Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 16 de maio de 2006 pela banca examinadora constituída pelos professores:
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JUAREZ CALHEIROS
Professor orientador
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MARIA DA CONSOLAÇÃO QUEIROZ DA SILVA
Professora da disciplina TCC II
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LEILA OTERO B. MACHADO
Professor Membro
DEDICATÓRIAS
Dedico este trabalho a minha mãe Terezinha Batista, que sempre se mostrou como um exemplo de luta e dedicação à família, meu pai Manoel Cabral por ter servido de exemplo para me formar um ser digno e honesto.
À minha filha Kertlen Sophia, a quem desejo que encontre a felicidade em cada dia de sua vida, percebendo que tanto o seu passado como o futuro está em seu presente.
Ao mestre Juarez Calheiros, que acreditou em mim como um ser capaz e com possibilidades.
EPÍGRAFE
“… o fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-o de acordo."
(Ausubel, 2003)
Só existe passado bom, se no momento presente você não estiver organizando seu futuro.
(Wilton)
RESUMO
A aprendizagem pode ser utilizada em diversos aspectos para facilitar e contribuir com o dia-a-dia das pessoas, porém nesse caso em específico estaremos fazendo uso da aprendizagem cognitiva, que uma forma significativa de aprendizagem, para modificarmos os comportamentos disfuncionais existentes em indivíduos depressivos. Os transtornos depressivos são uns problemas de saúde pública, devido a sua alta prevalência e ao declínio na qualidade de vida e no funcionamento comportamental. Apesar disso, o que se nota é que há muita confusão na compreensão destes transtornos, a começar pela palavra “depressão”. Mesmo no meio médico, este termo é freqüentemente utilizado de maneira incorreta, demonstrando o desconhecimento das características clínicas e psicológicas da doença depressão. O objetivo desse trabalho foi contribuir para aumentar o conhecimento desta doença e como se pode modificar o comportamento diante da depressão, começando pelo que parece ser o mais simples, mas que causa grandes prejuízos no dia-a-dia do depressivo O presente trabalho examinou algumas questões teóricas e estudos empíricos a respeito do impacto da depressão no comportamento do indivíduo. Foram Analisadas as características da depressão e a influência desta no comportamento. Foram trabalhadas, em particular, as repercussões do estado depressivo através principalmente da aprendizagem cognitiva, para modificação comportamental. Os estudos revisados sugerem que o comportamento depressivo pode ser modificado através da reaprendizagem de novos comportamentos, permitindo assim a realização de um prognóstico baseado em fatores que possam ser satisfatório.
PALAVRAS – CHAVE: Aprendizagem, psicologia cognitiva, comportamento depressivo.
ABSTRACT
Learning can be used in diverse aspects to facilitate e to contribute with day-by-day of the people, however in this case in I specify we will be making use of the cognitive learning, that one forms significant of learning, to modify the existing dysfunctions behaviors in depressive individuals. The depressive upheavals are health problems public, which had its high prevalence and to the decline in the quality of life and in mannering functioning. Despite this, what note is that has much confusion in the understanding of these upheavals, to start for the word "depression". Exactly in the half doctor, this term frequently is used in way incorrect, demonstrating the unfamiliarity of clinical characteristics e psychological of the illness depression. The objective of this work is to contribute stops to increase the knowledge of this illness and as if can modify the behavior ahead of the depression, starting for that it seems to be simplest, but that cause great damages in day-by-day of the depressive present O work it will examine some questions and studies theoretical empiricists regarding the impact of the depression in the behavior of people The characteristics of the depression are analyzed and it influences it of this in behavior. They are argued, in particular, the repercussions of the state depressive through mainly the learning cognitive, for mannering modification the revised studies suggest that depressive behavior can be modified through the : Learning of new behaviors, thus allowing the accomplishment of a prognostic based on factors that can be satisfactory.
Key – words: Learning, psychology cognitive, depressive behavior.
1 INTRODUÇÃO.. 10
2 APRENDIZAGEM COGNITIVA PARA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DEPRESSIVO 12
2.1 Psicologia Cognitiva. 12
2.2 Aprendizagem Cognitiva. 16
2.2.1 Comportamento. 19
2.2.2 depressão. 23
2.2.3 Comportamento Depressivo. 26
2.3 Modelo Cognitivo da Depressão. 29
2.4 Mudança do Comportamento Depressivo Através da Aprendizagem Cognitiva. 34
3 METODOLOGIA.. 39
3.1 Tipo de pesquisa. 39
3.2 Método da pesquisa. 39
3.3 Procedimento da pesquisa. 40
3.4 Amostra da pesquisa. 41
4 CONCLUSÃO.. 43
REFERÊNCIAS.. 48
OBRAS CONSULTADAS.. 50
INTRODUÇÃO
A aprendizagem humana é iniciada com o nascimento ou até mesmo antes, e apresenta a sua finalização com a morte do indivíduo, fazendo-se uma característica presente constantemente de forma consciente ou inconsciente na vida das pessoas. Através do estudo da aprendizagem torna-se possível um esclarecimento maior a respeito do desenvolvimento do comportamento humano e tudo que o envolve no que diz respeito ao seu ajustamento no meio físico, psíquico e social.
Toda aprendizagem resulta em alguma mudança de comportamento daquele que aprende. Essas mudanças são observadas na maneira de agir, no fazer, pensar, gostar, expressar. Os estudiosos, comumente, agrupam esses produtos da aprendizagem em automatismos (motores, afetivos e cognitivos), sendo que, este ultimo, é o que mais nos interessa no desenvolvimento deste trabalho, Isto porque o homem é um organismo que pensa, sente e age. Mas eles não agem independentemente. Por outro lado, uma aprendizagem cognitiva possui relações afetivas e motoras. Assim, a aprendizagem apreciativa envolve a cognição e a motricidade.
A psicologia da aprendizagem traduz-se em uma das áreas da ciência da psicologia, e nesta pesquisa o estudo será focado diretamente para o estudo da aprendizagem cognitiva, onde através dos processos cognitivos, modificaremos o comportamento depressivo ou inadequado, esclarecendo eficácia da aprendizagem cognitiva para mudanças significativas desse comportamento, levando assim um bem estar para o individuo. O entendimento dos processos cognitivos desenvolvidos pela mente humana, que esta em constante mudança e evoluções, se faz muito importante também, onde este processo pode ser definido como os fenômenos que englobam o pensamento, percepções, memória e planejamento e organização desses fenômenos.
O processo de aprendizagem cognitiva para mudar o comportamento depressivo que nos parece ser desencadeado através pensamentos e percepções do aqui – agora, de forma que lhe causa sofrimento, pois isto acarreta pensamentos automáticos e inadequados do passado, futuro e o presente vivido pelo indivíduo, contribuindo para a elevação do sofrer, porém ao transformar o processo de pensamentos disfuncionais em funcionais será desenvolvido no individuo uma percepção de auto – eficácia, onde passa a se ver de forma mais adequada.
A pesquisa se desenvolverá de forma bibliográfica, contemplando, também, o tema da psicologia cognitiva, com o propósito de identificar o desenvolvimento do processo cognitivo da aprendizagem e a relativa e permanente ocorrência da mudança de comportamento depressivo dos indivíduos, sendo assim, pretende-se investigar os diversos processos que levam à aprendizagem cognitiva e alcançar através desta, a compreensão de que as mudanças de comportamentos disfuncionais para funcionais ou saudáveis, são viabilizadas por meio deste caminho, que é o processo pelo qual o mundo dos significados tem origem.
Daí desenvolver uma tentativa de aplicação de técnicas de aprendizagem cognitiva para a modificação de comportamentos depressivos. A depressão, é um dos distúrbios afetivos, é encontrada com freqüência na população, tendo maior incidência em mulheres, com caráter familiar, e apresentando episódio único ou forma recorrente. Sua identificação nem sempre feita, pois os indivíduos em geral não dão muita importância aos seus sintomas, na medida em que é um problema comum, sério, incapacitante, porém tratável. Calcula-se que, em um dado momento, de 13% a 20% da população apresentem algum sintoma depressivo, e que de 2% a 3% tenham suas atividades diárias seriamente prejudicadas pelo distúrbio afetivo, principalmente por desenvolverem um comportamento inadequado diante do mundo e em sua interação com este
2 APRENDIZAGEM COGNITIVA PARA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DEPRESSIVO
2.1 Psicologia Cognitiva
Cognição pode ser definida como o ato ou processo de conhecer, incluindo assim a atenção, a percepção, a memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e o discurso. Ainda assim, a cognição conceituada por Bock, Furtado e Teixeira (1999, p. 117):
[…] é o processo "através do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no mundo, estabelece relação de significação, isto é, atribui significado à realidade em que se encontra. Esse significado não são entidades estáticas, mas pontos de partida para atribuições de outros significados. Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os primeiros significados), constituindo-se nos pontos básicos de ancoragem dos quais derivam outros significados".
A psicologia cognitiva vem crescendo significativamente, abrangendo assim diversos aspectos acerca do entendimento do comportamento humano, identificando de forma coerente e priorizando os aspectos funcionais, acerca desse assunto comenta Fadiman e Frager (2004, p. 315):
A psicologia cognitiva não é, a rigor, uma teoria da personalidade. Tampouco ela forma um sistema único coerente, compreendendo, isto sim, uma variedade de teorias e aplicações terapêuticas com objetivos e métodos variados. Duas áreas da psicologia cognitiva são especialmente pertinentes para uma compreensão da personalidade humana. Uma envolve o mapeamento da estrutura do intelecto, e a outra envolve o desenvolvimento de técnicas terapêuticas para modificar o impacto do intelecto e do pensamento na vida emocional e no bem-estar do ser humano.
