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Determinismo e Liberdade na Análise do Comportamento (Alexandre Dittrich)

A suposição de que o comportamento humano é completamente determinado é constante nos textos de Skinner. Não obstante, o próprio Skinner admite que é impossível provar tal suposição – como também é impossível, por outro lado, provar que o comportamento humano é livre. O fato de que Skinner trata o determinismo como suposição, pressuposto ou hipótese é relevante. Isso indica não apenas que não se trata de uma afirmação passível de prova, mas também que deve servir como "pano de fundo" para as investigações em análise do comportamento. O motivo para adotar essa suposição, como sugere o próprio texto skinneriano, é pragmático: tomar o determinismo como pressuposto é útil para o cientista do comportamento, pois se ele supõe que o comportamento é determinado, caberá sempre investigar seus determinantes. Isso evita uma postura de desleixo por parte do cientista, pois se ele assume que certas respostas são ou podem ser livres, não cabe investigar as variáveis que as determinam. Não obstante, tomando-se grosso modo a suposição ou afirmação do determinismo como uma descrição acurada da posição dos behavioristas radicais na controvérsia entre determinismo e liberdade, restam alguns sentidos possíveis – ainda que limitados – para o conceito de liberdade. Abordaremos três desses sentidos: (1) liberdade como sentimento; (2) liberdade como autocontrole; (3) liberdade como contracontrole.

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