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Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género

Perspectiva-se a influência da inveja do clitóris, e a subcompensação narcísica que a caracteriza, na sistematização política e nos tipos de personalidade, com os seus estilos de relacionamento típicos, por género.

Antes de mais, considere-se o meu artigo A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas     ( Resende, 2010 ), para se ter a noção de que a inveja do clitóris é mais tipicamente masculina, e caracteriza-se pela subcompensação narcísica, com tentativas de diminuição narcísica, derivada do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris.

Em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris               ( Resende, 2010 ), faço, talvez, erroneamente, implicitar que a influência do pai, ao nível da inveja do clitóris é igual tanto para o filho como para a filha. Mas tal não será correcto se considerarmos as diferenciações psicológicas existentes nas sociedades, particularmente capitalistas.

É que se, para o filho, a influência do pai, ao nível da inveja do clitóris, faz-se mais facilmente pela identificação de género, é de considerar que, a filha, para além de se caracterizar pela inveja do pénis, como Freud considerava e como se perspectiva em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ), considerando o sistema matriarcal capitalista, ela também se irá caracterizar pela inveja do clitóris. Isto, pela influência do pai, como analisado no artigo Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), como por esta inveja também caracterizar os sistemas de relacionamento típicos do histerismo, considerando a histeria mais típica da mulher. É que baseando o sistema histérico de relacionamento está a inveja que cada mulher sentirá da excitação sexual que o clitóris, de outra mulher, proporciona a essa mulher, nos relacionamentos sociais, particularmente com outras mulheres. Pelo dito, e em última instância, cada mulher irá caracterizar-se tanto pela inveja do pénis como pela inveja do clitóris. O facto de a mulher se caracterizar por estas duas invejas, terá importante sentido evolutivo, sendo que cada uma das invejas, se constituirá como facilitadora psíquica da maternidade, da mulher ter cada bebé dentro de si. Para além disso, considerando o poder criador e criativo advindo da inveja do clitóris, como considerado em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), é de ter em conta, importantemente, de que este poder diminui na mulher quanto mais se dilui esta inveja nos relacionamentos histéricos típicos na mulher, particularmente sexualizados.

Já em relação ao homem capitalista, particularmente, aquele com poder, pressupõe-se que a inveja do clitóris, que o deverá caracterizar, como perspectivado em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), está equacionada ao lado da inveja do pénis, numa tendência histérica. Ou seja, para o homem capitalista com poder, contextualizando o capitalismo global contemporâneo, a insatisfação fálica faz derivar-lhe o poder, com a ambição caracteristicamente associada, derivada da sobrecompensação fálica. Relacionadamente, o homem comunista, numa tendência obsessiva, também se caracterizará pela inveja do clitóris, como analisado em A inveja do pénis e a inveja do clitóris  e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ) e em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), procurando obter o poder através das massas. Ora, coerentemente, deriva-se que o poder criador e criativo do homem comunista é diluído pela diluição da inveja do clitóris nas massas, na comunidade.

Assim, resumidamente, para o homem capitalista ter realmente poder, deverá sentir-se castrado falicamente verdadeiramente, e para o homem comunista ter realmente poder, deverá arrogar-se de se sentir verdadeiramente invejoso do clitóris. Isto é, o homem capitalista deverá sentir-se verdadeiramente diminuído falo-narcisicamente e o homem comunista deverá verdadeiramente vivenciar o seu sentimento de superioridade narcísica, advindo da comparação pénis-clitóris.
Finalizo, dizendo que, para que a mulher sinta verdadeiro poder criador e criativo, deverá dessexualizar os relacionamentos, invertendo a histeria relacional, através da concentração da inveja do clitóris.

Bibliografia

Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas in www.redepsi.com.br, em secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
Resende, S. ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris in www.redepsi.com.br, em secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010

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