Piaget (1983) vem contribuir e muito no que diz respeito ao entendimento cognitivo do individuo, porém não teve como princípio a intenção pedagógica, mais ainda assim ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática ao mostrar a forma como o indivíduo estabelece desde o nascimento uma relação de interação com o meio. Relação esta com o mundo físico e social que promove seu desenvolvimento cognitivo.
As tentativas de explicação da forma como a cognição trabalha são tão remotas como a própria filosofia, de fato, o termo tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles. Com a separação entre psicologia e filosofia, a cognição tem sido investigada a partir de diversos pontos de vista.
Schultz e Schultz (2005) nos esclarecem acerca da evolução da psicologia moderna, que apesar do estruturalismo já não existir mais, este obteve grande sucesso em promover a empreitada que teve inicio com Wundt, que acabou estabelecendo uma ciência da psicologia totalmente independente e livre das limitações que na época era cercada pela filosofia. Daí inicia-se um processo de desenvolvimento da psicologia com behaviorismo, gestalt (que enfatizava a consciência) e psicanálise, porém nenhuma dessas escolas obteve total adesão dos membros interessados em psicologia.
Porém foi em meados dos anos cinqüenta, que a psicologia cognitiva destacou-se como o campo que estuda a cognição a partir da organização da informação cognitiva, estabelecendo assim um paralelismo entre as funções do cérebro humano e os conceitos presentes nos computadores, que são evidenciados como codificação, armazenamento, reparação e memorização de informação. Porem essa evolução ocorreu de forma gradual e silenciosa.
Assim nos fica claro que o processo de evolução da psicologia não ocorreu de uma hora para outra, como salienta Schultz e Schultz (2005. p. 428):
Assim como todos os movimentos revolucionários da psicologia, o movimento cognitivo não surgiu de uma hora para outra. Muitas das características já haviam surgido antes. O interesse na consciência era claro, no período inicial da psicologia, antes da disciplina ser considerada uma ciência formal. As obras dos filósofos gregos Platão e Aristóteles mencionavam os processos do pensamento, como também o faziam as teorias dos associacionistas e empiristas britânicos.
As ciências cognitivas vêm afirmando-se como a construção de uma nova ciência dos fenômenos constitutivos dos aparelhos e os comportamentos psicobiológicos e das interações entre estes aparelhos e os comportamentos humanos, no que se refere também às suas formas altamente simbólicas, tais como as linguagens e as culturas.
Schultz e Schultz (2005) prosseguem dizendo que no domínio das ciências cognitivas, uma definição é sempre uma problemática, que constitui o lado apaixonante e enriquecedor deste espaço de debates e reflexões. Assim, estas ciências, acabam por se tratar, muitas vezes, de interrogações sobre o Homem que remontam mesmo aos primórdios da filosofia. Unidas pela preocupação comum com as relações mente e corpo, e com as modelizações possíveis desta relação, com a análise dos funcionamentos aí implicados, ou com as condutas daí derivadas, as disciplinas diretamente ligadas às ciências cognitivas são as neurociências, a inteligência artificial, a filosofia, a psicologia e a lingüística
Os psicólogos sociais escreveram, desde a década de 60, intensivamente, sobre o tópico da consistência cognitiva, ou seja, a tendência que as crenças e atos de uma pessoa têm para esta ser logicamente consistente entre as outras. Quando emerge a dissonância cognitiva, ou a lacuna de tal consistência, a pessoa procura, inconscientemente e constantemente retomar a consistência através da mudança de comportamentos, crenças ou percepções. Deste modo, o estilo cognitivo é a forma como um indivíduo, em particular, classifica as cognições, impondo, assim, a ordem desejada no seu discurso, em qualquer situação, e nas suas relações com a sociedade.
Esta compreensão é também compartilhada por Aroldo, Eveline e Bernardo (1999, p. 68):
É através da percepção de nos mesmos (nosso sexo, as características de nossa família, nossa preferência, etc.) e da percepção de como nos relacionamos com outros e de como nos comparamos com outras pessoas que nosso autoconceito se forma. Consequentemente, podemos dizer que formamos uma imagem de nós mesmos basicamente da mesma maneira que formamos uma impressão acerca de outra pessoa.
Aroldo, Eveline e Bernardo (1999) vêm a nos trazer uma visão de mundo de cada individuo e a forma como este se relaciona com o não eu, para daí a partir das percepções que são eminentemente individuais, passa-se então a nortear nosso comportamento com possíveis lapidações com o propósito de adequar-se ao mundo em que vive, passando também a criar um autoconceito, porem todo esse processo é organizado pela cognição do indivíduo.
Dessa forma a construção do conhecimento da ciência cognitiva começa a destacar-se de forma gradativa e consciente, observando diversos aspectos do ser humano.
Rangé (2001) faz comentários do ponto de vista filosófico histórico das ciências cognitiva, o que acabou por clarificar que as teorias como um todo, começou a destacar a importância da aprendizagem no desenvolvimento do comportamento humano, se não o mecanismo principal para a explicação do comportamento específico em um determinado momento, e a partir desta visão começa-se a desenvolver diversas pesquisas nesta área direcionando assim para a sustentação da formulação de diversa teorias da aprendizagem caracterizando assim uma fase chamada de neobehaviorismo, que assim como as diversas escolas existente, vem contribuir significativamente para o crescimento da ciência cognitiva que é a mais importante neste momento na construção deste capítulo.
O entendimento histórico se torna de fato importantíssimo para que então possamos entender onde nos encontramos nesse momento científico, onde se acredita ser importante fazer uma direta entre o ambiente e o comportamento em termos funcionais, onde essa evolução histórica acaba sendo comentada de forma esclarecedora por Rangé (2001, p. 15):
Mais tarde, nos anos 60, a disseminação da chamada "revolução cognitiva" na pesquisa básica em psicologia, provocou também uma "revolução cognitiva" no behaviorismo. Aos poucos, modelos cognitivos como o de Ellis (1962), Bandura (1969, 1977, 1989) e Beck e seus colaboradores (1977, 1985, 1990, 1993) foram sendo introduzidos e progressivamente aceitos, sendo que, atualmente, a sua influencia é tal que ate mesmo a escola behaviorista, tanto em termos de pesquisa básica quanto em termos de aplicação clinica, passa a ser chamada de "cognitivo-comportamental". E a volta do behaviorismo metodológico em contraposição ao behaviorismo radical skinneriano.
De certa forma a psicologia cognitiva parece ter nascido do behaviorismo, mas não, isso não se confirma, pois a psicologia cognitiva é sim uma linha da psicologia que acabou adquirindo todas as informações acerca da consciência e do comportamento para edificar a sua construção que foi gradativa até então.
Davidoff (2001) comenta acerca das idéias de William James, onde o mesmo coloca que as idéias da psicologia artificial ou behaviorista são ineficazes, pois para ele as observações de se mesmo e de outros acerca dos desafios da vida cotidiana trás um funcionamento mais eficaz de seu comportamento, sendo assim essa psicologia mais prática, tentava captar os interesses da mente em funcionamento, caracterizando assim a consciência, que era algo pessoal e único, como mudança contínua e modificando-se constantemente, tornando-se notável como a consciência e demais processos mentais contribuem para que as pessoas se ajustem as experiências vividas.
2.2 Aprendizagem Cognitiva
A aprendizagem cognitiva é considerada dinâmica e constante, emergindo de dentro do individuo, através das informações já introjetadas, que vai sendo projetada para um novo objeto no mundo exterior que é sugado para o mundo interior do individuo, passando assim a fazer parte deste mundo interior do individuo, reiniciando tudo novamente configurando assim uma busca constante para o mundo exterior.
Ausubel (2003) em sua teoria da aprendizagem prioriza a aprendizagem cognitiva, que é a integração do conteúdo aprendido numa edificação mental ordenada e constante, a estrutura cognitiva, sendo que essa estrutura cognitiva representa todo o conteúdo informacional armazenado por um indivíduo, sendo organizado de certa forma em qualquer modalidade do conhecimento. O conteúdo previamente detido pelo indivíduo representa um forte influenciador do processo de aprendizagem, daí então novos dados serão assimilados e armazenados na razão direta da qualidade da estrutura cognitiva prévia do aprendiz.
Diante disso pode-se entender então que todo esse processo ocorre em uma edificação constante da aprendizagem do individuo, resultando então inevitavelmente em mudanças de comportamento que podem ser funcionais ou disfuncionais, dependendo diretamente de todo conteúdo organizado desde o nascimento ate o momento atual.
Ausubel (2003) continua, afirmando que, esse conhecimento anterior resultará num "ponto de ancoragem" onde as novas informações irão encontrar um modo de se integrar a aquilo que o indivíduo já conhece, configurando assim a experiência cognitiva, porém, não influencia-se apenas unilateralmente, pois apesar da estrutura prévia orientar o modo de assimilação de novos dados, estes também influenciam o conteúdo do conhecimento já armazenado, resultando numa interação evolutiva entre "novos" e "velhos" dados. Esse processo de associação de informações interrelacionadas denomina-se Aprendizagem Significativa.
