"Cada gene individualmente tem um efe ito muito pequeno. Só a soma de todos esses genes é que determinam o efeito geral", explica António Ferreira de Macedo, investigador da FMUC que, com Maria Helena Pinto de Azevedo, é um dos co-autores do artigo publicado na edição da última quarta-feira daquela revista.
Uma nota de imprensa do gabinete de comunicação da Reitoria da Universidade de Coimbra refere que o estudo permitiu identificar associações significativas num gene do cromossoma 22, numa vasta região do cromossoma 6, e num gene localizado no cromossoma 2, mas acrescenta que, não obstante o predomínio genético, para a doença contribuem ainda factores ambientais.
"Se forem descobertos os mecanismos causais da doença poderão ser desenvolvidos fármacos que intervenham melhor nesses mecanismos", explica o investigador António Ferreira de Macedo.
O estudo desenvolvido pelo Consórcio Internacional para a Esquizofrenia comparou ainda os resultados obtidos com amostras de doentes bipolares, concluindo que um número significativo dos genes envolvidos no caso da esquizofrenia é comum à doença bipolar.
A amostra, que reuniu os dados recolhidos ao longo de vários anos por diversos centros de investigação europeus, nomeadamente da FMUC, envolveu 3.322 europeus portadores de esquizofrenia e 3.587 pessoas no grupo de controlo (pessoas sem a doença).
Fonte: DN Ciência