em expor os voluntários à mesma imagem, desta vez, sem que recebessem os choques.

Eles constataram que a técnica funciona, mas apenas se o participante é encorajado a recordar a experiência amedrontadora dentro de um perído de até seis horas até o início do tratamento.

Os pesquisadores verificaram também que o tratamento bloqueou o sentimento de medo apenas em relação ao quadrado com a cor específica a que a lembrança estava associada, o que indica que o processo de neutralização da memória seja bastante específico.

Tempo

"Talvez o tempo tenha um papel mais importante no controle do medo do que pensávamos", disse a chefe da equipe, Elizabeth Phelps, da New York University.

"Nossa memória reflete o último resgate que fizemos dela, ao invés de um relato exato do evento original", disse Phelps.

Segundo Phelps, os resultados indicam que "uma abordagem natural, não farmacológica, é mais efetiva para administrar memórias emocionais".

Uma especialista em transtorno de estresse pós-traumático do Institute of Psychiatry, em Londres, disse que falar sobre a lembrança traumática pode ajudar. "Este é um elemento comum em terapias", disse.

"As pessoas precisam se dar conta de que é a memória que é amedrontadora e não a realidade."

Fonte: BOL Notícias

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