Campos (1998, p. 30), vêm também contribuir com novas idéias acerca da aprendizagem cognitiva, dizendo:
Assim a aprendizagem pode ser definida como uma modificação sistemática do comportamento, por efeito da pratica ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento. <<comportamento>>, aqui, não é tomado apenas no sentido de reações explicitas ou de ação direta sobre o ambiente físico, como manipular, locomover-se, juntar coisas, separa-las, construir; mas, também, no de reações simbólicas, que tanto interessam à compreensão da vida social, observadas em gestos na fala, na linguagem gráfica, como, ainda, no de comportamentos implícitos, que as reações simbólicas vêm a permitir, como perceber, compreender, imaginar e pensar de modo coerente.
Segundo esta autora, o fato de se conseguir aprender, esta diretamente ligada a introjeção verdadeira destes conteúdos, que por sua vez se traduz na mudança de comportamento do individuo, comportamento este que passa a agir de maneira que tanto seus conhecimentos como experiências e praticas, estejam constantemente se renovando, para que se esteja realizando assim, um processo de aprendizagem e reaprendizagem, através dos processos cognitivos, porém isso ocorre inúmeras vezes.
Esta mesma autora ainda ressalta, o quanto se faz importante o fator ambiental, no processo de aprendizagem do ser humano, e diz, (CAMPOS, 1998, p.31):
[…] aprendizagem é uma modificação sistemática do comportamento ou da conduta, pelo exercício ou repetição em função de condições ambientais e condições orgânicas. Nesta definição verifica-se que a modificação do comportamento é uma variável dependente das condições ambientais e orgânicas, enquanto que esta ultima constituem as variáveis independentes, isto é, que ocorrem com nosso controle ou não.
Uma das principais formas de aprender é a aprendizagem cognitiva. Nela, os componentes ideativos estão mais ligados, as partes neurológicas, logo irão prevalecer. Segundo Campos (1998, p. 53) "a aprendizagem cognitiva é aquela cujo processamento, predomina os elementos da natureza intelectual, tais como a percepção, raciocínio e memória, etc.
Do ponto de vista cognitivo pode-se afirmar que para que ocorra uma boa solução, faz-se necessário que o individuo tenha contato com as diversas partes do problema, porém isso ainda não garante a solução da problemática, ou seja, tudo depende principalmente de como o problema é apresentado.
De acordo com os cognitivistas, o método de apresentação do problema permite uma estrutura perceptual que leva ao insight, isto é, à compreensão interna das reações essenciais […]. Por exemplo, quando montamos um quebra-cabeça e "sacamos" o lugar de uma peça sem termos feito tentativas anteriormente. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999, p.116)
Pode-se afirmar então que a capacidade de aprender é uma das mais importantes habilidades do ser humano, pois isto irá levá-lo à mudança de comportamento, bem como a sua evolução. Porém, faz-se primordial entender como isso ocorre para que se possam ter instrumentos que auxiliem este aprendizado, e isso somente pode ocorrer através do entendimento dos processos cognitivos da aprendizagem. Diante disto, pode-se afirmar que se faz importante o entendimento dos elementos básicos da aprendizagem, pois isto nos dará uma compreensão de como e porque ocorrem certas disfunções na aprendizagem.
Segundo Anderson (2004, p.2), que nos trouxe contribuições significativas acerca do assunto, diz:
Se realmente soubermos como as pessoas adquirem conhecimento e habilidades intelectuais e como executam feitos inteligentes, também seremos capazes de aperfeiçoar seu treinamento intelectual e seu desempenho.
Portanto, é possível perceber o quão importantes são as explicações a respeito de como acontecem os processos que vêm a gerar uma significativa aprendizagem e, também a importância de o próprio Indivíduo ter conhecimento dos processos pelos quais ocorrem os seus comportamentos aprendidos.
Saber (1997), em seu livro acercas das idéias de Piaget sobre a construção da conduta do individuo, vem trazendo uma visão de que, de uma forma geral, toda e qualquer conduta e comportamento emergido pelo individuo, tem um aspecto estrutural ou cognitivo, envolvendo também um aspecto afetivo, com uma ligação direta um não funciona sem o outro, sendo assim a percepção afetiva pode ser causa de uma aceleração ou atraso no desenvolvimento das estruturas, o contrario também acontece, pois quando as dificuldades de entendimento acerca de qualquer aspecto vivido em seu mundo interno ou externo irão manifestar um sentimento de desagrado e desinteresse ao mundo, caracterizando assim um comportamento depressivo desenvolvido através das estruturas cognitivas do individuo.
2.2.1 Comportamento
Para começarmos a falar de comportamento seria de grande importância colocar neste trabalho o conceito encontrado em Mesquita e Duarte (1996, p. 31):
Comportamento ou conduta (ing. behaviour, americ. behavior). Termo que designa a atividade global ou conjunto dos atos de um indivíduo perante uma situação ou conjunto de estímulos, ou seja, é a resposta que um organismo dá, ou a sua reação, perante a situação que a suscita.
A psicologia tem um período reservado exclusivamente para o estudo do comportamento, o que foi chamado na época de behaviorismo, ou seja, a psicologia do comportamento, tendo assim uma atenção especial em seus estudos, especificamente direcionado para esta área, assim comentam (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999, p. 45):
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em artigo publicado em 1913, que apresentava o titulo "Psicologia: como os behavioristas a vêem". O termo inglês behavior significa "comportamento"; por isso, para denominar essa tendência teórica, usamos Behaviorismo – e, também, Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Analise Comportamental do Comportamento, Analise do Comportamento.
Bock, Furtado e Teixeira (1999) continuam esclarecendo que apesar de utilizarem o comportamento como objeto de estudo da psicologia o behaviorismo foi modificando esse termo desde o inicio, ainda com Watson, ganhando novos sentidos, o que hoje nos dá uma visão de comportamento, como sendo uma interação do sujeito com o ambiente, deixando para trás a visão isolada do sujeito e seu comportamento.
Watson (1913 apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999) passou a ser considerado o pai do behaviorismo, porém foi em 1913, que publicou seu primeiro artigo "Psicologia vista por um Behaviorista", que declarava a psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências naturais, e que tinha como finalidade prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo. Watson era um defensor da importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo.
Em psicologia, o comportamento é a conduta, procedimento, ou o conjunto das reações observáveis em indivíduos em determinadas circunstâncias inseridos em ambientes controlados. Podendo ser descrito como uma contingência tríplice composta de antecedentes, respostas e conseqüências, porem essa tripice esta interligada.
Freud (1905 apud HALL; LINDZEN; CAMPBELL, 2000), salientou a importante relação existente entre o comportamento de um ser humano adulto e certos episódios de sua infância, mas resolveu preencher o considerável hiato entre causa e efeito com atividades ou estados do aparelho mental. Desejos conscientes ou inconscientes ou emoções no adulto representam esses episódios passados e são considerados como os responsáveis diretos de seu efeito sobre o comportamento.
Hall, Lindzen e Campbell (2000), nos trás uma nova visão acerca dos manuscritos freudianos, pois começaram a surgir na década de 40 novas idéias acerca da percepção, passou-se então a investigar o impacto dos motivos inconscientes influenciando no comportamento, o que ficou conhecido de inconsciente cognitivo, o que para Freud tinha uma relação direta com a natureza sexual e agressiva, para as idéias cognitivistas o inconsciente são estados emocionais sutis, com pouca atenção as ações realizadas, sendo assim um comportamento rotineiro porem sem envolvimento direto de nossa atenção.
Diante disto podemos então entender que o comportamento não está diretamente ligado ao passado tampouco no futuro, mas sim tanto um como o outro tem influencias no atual comportamento do individuo.
Assim Bandura (1925 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005), que era da linha Behaviorista da Psicologia, porém enxergava o comportamento humano com um viés cognitivo. Enfatizanso a modificação do comportamento do indivídio durante a sua interação. Ao contrário da linha behaviorista radical, acredita que o ser humano é capaz de aprender comportamentos sem sofrer qualquer tipo de reforço. Para ele, o indivídio é capaz de aprender também através de reforço vicário, ou seja, através da observação do comportamento dos outros e de suas conseqüências, com contato indireto com o reforço. Entre o estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivídio.
Através disso então podemos também ressaltar as características e os tipos de comportamento desenvolvido pelo individuo, onde o psicólogo americano Skinner (1960 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) fez uma distinção entre dois tipos de comportamentos: as respostas provocadas por um estímulo específico e aquelas que são emitidas sem a presença de um estímulo conhecido. Ao primeiro tipo de respostas ele chamou de respondente; e ao segundo, operante. O respondente é automaticamente provocado por estímulos específicos como a contração das pupilas mediante uma luz forte.
Skinner (1945 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) agora nos trás significativas contribuições acerca do comportamento operante, que é o mais importante nessa pesquisa, esse não é automático, inevitável e nem determinado por estímulos específicos. Assim, caminhar pela sala, abrir uma porta, cantar uma canção ou o estado emocional do individuo, são comportamentos operantes, já que não se pode estipular quais os estímulos que os causaram. O que caracteriza o condicionamento operante é que o reforço não ocorre simultaneamente, ou antes, da resposta (como no condicionamento clássico), mas sim aparece depois dela. A resposta deve ser dada para que depois surja o reforço, que, por sua vez, torna mais provável nova ocorrência do comportamento. A aprendizagem não se constitui como no condicionamento clássico, em uma substituição de estímulo, mas sim em uma modificação da freqüência da resposta.
