Hoje conversando com um morador em situação de rua, observei um comportamento de esquiva governado por regras.
P, 33 anos, sexo masculino, relatou nunca ter freqüentado albergues e que não gosta desse tipo de espaço de convivência, preferindo permanecer na rua. Ao ser questionado porque não gosta de albergues informou que outros moradores de rua descreveram como o albergue é:
Para P (e muitas pessoas), ser roubado ou ter a vida em risco é aversivo, P aprendeu por meio de regras, em vez de esperar por conseqüências.
Esquiva é geralmente um ajustamento mais adaptativo a punição do que a fuga.
Esquiva impede que um evento indesejado ocorra.
P deixou claro que o serviço social do albergue poderia ajudá-lo em sua situação encaminhando para entrevista de emprego, ainda assim não aceita ter uma experiência de como o albergue é, mesmo que isso signifique abdicar de reforçadores positivos.
A ameaça de ter os pertences roubados e de morte são coercitivas, e controle coercitivo imaginário ou real gera fuga e fuga gera esquiva e a esquiva bem sucedida mantém afastada situações aversivas tornando assim o comportamento de fuga desnecessário.