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Jean Piaget = Uma singela homenagem.

Jean Piaget, um dos maiores pensadores da história e a sua epistemologia genética, como resultante do pensamento infantil.

Pensamos nesse trabalho trazer a público, um dos mais importantes pensadores no campo da Psicologia. Seus trabalhos versam sobre o pensamento infantil, sua aquisição e suas vicissitudes.
 
Dados Biográficos: Piaget nasceu em Neuchâtel, na Suíça, em 1896. seu pai escreveu sobre a literatura medieval e também sobre a história de Neuchâtel. Sua mãe era, nas palavras do próprio Piaget, uma mulher inteligente, enérgica, e de uma real bondade. Contudo, acrescenta Piaget, seu temperamento neurótico tornou nossa vida familiar bastante difícil. Pela instabilidade materna, Piaget diz ter abandonado os brinquedos muito precocemente, trocando-o pelo trabalho sério. Seus primeiros interesses pela Psicologia, referiam-se aos “Problemas da Psicanálise e da Psicologia Patológica”. Muito embora tivesse muito interêsse por essa área, sempre preferiu o estudo dos “casos normais e do funcionamento do intelecto.
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Mais do que se pode pensar, Piaget interessou-se muito pela Psicanálise também, tendo se submetido a uma Psicanálise Didática para saber do que se tratava. Em 1933, a Revue Fançaise de Psychanalyse publicou um artigo seu intitulado “La Psychanalyse et le Développement Intellectuel”. O pesquisador-pensador do qual temos conhecimento, parece ter sido o resultado da “instabilidade materna e do modelo paterno”. Nos dizeres do próprio Piaget: “Fundamentalmente, sou um ansioso que só o trabalho alivia. Sou sociável e gosto de ensinar, mas sinto uma necessidade compulsiva de solidão e de contato com a natureza(…)”.

Piaget, no dizer de vários de seus biógrafos, foi um menino precoce, sendo que entre 7 e 10 anos, interessou-se pela mecanica, pelos pássaros, fósseis e conchas marinhas. Na verdade, Piaget dedicou a sua vida numa tentativa de estudar e de conhecer a “explicação biológica do conhecimento”. Após seus estudos em Ciências Naturais, parte para Zurique para trabalhar num laboratório de Psicologia. Depois segue para Paris, onde por dois anos segue os cursos da Sorbonne e acompanha as apresentações de doentes em Sait-Anne. É encarregado da padronização dos testes de raciocínio de Burt. Conversando livremente com as crianças sobre as questões-tipo que existem no teste de Burt, Piaget estrutura aquele que será o seu método original: o método clínico, o qual obteve inspiração através do método experimental e pelo método de interrogação clínica da Psiquiatria. Diz ele: “desde o início, eu estava convencido de que o problema das relações entre organismo e meio colocava-se também no domínio do conhecimento, aparecendo então como o problema das relações entre o sujeito atuante e pensante e os objetos de sua experiência. Apresentava-se a mim a ocasião de estudar esse problema em termos de psicogênese”. Aquilo que lhe interessava, na verdade, era “a gênese das estruturas lógicas fundamentais( inclusão e multiplicação das classes, composição das relações, estruturas de ordem, etc), e a elaboração das categorias do pensamento( numero, espaço e tempo). Piaget havia pensado inicialmente em dedicar dois ou três anos ao estudo do pensamento infantil, mas esse estudo lhe tomará mais de cinquenta anos.
 
Sabemos que a produção científica de Piaget foi considerável, e nessa perspectiva abordou o estudo do desenvolvimento do pensamento, mas iniciando pelos fatores mais periféricos(meio social, linguagem) e conservando presente em seu espírito a sua meta que era a de atingir o mecanismo psicológico das operações lógicas e do raciocínio causal.
 
O Método Clínico de Jean Piaget : esse método foi criado como um vetor resultante de suas grandes questões, a saber:
 
= Qual é a gênese das estruturas lógicas do pensamento da criança? Como funcionam? Quais processos do conhecimento que a criança põe em ação? Essas questões inserem a epistemologia genética no âmbito da epistemologia geral.
 
A idéia de que existe uma gênese nas formas lógicas do pensamento, traz em sí a interrogação sobre quais são as etapas de sua constituição, assim como sobre qual o seu fundamento. Quando Piaget iniciou seus estudos sobre essa temática, quais eram os subsídios em termos de Psicologia, com os quais ele contava?
 
= O método dos testes, onde a criança era submetida a provas organizadas.
 
= Método da observação pura.
 
Piaget buscava portanto, evitar tanto os inconvenientes dos testes quanto os do método da pura observação, mas procurava conservar o melhor de ambos. Em outras palavras, “ superar o método de pura observação, mas sem cair no inconveniente dos testes(…) atingir as principais vantagens da experimentação”. Assim, emprega o método clínico, “de maneira a nada perder do que poderia surgir em matéria de idéias delirantes”,mas também “levá-lo docemente em direção a zonas críticas sem saber onde a idéia delirante há de aflorar”. O método clínico de Piaget é um método de conversação livre com a criança sobre um tema dirigido pelo examinador, que pede a criança que justifique suas respostas, lhe faz contra-sugestões, etc.
 
Ao longo de toda obra, o método clínico vai sofrer uma modificação:
passa de um material puramente verbal, a um material constituído por experiências. Por exemplo: colocar as crianças diante de um copo d'água, dar-lhes pedrinhas, pedaços de madeira, de cortiça, de cera, etc e indagar-lhes o que se passará se forem colocados dentro d'água, pedir que expliquem o que se passa de fato, quando um grande pedaço de cortiça flutua, enquanto uma pedrinha menor vai ao fundo. Assim, a linguagem é ainda conservada, mas já não será o único suporte da experiência; ela começa a intervir apenas para justificar ações concretas realmente efetuadas.
 
Construção do conhecimento: como se constitui e através de que mecanismos?

Um Resumo:

A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Em outras palavras, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e após, uma assimilação e o equilíbrio é, então, alcançado. Quando o equilíbrio se rompe, o indivíduo age sobre o que o afetou buscando se reequilibrar. E para Piaget, isso é feito por adaptação e por organização.

Esquema:

Autores sugerem que imaginemos um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio.
São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se cada vez mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos.

Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.

Assimilação:

É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento, …) a um esquema ou estrutura do sujeito.

Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas.

Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui.

Acomodação:

É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado.
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas:
Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou
Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação.
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.

Equilibração:

É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece.

OBSERVAÇÃO: quero esclarecer que o RESUMO final desse trabalho não é de minha autoria, mas sim que foi extraído do GOOGLE.

Tovar Tomaselli

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