Bandura (1986 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) para ele o as respostas comportamentais não são disparadas automaticamente por um estimulo externo, como em uma maquina ou em um robô, ele acreditava que ao contrario disto as reações aos estímulos eram auto-ativadas, iniciadas pela própria pessoa, ou seja quando um reforço esterno vem a alterar o comportamento, é porque a pessoa tem consciência da resposta que esta sendo reforçada e antecipada na percepção do mesmo reforço ao repetir o comportamento, seja ele depressivo ou não, da próxima vez em que ocorrer a situação.
Bandura (1986 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) para ele o comportamento humano até poderia ser modificado através de reforços, porem o mesmo sugeriu e veio a demonstrar, que as pessoas aprendem quase todos os tipos de comportamento sem receber diretamente qualquer reforço, sendo assim a aprendizagem, também ocorreria por reforço vicário, ou seja, através apenas das observações do comportamento de outras pessoas bem como suas conseqüências positivas e negativas.
Bem se o comportamento é determinado pelo processo de aprendizagem e esta, ocorre através de reforços, como o reforço vicário, então o comportamento desenvolvendo por um indivíduo que está deprimido, pode ter sido determinado por reforço vicário, o que nos permitiria a organizar uma reaprendizagem desses comportamentos disfuncionais deixando-os mais adequados ao meio.
2.2.2 Depressão
Stefanis e Stefanis, (2005) nos trás informações dizendo que Depressão e transtornos mentais associados são temas abordados desde a Antigüidade, onde estes datam de 2600 a.C. é que se encontravam os primeiros documentos que abordavam esses temas. Entretanto, foi a partir dos estudos de Hipócrates (460-370 a.C.) e de seus discípulos que surgiu o conceito de "melancolia". Interessante ressaltar que juntamente com este conceito, surgiu o primeiro critério diagnóstico para a condição, que propunha: "se a tristeza persiste então é melancolia".
Freud (1905 apud ZAVASCHI; SATLER; POESTER, 2002) formulou a hipótese de que o psiquismo seria estruturado a partir do patrimônio genético, modelado pela primitiva relação do bebê com seus pais, modelando também seu comportamento, constituindo-se no que chamou de "experiências infantis", porém essas experiências desempenham um papel crucial, tanto na resolução das diferentes etapas de desenvolvimento, quanto no enfrentamento das vicissitudes decorrentes de traumas. Para ele, a etiologia das neuroses também estava relacionada à qualidade desse patrimônio genético, que incluía a bagagem pré-histórica do indivíduo, acrescida de suas experiências infantis e de um fator traumático precipitante.
Sendo assim podemos pensar que os sentimentos depressivos vêm do interior da pessoa e não de fora dela e é por isso que as coisas do mundo, as quais normalmente são agradáveis para quem não está deprimido, parecem aborrecedoras e sem sentido para o deprimido.
Freud (1915) postulou que a relação primitiva do bebê com sua mãe se estabelecem de forma inalterável, sendo o protótipo de todas as relações posteriores e fundando o ego, que se constrói ao longo do desenvolvimento. Diante da ameaça de separação da mãe, o bebê responde com ansiedade e, perante sua perda real, com a dor do luto.
Aqui começa-se a perceber a Depressão como sendo um Transtorno Afetivo ou do Humor, caracterizada também por uma alteração psíquica e orgânica global, com conseqüentes alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida.
Klein (1935 apud BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1992) a introduzir uma distinção entre a depressão persecutória da posição esquizo-paranoide e uma outra, da posição depressiva, que coincide com a consciência e o conhecimento. No entanto, a solução que propõe não ultrapassa o plano descritivo e fenomenológico, refletido no próprio conceito de posição, noção chave da reformulação que efetua em sua obra a partir 1935. O novo contexto kleiniano, que parte da malha do mundo emocional, não responde, portanto, a um entendimento que pudesse articular a dimensão econômica do afeto depressivo, neste caso, com a tópica, do espaço e da representação psíquica.
Atualmente o transtorno depressivo é reconhecido como um problema de saúde coletiva em atendimento médico primário, por sua prevalência e por seu impacto no cotidiano de pacientes e familiares envolvidos sendo assim, uma perspectiva cognitivista a depressão é considerada como uma sensação persistente e constante de que o sujeito não tem valor, o mundo não tem sentido e que não há esperança para o futuro (LAFER; AMARAL, 2000). Sua sintomatologia é plural e complexa e, em geral vem acompanhada por sentimento de tristeza, desmoralização, solidão, desesperança, inutilidade e desejo de estar morto, dificuldade para dormir, choro, sentimento de que tudo é um esforço, ser incapaz de seguir.
Beck et al (1997) define o quadro de depressão como sendo caracterizado por uma série de sintomas que a terapia cognitiva entende que, no plano psicológico, sejam disparados pelos pensamentos disfuncionais, dai entao os comportamentos disfuncionai, sendo assim o efeito destes sintomas no indivíduo chega a ser dramático e, por isso, torna-se importante a sua superação, para obter algum alívio para o paciente e até para a sua permanência e adesão ao tratamento, precisamos trabalhar alguns comportamentos a ser atacados, objetivamente, por meio de sua delimitação específica, de modo a poderem ser tratados, estes envolvem sintomas afetivos (tristeza, culpa, vergonha, raiva, ansiedade), sintomas motivacionais (desânimo, dependência), sintomas cognitivos (indecisão, autocrítica, falta de concentração), sintomas comportamentais (passividade, evitação, inércia, déficits em habilidades sociais) e sintomas fisiológicos (insônia, perda de apetites).
Para afirmarmos que o paciente está deprimido, deve-se confirmar o sentimento de tristeza a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.
A Depressão não deve ser confundida com uma simples tristeza. Devido à banalização do termo "depressão", um grande contingente populacional utiliza esta terminologia de forma equivocada, dificultando assim o diagnóstico. De acordo com o (DSM-IV, 1994) alguns comportamentos peculiares permitem que o diagnóstico seja realizado de maneira precisa. A seguir, serão apresentados os critérios diagnósticos para o episódio depressivo:
– Falta de interesse em realizar atividades que antes eram considerados como prazerosas pelo indivíduo.
– Humor deprimido diariamente com sentimento de tristeza.
– Perda ou ganho significativo de peso, sem realizar qualquer regime ou dieta.
– Perda ou ganho significativo de peso, sem realizar qualquer regime ou dieta.
– Perda ou ganho significativo de peso, sem realizar qualquer regime ou dieta.
– Insônia ou hipersônia quase todos os dias.
– Sensação de fadiga, mesmo não tendo realizado qualquer atividade física.
– Sentimentos de culpa e inutilidade.
– Pensamentos de ruína, destruição ou suicídio (ou tentativa).
De acordo com o referido Manual, dos critérios descritos para se satisfazer o diagnóstico de episódio depressivo maior, pelo menos cinco são necessários, por pelo menos duas semanas; e ainda, que pelo menos um dos sintomas seja humor deprimido ou perda do interesse ou prazer na realização de atividades.
No entanto, torna-se necessário salientar que ao se fazer o diagnóstico de Depressão, o paciente pode apresentar apenas alguns destes sintomas, o que sugere um quadro de depressão moderada, outros pontos de elevada importância para se realizar o diagnóstico são o fato de a enfermidade não estar relacionada ao consumo de substâncias tóxicas e não ter vínculo com um episódio de luto (a não ser que os sintomas persistam por mais de dois meses). Enfatiza-se que para se realizar o diagnóstico de depressão maior em algum indivíduo, várias instâncias de sua vida se mostram prejudicadas, como por exemplo, relacionamentos afetivos, sociais, auto-higiene e ritmo de trabalho.
Podemos também encontrar informações acerca da depressão, de forma bem delimitada, para a elaboração de um diagnostico claro e seguro e com diversas distinções em (CID – 10, 1993, p.88):
F32 – Episódios Depressivos nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo.
No referido manual encontramos que o humor do depressivo varia pouco de dia para dia, ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos "somáticos", como perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.
2.2.3 Comportamento Depressivo
Existem características e comportamentos desenvolvidos pelo individuo que se encontra no estado depressivo, que podem ser observado e trabalhado com eficácia através dos processos cognitivos, porém se forem observados, focalizando o comportamento disfuncional a ser trabalhado.
Segundo o CID – 10 (1993) em F92 – Transtorno de Conduta e das Emoções acerca do comportamento depressivo observa-se que é colocado como um grupo de transtornos que são caracterizados pela presença de um comportamento agressivo, dissocial ou provocador, porém associado a sinais claros e marcantes de depressão, ansiedade ou de outros transtornos emocionais. Para que se possa realizar um diagnóstico claro e positivo, o transtorno deve responder ao mesmo tempo aos critérios de um transtorno de conduta da infância (F91.-) e de um transtorno emocional da infância (F93.-) ou de um transtorno neurótico do adulto (F40-F48) ou de um transtorno do humor do adulto (F30-F39), diante então desse dados pode-se, observar e analisar o comportamento depressivo desenvolvido pelo individuo.
Diante do exposto acima, observa-se que existe tópicos no comportamento depressivo que podem ser trabalhado com evoluções significativas e um curto prazo de tempo, retirando assim o mais rápido possível o individuo de uma situação, que pode ser considerada agonizante, situações essas encontradas no (CID – 10 1993, p.54)
F92. 0 Distúrbio depressivo de conduta: Transtorno caracterizado pela presença de um transtorno de conduta (F91 -) associado a um humor depressivo marcante e persistente (F32 -), traduzindo-se por sintomas tais como tristeza profunda, perda de interesse e de prazer para as atividades usuais, sentimento de culpa e perda da esperança. O transtorno pode se acompanhar de uma perturbação do sono ou do apetite.
