É o que versa o projeto de lei número 7483/10, do deputado Osmar Terra, do PMDB, que está sendo analisado pela câmara.
É o que versa o projeto de lei número 7483/10, do deputado Osmar Terra, do PMDB, que está sendo analisado pela câmara.
O projeto é fundamentado em uma pesquisa realizada recentemente com motoboys em Porto Alegre, a qual demonstrou forte relação entre o TDAH e a atividade de motofrete. De acordo com o deputado, a implementação da lei visa reduzir a quantidade de acidentes de trânsito provocados por motociclistas, o que será feito por meio de diagnóstico e tratamento precoce do Transtorno.
Osmar Terra, que também é médico, graduado pela UFRJ, e especialista em Saúde Perinatal, Educação e Desenvolvimento do bebê pela UnB, explica que “Desatenção, dificuldade de concentração, agitação, impaciência ou gosto pelo risco, entre outros, são fatores de indução à direção perigosa e potencializam a ocorrência de acidentes”, caracterizando implicitamente os motociclistas como principais vítimas deste trantorno.
O argumento do deputado é que existe uma associação entre ser portador de TDAH a ser motociclista ou motoboy. Mas será que se tornar motociclista é que faz desenvolver o transtorno, ou quem tem o transtorno é que se torna motociclista? Qual é a relação entre causa-efeito? Ou quem sabe, será este mais um exemplo de preconceito, ou ainda de uma estratégia de mercado?Afinal, qual é o tratamento "de escolha" para o TDAH? Medicação. E quem costuma ditar a conduta médica, financia viagens, cursos, e várias outras coisas para os médicos? A indústria farmacêutica; que será a grande beneficiada deste projeto de lei.
Conforme explica Roberto Luiz D`ávila, Conselheiro do CFM, indústria farmacêutica possui os médicos e dita o curso da educação e da pesquisa e, em última análise, da própria prática da medicina em níveis previamente inimagináveis.
Está em moda fazer Lobby no nosso legislativo. Será esta lei mais um exemplo? Cabe a nós, psicólogos e psiquiatras éticos, questionar a patologização constante do ser humano, investir na promoção de saúde e lutar contra o que pode estar por trás de leis como esta.
Fontes:
Site CREMESP
Site Osmar Terra