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Críttica e Metacrítica no Behaviorismo Radical (Kester Carrara)

Polêmico desde a veiculação, em 1913, do "manifesto" de Watson, o Behaviorismo ora produziu admiração, ora rejeição no contexto da literatura científica em Psicologia. Especialmente a partir de Skinner, com a proposição do Behaviorismo Radical, reverberaram asserções contundentes que mudaram de maneira importante toda a lógica explicativa da conduta humana.

A massa de dados e argumentos da literatura crítica ao Behaviorismo se acumulou e, no contexto brasileiro, foi avaliada inicialmente em Behaviorismo Radical: Crítica e Metacrítica (1998 e edição atualizada em 2005), mediante a categorização dos temas nas áreas conceitual-filosófica, científico-metodológica e ético-social. Ali se argumentava a existência constatada de distintas formas de oposição ao Behaviorismo, na maioria das vezes apoiadas em falsas interpretações teórico-filosóficas e, em alguns casos, constituindo pistas importantes para modulação do alcance e limites do programa behaviorista.

No Brasil dos últimos anos, independentemente de ter ou não se ampliado a aceitação da proposta behaviorista radical entre os psicólogos, um fato consolidado é a expansão das publicações, a criação de novos grupos de pesquisa, a multiplicação de eventos científicos e a adesão acadêmica a projetos de intervenção e investigação no contexto das universidades. Entre outros, nesse cenário, parece que um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento e avanço da Análise do Comportamento tem sido representado pelo interesse crescente pela Análise Comportamental da Cultura, com muitos trabalhos e investigações relatadas em eventos e publicadas.

É nessa perspectiva recente dos delineamentos culturais que se inserem as principais ponderações desta conferência. Questiona-se em que medida uma dimensão de convivência sistemática com a literatura crítica tem auxiliado os analistas a verticalizarem sua análise das questões "sociais". Ou seja – para além de crítica e metacrítica – o desenvolvimento de uma boa autocrítica pode ter se constituído em variável controladora de preocupações com os problemas do dimensionamento ético-moral dos objetivos dos delineamentos, com a necessária articulação tecnológico-estratégica entre consequências imediatas e de longo prazo na instalação e consolidação de práticas culturais e com a sensibilização dos poderes públicos para o que entendemos como promissoras possibilidades de contribuição da Análise Comportamental da Cultura para a busca de uma sociedade mais justa.

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