Segundo o DSM IV, (1994) em características específicas à cultura, à Idade e ao gênero, este acaba nos trazendo também, contribuição, significativa acerca do entendimento do comportamento, pois este leva em consideração os aspectos culturais como sugestão para os episódios depressivos, que também são relevantes aos episódios maníacos, pois esses episódios em adolescentes tendem mais a incluir características psicóticas que podem estar associados com aspectos vivenciados no mundo escolar, esse comportamento anti-social, repetência ou uso de substâncias. Uma minoria significativa de adolescentes parece ter uma história de problemas de comportamento de longa data que precedem o início de um episódio maníaco franco, o que nos leva a priorizar uma observação mais detalhada do comportamento, não está claro se esses problemas representam uma seqüência comportamental prolongada para o transtorno bipolar ou um transtorno independente.
Diante de tudo isso vale ressaltar conforme exposto anteriormente, que a aprendizagem tem papel determinante no comportamento do desenvolvido pelo individuo, seja esse funcional ou disfuncional. Assim acabamos aprendendo diversas formas de funcionamento comportamental, não é incomum ouvirmos pessoas colocarem data, mês ou até mesmo hora em que os episódios depressivos começam a se instalar, e este é percebido na maioria das vazes pelo indivíduo.
Rangé (2001), nos trás acerca dos condicionamentos que acabam desenvolvendo pensamentos e sensações automáticas, como na hora de comermos, sentimos tanto um alerta no pensar como no sentir, porém antes disso não, sendo assim aprendemos também a tolerar frustrações para que possamos participar da vida social, sem grandes prejuízos sociais e nem individuais, porém em determinados momentos o individuo que esta diante de uma nova situação com o mesmo nível de frustração acaba descondensando e desenvolvendo comportamentos depressivos.
O comportamento depressivo vai depender claramente de fatores ambientais especificas incluindo-se assim o fator tempo-espaço, que também irá contribuir significativamente para essa percepção distorcida e causadora do atual estado comportamental do individuo, assim pensa Rangé (2001, p. 22):
A revelação destes processos implica que o comportamento de um individuo não é, necessariamente, consistente e estável, mesmo em situações relativamente diferentes; mas sim que seu comportamento é função de condições ambientais específicos com as quais fica associado por mecanismos de aprendizagem. Se há estabilidade no comportamento, esta deve ser procurada na presença estável de certos estímulos específicos, permanentemente presentes no ambiente em que se comporta este individuo, e não em predisposições ou traços individuais.
Logo se percebe então que se um individuo tem um comportamento depressivo isso não está ligado a sua infância mal resolvida, nem de traços de sua personalidade, mas sim na interação e a aprendizagem deste individuo com o meio, modelando assim o seu comportamento.
2.3 Modelo Cognitivo da Depressão
O modelo cognitivo da depressão caracteriza-se por uma questão que envolve três pressupostos que podem ser considerado como básicos e ainda assim conceituais essa tríade cognitiva, consiste num conjunto de três padrões cognitivos negativos.
Beck et al. (1997), vem nos esclarecer essa tríade dizendo que, O primeiro envolve uma visão negativa que o paciente passa a ter de si, ou seja, percebe-se como inadequado, feio, errado, defeituoso, doente, sem valor ou importância, fracassado e com possibilidades de atribuir essas características como defeitos de sua natureza física, psicológica ou ate mesmo ética. Agora no segundo, envolve uma visão negativa e errônea do mundo à sua volta, esse mundo é encarado como sendo incapaz de lhe propiciar experiências positivas, como muito exigente, frustrante, falso e cheio de obstáculos, porém sempre insuperáveis ou de solicitações absurdas e inatingíveis. E por fim o terceiro componente da tríade, que envolve uma visão negativa do futuro. Através da própria aprendizagem inadequada, são feitas antecipações de que as dificuldades e os sofrimentos presentes serão intermináveis e que esforços em alcançar objetivos específicos serão inevitavelmente fracassados.
Seligman (1975 apud RANGÉ, 2001) vem trabalhando o modelo cognitivo da depressão, nos trás informações acerca da incontrolabilidade vivenciada pelo individuo em determinadas situações, ou seja, recebe estímulos que são percebidos como incontroláveis pelo mesmo, causando assim uma aprendizagem de que os eventos do meio são independentes de suas respostas.
Bem diante disto percebe-se que o individuo poderá definir seu comportamento como não interativo e muito menos participativo para com o mundo a sua volta, pois acredita que independente de seus estímulos, dado ao meio, as coisas não serão modificadas, vale ressaltar ainda que isso seja uma percepção do individuo, pois esse, uma vez que se encontra em um estado depressivo passa a ter uma visão distorcida do mundo e dele mesmo, ou seja, suas idéias ou crenças negativas parecem ser umas representações verdadeiras da realidade, apesar de parecerem falsas para outras pessoas e até para ele mesmo quando já não mais se encontra no estado deprimido, assim contribui Rangé (2001, p.178):
A representação cognitiva desta aprendizagem seria de expectativas de que respostas e conseqüências são independentes, produzindo os efeitos motivacionais, cognitivos e emocionais da incontrolabilidade. Os déficits corresponderiam à diminuição na iniciativa de respostas, à dificuldade na aprendizagem posterior de dependência entre estimulo e resposta, e às limitações decorrentes do medo e futuramente talvez da depressão.
Rangé (2001) complementa ainda assim falando do desamparo aprendido, como explicação para a depressão humana, dizendo que esses dois fenômenos são semelhantes em sintomas, etiologia, porém também na cura e na prevenção.
Sendo assim não é o estar deprimido o grande problema, mas sim a inabilidade deste, em lidar com essa situação, bem como suas dificuldades de autocontrole. A partir desse momento o depressivo passa a funcionar com padrões de comportamentos, onde estes são inadequados para o meio e ainda assim disfuncionais.
Bandura (1969 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) trabalhou acerca dos padrões excessivamente elevados, vivenciados por alguns indivíduos, e ainda assim os efeitos desses padrões de comportamento, com dificuldades em auto-reforçamento. É visível que indivíduos não depressivos, monitoram as seqüências de comportamento-conseqüência, observando assim corretamente os resultados dessas seqüências, em contrapartida é perceptível que o individuo deprimido dá uma atenção exacerbada e ainda assim especial para eventos externos, porém observando estes, de forma negativa, o que contribui para que ele organize dessa forma o seu comportamento, ou seja, com valorizações especiais a eventos negativos e pensamentos negativos.
Encontram-se contribuições significativas acerca da diferenciação comportamentais entre indivíduos depressivos e não depressivos em Bandura (1969 apud RANGÉ, 2001, p. 179):
As pessoas não deprimidas, em geral, estabelecem critérios realistas explícitos para seu comportamento e avaliam objetivamente seu comportamento por meio de uma comparação do comportamento com os critérios preestabelecidos, em contraste com as pessoas deprimidas que estabelecem para si padrões globais irreais, perfeccionistas, tornando impossível atingi-los.
Diante dessa questão, os comportamentos dessas pessoas deprimidas tornam-se inadequadas devido a essa tendência que o deprimido tem de não atingir os seus objetivos, sendo que estes objetivos são organizados esquematicamente por eles, porém já organizando resultados negativos no processo desse objetivo, daí então consequentemente, define uma auto-avaliação negativa, desenvolvendo também um funcionamento comportamental negativista.
Bandura (1969 apud RANGÉ, 2001) desenvolveu seu trabalho, dando uma valorização significativa acerca da distinção entre a auto-eficácia e as expectativas de resultados, dizendo que indivíduos com percepções de falta de eficácia de atingir determinados comportamentos exigidos pelo meio, ou até mesmo por ele mesmo, através de seus pensamentos, e até mesmo pessoas seguras de suas capacidades, mas, que acreditam que seu comportamento atual, não terá nenhum efeito em um ambiente, isso independente dos estímulos por ele dado a este ambiente, isso pode ocorrer também por essas pessoas terem sido punidas diversas vezes diante de seu comportamento, punições essas como desaprovações, falta de estímulos positivos diante do ocorrido e etc.
Além da tríade cognitiva o modelo cognitivo da depressão esta envolvida também por esquemas, que passa a ser de fundamental importância para o entendimento e adequações na mudança do comportamento, pois o funcionamento cognitivo está principalmente baseado na ativação de esquemas, que são estruturas cognitivas responsáveis pela seleção e organização das experiências de um indivíduo.
Beck et al. (1997), vem esclarecendo que os esquemas cognitivos São padrões estáveis que formam a base da regularidade das interpretações, seja para situações conhecidas ou para situações novas. Os esquemas ativados regularmente podem exibir certas tendenciosidades que denunciam a ativação de um modo, em que o aparelho cognitivo funciona de forma predominantemente fixa em certo estilo. Quando um modo está ligado, mais facilmente certos esquemas serão ativados, o que significa que, mais certamente, as interpretações do indivíduo tenderão a serem consistentes entre si e mais independentes da estimulação externa.
Essa seria uma forma determinante do comportamento inadequado do individuo, fazendo com que este atue no mundo de maneira disfuncional, sem conseguir perceber as variáveis e as possibilidades positivas existente, ou seja passa a ter seu comportamento determinado esquematicamente por uma estrutura cognitiva inadequada e errônea, causando prejuízos físicos e mentais.
Ainda segundo (BECK et al 1997) continuam suas clarificações cognitivas dizendo que, quando uma pessoa está deprimida, suas conceituações sobre uma situação são distorcidas para conformarem-se aos esquemas disfuncionais predominantes. Quanto mais ativo o modo, mais facilmente são evocados por qualquer estímulo. Se ela passa a funcionar em um modo negativista, qualquer estímulo ou experiência é processado pelo prisma negativo, gerando pensamentos negativistas, perseverativos e ruminativos, assim a organização cognitiva deprimida torna-se autônoma e chega a tornar-se eminentemente independente de qualquer que seja a estimulação externa.
Beck et al (1997) trás novas informações acercas da influencia dos pensamentos automáticos e processamento falho das informações, ou seja, a ativação de um modo negativista gera a ativação de esquemas depressogênicos. Estes, por sua vez, disparam pensamentos automáticos negativos que contêm vários tipos de erros sistemáticos de interpretação dos fatos pelo deprimido e preservam as crenças disfuncionais do paciente na validade de seus conceitos negativistas, determinando assim seu comportamento no mundo. Vários tipos de erros de processamento ou distorções cognitivas podem ser encontrados em pacientes deprimidos tais como: inferência arbitrária, abstração seletiva, hipergeneralização, magnificação e minimização, personalização, pensamento dicotômico, etc.
Beck et al. (1997) define também cada um desses processamentos ou distorções cognitivas como:
1. Inferência arbitrária, como sendo uma tendência a chegar a uma conclusão (ou regra) na ausência de provas suficientes, ou por meio de um raciocínio lógico falho. Ex.: "não sou atraente para as mulheres".
2. Abstração seletiva, como sendo uma tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Ex.: "sou impotente" (após uma única falha erétil).
3. Hipergeneralização, ou seja, tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Ex.: "se eu senti medo aqui, vou sentir sempre de novo"; ou "tudo sempre dá errado para mim" (depois de bater com o carro).
4. magnificação e minimização, vista como um conjunto de respostas, que são refletidas em erros da avaliação da importância ou até mesmo da grandeza de um evento que passam a ser tão grosseiros ao ponto de constituir uma distorção.
5. personalização, visto como um conjunto de respostas que se refere a uma tendência que o depressivo tem a relacionar eventos externos a ele próprio, porem sem base alguma para que ele possa estabelecer tal conexão.
6. Pensamento dicotômico: é a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto / branco, tudo / nada, sempre / nunca, perfeição / fracasso, absoluta segurança / perigo total). Ex.: "um único sinal imprevisto do meu corpo, significa perigo iminente"; ou "se eu não me sair sempre bem (no trabalho ou em outro lugar qualquer etc.), isto significa que sou um fracasso".
Beck et al. (1997) com seus trabalhos esclarecedores acerca do modelo cognitivo da depressão, ele entende que os demais sintomas do transtorno são conseqüências da ativação dos padrões negativistas da tríade, dos esquemas e modos e dos pensamentos automáticos, Uma pessoa pensar que está (ou é) horrorosa produz o mesmo efeito, por exemplo, tristeza, que é uma deformação real. Seu pessimismo e desamparo em relação ao futuro determinam sua apatia, desânimo, paralisia ou fuga / evitação, de muitas situações. Quem se percebe assim necessariamente ficará dependente, pois só com a ajuda dos outros poderá escapar do fracasso e da humilhação decorrente de suas tentativas. A ideação suicida torna-se compreensível se tudo parece perdido, agora e para sempre, e se esta pessoa se sente um fardo para todos. Seus sintomas físicos também decorrem desta visão negativa: perda de apetite alimentar e sexual perturbação no sono etc.
2.4 Mudança do Comportamento Depressivo Através da Aprendizagem Cognitiva
Buscaremos neste tópico manter um adequado dialogo com os teóricos com o propósito de organizarmos as idéias de forma que se possa entender que o comportamento depressivo pode e deve ser modificado através dos processos cognitivos, pois já que o comportamento foi aprendido ele pode ser reaprendido se no momento esse é inadequado.
Bandura (apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) vêm falando de uma abordagem social cognitiva para alterar ou modificar comportamentos anormais ou indesejáveis, pois esses comportamentos são aprendidos ao observarmos outras pessoas, daí então passa-se a modelar o comportamento do individuo, de acordo com o das outras pessoas, sendo assim, poderemos também alterar ou modificar o comportamento, reaprendendo o e reorganizando esse comportamento, deixando-o adequado ao meio, sendo assim poderemos trabalhar os sintomas que são os mesmos distúrbios do comportamento.
Bandura (1977 apud HALL; LINDZEN; CAMPBELL, 2000), continuam dizendo que Bandura acreditava que a aprendizagem era suficiente para explicar e ate mesmo predizer, tanto o comportamento como as mudanças ocorridas nesse, ele nos mostra que o ser humano é capaz de pensamento e de auto-regulação, permitindo que o indivíduo controle seu ambiente, como também pode ser modelado por esse mesmo ambiente.
Bandura (1986 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) procurou confirmar tal teoria ao fazer um experimento com um João-Bobo. No momento em que o brinquedo é apresentado à criança, esta não tem quaisquer atitudes hostis com o boneco. Porém, após observar o adulto tendo comportamento agressivo com o brinquedo, a criança também passa a o agredir.
Podemos dizer que esse comportamento foi aprendido através do reforço vicário, ou seja, o estimulo não foi dado diretamente na criança para que ocorresse a mudança em seu comportamento, sendo assim isso também pode ocorrer com o comportamento depressivo, onde um indivíduo que nunca teve e nem tenha visto um comportamento depressivo, não desenvolvera o mesmo, porem ao sentir alguns impactos causados pelo seu dia-a-dia, e já tiver visto alguém atuar como depressivo assim também ira atuar.
Bandura (2001 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) trabalha a auto-eficácia como sendo uma percepção que o individuo tem de sua auto-estima e a competência deste em lidar com os problemas que a vida lhe apresenta, sendo assim indivíduos com baixa auto-eficácia tendem a sentir-se inúteis e sem esperança, acreditam sempre não serem capazes d lidar com o problema desistindo quase sempre na primeira tentativa, passando a acreditar que suas atitudes são incapazes de causar qualquer mudança em seu meio, causando assim uma aprendizagem de sua ineficiência em lidar com os problemas, determinando assim seu comportamento diante da depressão e não conseguindo modifica-lo.
Rogers (1997) vem postulando que por aprendizagem significativa ele entende uma aprendizagem que, é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação no comportamento do indivíduo, então através da aprendizagem significativa, que é sinônimo de aprendizagem cognitiva, podemos modificar o comportamento depressivo, e também em seus pensamentos acerca de suas orientação futura. Essa aprendizagem é vivenciada como penetrante que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência, contribuindo para que seu comportamento se torne adequado não só no momento da terapia, mas, no decorrer de sua existência, trazendo à consciência todas as vezes que tiver pensamentos automáticos e inadequados.
Bandura (2001 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) comenta sobre pessoas com gral elevado de auto-eficácia tendem a obter notas mais altas, analisar mais opções de carreira, obter maior sucesso na carreira, estabelecendo metas pessoais mais elevadas, apreciando melhor a saúde mental e física, esse pico de auto-eficácia ocorre em geral na meia idade e diminui após os sessenta, sendo que esta idade não é determinista, ou seja, varia de pessoa para pessoa.
Percebe-se então que os indivíduos que conseguem desenvolver um gral elevado de auto-eficácia terão também maiores facilidades em modificar seu comportamento inadequado diante de um estado depressivo conforme sita Bandura (2001 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005, p. 307):
Parece obvio que o alto grau de auto-eficácia produz efeitos positivos em praticamente todos os aspectos da vida. O estudo demonstrou que pessoas com grau elevado de auto-eficácia sentem-se melhor e mais saudáveis, menos estressadas, suportam mais a dor física e tendem a recuperar-se mais rapidamente de uma doença ou uma cirurgia do que as de baixa auto-eficácia.
Se a auto-eficácia produz bem estar em indivíduos com diversos problemas, estão poderia também ser eficaz na retirada de comportamentos inadequados no processo depressivo, causando então melhoras significativas na interação do individuo com o mundo, ficando claro então que o pensamento do individuo exerce significativas influencias em seu comportamento.
Rogers (1997) vem nos dizendo que quanto mais próximo estivermos da chamada congruência, mais fácil será de tomarmo-nos sadios, ou seja, se uma pessoa for capaz, através de suas percepções, capaz de admitir que seja ou que naquele momento esta funcionando de certa maneira, e levantar hipóteses de esta forma pode ser disfuncional, será então capaz de considerar possíveis alternativas de mudanças no comportamento, porém se negar parte de si mesma, não fará qualquer esforço para mudar esse comportamento. Se ocorrer uma observação e a aceitação, no domínio das atitudes psicológicas, por vezes ocasiona uma mudança naquilo que foi aceito, ou seja, neste caso o comportamento depressivo. Isso nos parece ser irônico, mas verdadeiro.
Continua Rogers (1997) dizendo que a terapia centrada no cliente e a terapia para modificação de comportamento têm algumas semelhanças as duas são eficazes, pois ambas ouvem as idéias do cliente e seus pensamentos sobre suas dificuldades e ambas aceitam o cliente como capaz de compreender seus próprios problemas, principalmente se este é trazido à consciência. Entretanto, na terapia centrada no cliente, a pessoa continua a dirigir e modificar as metas da terapia e iniciar as mudanças comportamentais (ou outras) que deseja que ocorram, tornando-se eficaz para pessoas com elevado grau de auto-eficácia. Na terapia para modificação de comportamento depressivo, os novos comportamentos são orientados pelo terapeuta, até que o individuo desenvolva sua auto-eficácia.
Rotter (1916 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) afirmava que a aprendizagem do comportamento ocorre principalmente através das experiências sociais, porém enfatizando os estados cognitivos internos, na determinação desse comportamento, daí nos trás uma nova idéia acerca do lócus de controle interno, onde o reforço vai depender diretamente próprio comportamento do individuo.
Podemos então afirmar que esse controle pode ser desenvolvido como controle comportamental, onde os indivíduos que desenvolveram subsunçor que atuam conforme sua incapacidade de controle do comportamento depressivo, porém a mudança desse comportamento pode ser elaborada através reestruturação desses subsunçores ou edificações de novos subsunçores.
Rotter (1916 SCHULTZ; SCHULTZ, 2005) trouxe diversas contribuições com suas pesquisas, demonstrando que as pessoas com lócus de controle interno tendem a serem pessoas tanto fisicamente como mentalmente mais saudáveis, com pressão sangüínea mais baixa, menos probabilidade de infarto, ansiedade ou ate mesmo depressão, são mais hábeis em lidar com diversas situações.
Beck et al. (1997) contribui dizendo que a depressão consiste em diversos componentes, sendo esses afetivos, motivacionais, cognitivos, comportamentais e fisiológicos, sendo assim o terapeuta deve identificar e concentrar-se em qualquer um desses componentes e assim trabalhar, pois eles estão interligados, então ao trabalhar a melhora de um logo teremos evoluções significativas nos demais, o terapeuta precisa discutir as metas com o deprimido, chegando então a um consenso sobre o problema alvo.
Aqui nós iremos enfatizar a questão do comportamento que deve ser modificado, neste momento, onde já foi desenvolvida a seleção do alvo a ser trabalhado, pode-se utilizar uma técnica citada por (BECK et al, 1997, p. 87):
[…] Geralmente, nas fazes anteriores do tratamento e no tratamento de pacientes mais severamente deprimidos, as abordagens comportamentais tendem a ser mais úteis do que as abordagens estritamente cognitivas. Sendo assim, técnicas como agendamento de atividades, agendamento de tarefas graduadas e ensaio comportamental receberiam mais atenção do que identificar e modificar cognições disfuncionais.
Em suma estaremos pegando uma abordagem comportamental para modificarmos o comportamento inadequado do depressivo, porém diante dos estudos aqui desenvolvidos, parece ser claro a possibilidade de modificações cognitivas também, através das reestruturações desenvolvidas pela reaprendizagem cognitiva.
Continua Beck et al. (1997) suas orientações dizendo que à medida que a terapia progride e os sintomas abrandam, um novo foco se torna necessário, ou seja, a identificação dos esquemas que predispõem o indivíduo à depressão, isso é possivel de se trazer à consciência, uma vez que, trata-se de regras gerais ou fórmulas, onde cada indivíduo desenvolve para lidar com o mundo, dai o terapeuta pode trabalhar através da aprendizagem cognitiva, organizando suas percepções, orientar seus objetivos, avaliar seus comportamentos etc. (esquemas), pois em pacientes deprimidos, estas crenças apresentam-se muito distorcidas, o que favorece o desenvolvimento de seu quadro depressivo. Elas precisam ser modificadas porque senão continuarão como matrizes geradoras de pensamentos automáticos negativistas mediadores dos sintomas depressivos.
3 METODOLOGIA
Este estudo foi desenvolvido com embasamento no método qualitativo, onde todos os dados adquiridos durante as pesquisas bibliográficas, revistas cientificas e na internet, foram de grande relevância para a completude do trabalho, sendo que todas as informações foram compreendidas e interpretadas de forma coerente reunindo assim com maior eficácia toda a documentação pelo pesquisador.
3.1 Tipo de pesquisa
Segundo Iskandar, (2000) as ciências se caracterizam pela utilização de métodos científicos, e encontram-se vários conceitos destes; entre esses pode-se destacar que método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado.
Martins (1999) vem trazendo contribuições para que se possa argumentar que o estudo foi através de pesquisa bibliográfica de forma sequencial e suas correlações de textos abordando a eficácia da aprendizagem cognitiva para mudança de comportamento depressivo. Esta pesquisa foi desenvolvida fundamentalmente de forma bibliográfica, mostrando através de teorias psicológicas, biológicas, sociais e culturais contextuando a aprendizagem cognitiva e o comportamento depressivo.
3.2 Método da pesquisa
Em Martins (1999) encontramos contribuições que embasam o método utilizado nesta pesquisa, que baseou-se em um estudo descritivo, qualitativo, através do método monográfico que consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com o intuito de adquirir generalidades, em que a investigação necessita examinar o termo escolhido, observando todos os fatores que influenciam e influenciaram, analisando-os em todos os seus aspectos, pois parte do principio que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerada representativo de muitos outros, ou até mesmo de todos os casos semelhantes.
3.3 Procedimento da pesquisa
Utilizou-se no procedimento desta pesquisa documentação indireta, através dos textos que englobavam assuntos a respeito da aprendizagem cognitiva e do comportamento depressivo fazendo-se então uma correlação entre estes, onde delimitou-se em conhecer a importância da correlação da eficácia da aprendizagem cognitiva para a modificação do comportamento depressivo.
Buscando responder o objetivo do estudo em verificar as possibilidades de modificação do comportamento depressivo em indivíduos que se encontram em um estado depressivo, onde estes irão realizar esta modificação através da reaprendizagem de seu comportamento através dos processos cognitivo, assim como a possibilidade de readequação comportamental em seu aspecto intelectual, cultural, social e psicológico, proporcionando assim, um bem estar mais elevado através das modificações ocorridas em seu comportamento fazendo com que estes estejam mais satisfeito consigo mesmo.
De acordo com Lakatos (2000) as hipóteses de origem o trabalho do cientista, constituindo-se em principio de invenção e progresso, à medida que auxilia de fato a inaugurar os meios a aplicar e os métodos a utilizar no prosseguimento da pesquisa e na tentativa de chegar às certezas.
Sendo assim, utilizou-se livros didáticos e paradidáticos e reflexões do contexto do senso comum presenciado em estágios e leituras acerca da aprendizagem cognitiva e da depressão.
3.4 Amostra da pesquisa
Durante o desenvolvimento do estudo, apropriou-se de diversos conceitos científicos, sendo assim, buscou-se encadear uma visão literária de responder-se a problemática do estudo, com isso pode-se apresentar aqui uma pequena amostra da literatura utilizada para essa compreensão.
De acordo com a obra de Campos (1987) foi possível compreender que de todos os animais, o homem possui o menor número de reações inatas, fixas e invariáveis, onde a infância deste é mais longa e possui uma maior capacidade para tirar proveito das experiências vivenciadas. Seu repertório de reações é quase todo constituído de respostas adquiridas, isto é, aprendidas, modelando assim o comportamento do homem.
Em Schultz e Schultz (2005) encontramos significativas contribuições acerca da história da psicologia bem como da psicologia moderna, mais especificamente do período que se inicia no final do século XIX, quando a psicologia torna-se uma disciplina separada e independente, porém não foram ignorados os pensamentos filosóficos anteriores concentrando-se principalmente com o estabelecimento da psicologia como um novo campo de estudo. Esta obra enfoca as idéias, escolas e pensamentos desde o inicio formal da psicologia em 1879, concentrando-se na seqüência evolutiva das abordagens que definiram a psicologia ao longo dos anos, com pensadores que escreveram os artigos, realizaram as pesquisas, apresentaram os trabalhos, divulgando assim suas idéias e transmitindo o conhecimento para gerações posteriores, pois é através do conhecimento histórico que se pode possibilitar e traçar o padrão de continuidade da evolução da psicologia moderna.
Já em Rangé (2001) foi possível encontrar informações fundamentais acerca de diversas técnicas da psicoterapia comportamental e cognitiva contribuindo assim para o entendimento de aplicação dessas técnicas em indivíduos com transtorno depressivo, as informações vem se apresentando de forma clara e objetiva principalmente, atuais e abrangentes o que faz de sua obra algo significativo para o entendimento da saúde mental, ainda encontramos diversos temas, apresentando patologias muito comuns na atualidade como o caso da depressão, o material encontrado neste livro se mostra bastante eficiente alcançando bons resultados diante da patologia descrita acima.
Na obra de Beck et al. (1997) conseguimos elaborar um novo entendimento com relação à terapia psicológica da depressão, esta obra nos traz trabalhos de muitos anos de pesquisa, vem esclarecendo também acerca do manejo com a terapia cognitiva que reflete provavelmente as mudanças graduais que ocorreram nas ciências comportamentais durante muitos anos, mas apenas recentemente emergiram como uma tendência maior. A obra traz em si um entendimento significativo acerca do modelo cognitivo da depressão com orientações de terapia cognitiva para o tratamento da depressão, porem coloca também a eficácia medicamentosa e a necessidade de se fazer novas pesquisas na área para que se possa contribuir de forma mais significativa no entendimento da retirada de comportamentos disfuncionais em indivíduos que se encontram em estados depressivos.
4 CONCLUSÃO
Foi desenvolvido neste trabalho uma relação entre os processos de aprendizagem com comportamento depressivo, onde pode-se modificar este comportamentos através da aprendizagem, em específico a aprendizagem cognitiva, que pode também ser entendida como aprendizagem significativa, que a partir desse processo o indivíduo vai absorver e desenvolver, toda uma reaprendizagem comportamental.A Aprendizagem Cognitiva é aquela em que o indivíduo elabora a integração do conteúdo aprendido numa edificação mental ordenada, isso ocorre na estrutura cognitiva, ou seja, essa estrutura representa todo um conteúdo informacional armazenado por uma pessoa. Isso significa que o conteúdo previamente detido, representa um forte influenciador do processo de aprendizagem, logo também no comportamento.
Esse conhecimento anterior resultará num ponto de ancoragem, onde as novas informações irão encontrar um modo de se integrar em algo já existente no indivíduo, de forma a definir seu comportamento. Portanto, o bom é que essas experiência cognitiva, não influencia-se apenas unilateralmente. Apesar de a estrutura prévia orientar o modo de assimilação de novos dados, estes também influenciam o conteúdo podendo reestruturá-los para uma organização mais eficaz.
Esse processo de associação de informações interrelacionadas denomina-se Aprendizagem Significativa, que ocorre com a utilização dos subsunçores que é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, estes são altamente organizados e detentores de uma hierarquia conceitual, onde no depressivo os subsunçores mais desenvolvidos são os de conteúdos negativistas, no qual o terapeuta pode trabalhar o desenvolvimento de subsunçores com conteúdos positivos, que não existem ou são menos desenvolvidos no depressivo.
Caso não exista subsunçores com conteúdos positivos no individuo, pode-se criá-los, através da aprendizagem mecânica, onde o conteúdo informacional é colocado de forma arbitrária, porém posteriormente irá se criar um subsunçor potencialmente influenciador da aprendizagem significativa.
O terapeuta pode fazer uso deste tipo de aprendizagem para a elaboração de mudanças comportamentais em indivíduos que passa por episódios depressivos, com isso, de uma forma significativa, ele vai reaprender seu comportamento tornando-o mais eficaz diante de suas atuações no mundo. O processo ocorre através da consciência, desenvolvendo assim pensamentos positivos, somando com o cognitivo. Para isso se faz de alto valor a psicoterapia em indivíduos depressivos, fazendo-se uso das novas características da terapia cognitiva, porque diante das técnicas desta, vai-se trabalhar os fatores cognitivos da depressão.
É importante que este tipo de terapia bem como as técnicas sejam aplicadas em pacientes que se mostrem responsivos a esta abordagem. A eficácia desta terapia já foi comprovada em pacientes ambulatoriais, unipolares não-psicóticos, porém nada impede que pacientes bipolares e até mesmo os casos severos de depressão possam ser beneficiados com esta abordagem de terapia. A medicação antidepressiva já estabeleceu sua eficácia em diversos estudos, porém podemos reservar a terapia cognitiva para casos em que o clínico acredita que a abordagem cognitiva é preferível à medicação antidepressiva, onde podemos citar quatro aspectos: (a) quando o paciente recusa a medicação com drogas, (b) com pacientes que preferem uma abordagem psicológica na esperança de que a experiência de aprendizagem reduzirá suas propensão à depressão, (c) pacientes que apresentam efeitos colaterais inaceitáveis diante da medicação antidepressiva ou até mesmo uma condição médica que contra-indica o uso de drogas antidepressivas e (d) provou ser resistente a certas influencias químicas ou físicas, a períodos de testes adequados com drogas antidepressivas.
A depressão pode causar sofrimento real tanto para o indivíduo afetado quanto para todos os membros de sua família e outros entes queridos devido seu comportamento inadequado. Quando alguém está deprimido pode achar difícil ir para o trabalho, realizar as tarefas diárias e até mesmo sair da cama. Algumas vezes, o indivíduo deprimido também acha difícil dar o primeiro passo em busca de ajuda. Freqüentemente, as pessoas que amam o indivíduo que sofre de depressão são "vítimas ocultas", pois o impacto da doença em suas vidas é esquecido ou subestimado. As pessoas deprimidas podem apresentar sentimentos de frustração, culpa e raiva em relação às pessoas amadas, que podem magoar-se com os problemas do indivíduo deprimido ou ter dificuldades em entender sua causa. Estes sentimentos são normais, mas existem formas saudáveis de lidar com eles. Felizmente a depressão é uma condição médica e também psicológica tratável, conhecer bem estas desordens e o tratamento adequado irá ajudá-lo a modificar seu comportamento.
A depressão afeta todos os tipos de pessoas, porém certos grupos podem ser mais predispostos à depressão do que outros. Por exemplo, as mulheres são mais predispostas do que os homens aos sintomas da depressão. As crianças e os adolescentes também apresentam um grau mais elevado desta doença. Os sintomas da depressão em adolescentes são semelhantes àqueles dos adultos, mas também podem incluir comportamentos inadequados ou fracasso no desempenho escolar. Aproximadamente 18 milhões de pessoas por ano sofrem de alguma forma de depressão e muitas sentem os efeitos da depressão na família. Para a maioria das pessoas, o tratamento pode diminuir a gravidade e a extensão dos episódios depressivos.
Existem diversos tipos de depressão, como o transtorno depressivo maior, que envolve a perda ou o sentimento de perda, do interesse pelas coisas que eram prazerosas anteriormente, ou sentimento de tristeza, melancolia, além de, pelo menos, um dos seguintes sintomas: perda ou ganho de peso; insônia ou excesso de sono; agitação ou retardo psicomotor; sensação de cansaço ou indisposição; sentimento de inferioridade; distúrbios de concentração; pensamentos suicidas.
Algumas pessoas apresentam um tipo diferente de transtorno do humor conhecido como transtorno bipolar ou psicose maníaco-depressiva. As pessoas com esta doença apresentam um ou mais episódios maníacos (humor anormal ou persistentemente elevado, expansivo ou irritado, além de outros sintomas), que podem ser acompanhados de um episódio depressivo maior.
Um profissional da área de saúde será a pessoa mais indicada para rever todas as opções disponíveis e decidir sobre o tratamento mais adequado. O programa de tratamento poderá incluir um médico se for considerada a possibilidade de uso de alguma medicação, psicólogo com abordagem cognitivo-comportamental em casos que o paciente se mostra adequado a esta abordagem com o propósito de elaborar a modificação de seu comportamento.
Hoje em dia existem muitas opções de tratamento eficazes e a maioria das pessoas deprimidas pode esperar sentir-se bem melhor como resultado do tratamento. Geralmente, o objetivo da terapia medicamentosa é controlar os sintomas e tratar a doença, permitindo que o indivíduo se sinta melhor e volte a ter uma vida normal. A psicoterapia pode ser usada para que o indivíduo e a família aprendam novos comportamentos, através dos processos cognitivos com estratégias para lidar com a depressão. Pode ajudar também a reduzir e a tratar os sintomas, através da aprendizagem cognitiva que possibilita uma reaprendizagem comportamental, discutindo-se os problemas e as emoções. Porém o tratamento ideal varia de pessoa para pessoa; sendo cada caso avaliado individualmente.
Como mencionado anteriormente, a psicoterapia pode ajudar a reduzir os sintomas e tratar a depressão, diante disto o terapeuta e o paciente podem discutir experiências, relacionamentos, situações, sentimentos e percepções que até então funcionaram de forma automática e inadequada, isto pode ajudar a esclarecer o que está causando os problemas.
Geralmente, a depressão está relacionada com uma mudança no comportamento. Os indivíduos deprimidos olham menos nos olhos, falam mais devagar e suavemente. Também falam com monotonia. Seu discurso pode ser dominado por pensamentos negativos, incluindo tristeza e falta de esperança. O terapeuta que trabalha com a abordagem cognitiva, e que pretende utilizar técnicas de reaprendizagem cognitiva com a intenção de proporcionar a modificação dos comportamentos inadequados do paciente.
O objetivo do tratamento antidepressivo é eliminar sintomas, recuperar a capacidade funcional e social e impedir a recorrência. Medidas não-medicamentosas constantes de terapia cognitivo-comportamental se mostram muito eficaz, aconselhamento, terapia interpessoal mostra-se eficazes em pacientes com depressão moderada, com resultados mais a longo prazo. Aconselhamento e trabalhos com a reaprendizagem comportamental para pacientes depressivos, se fazem tão eficaz quanto farmacoterapia, embora os resultados dos medicamentos, apresentarem uma retirada dos sintomas de forma mais rápida, porém ocorrendo remissão, em média, aos dois meses do início da terapia.
Diante de todo o exposto ficou evidente que a aprendizagem cognitiva e toda a influência que esta exerce na modelagem do comportamento do indivíduo. Foi esclarecida também toda a organização da depressão bem como sua forma de funcionamento no indivíduo, influenciando assim o seu comportamento, sua interação com o mundo. Podemos então afirmar com relevante segurança que há possibilidades significativas de elaborar modificações em comportamentos disfuncionais em depressivos, modelando-os assim, para um comportamento mais eficaz e funcional, bem como em sua interação com o mundo.
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