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Esquecer é apenas aprender de outro modo?

É o que dizem os pesquisadores da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), em conjunto com estudiosos da Universidade de Buenos Aires, da Argentina.

É o que dizem os pesquisadores da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), em conjunto com estudiosos da Universidade de Buenos Aires, da Argentina.

De acordo com os pesquisadores, os resultados comprovam o que dizia o fisiologista russo Ivan Pavlov, ainda no início do século passado. Este estudioso se consagrou pela descoberta do que se chama de Condicionamento Clássico ou Pavloviano ao descobrir que após seguidas apresentações simultâneas do som de uma sineta e de comida, os cães associavam os dois estímulos e passam a responder ao som da sineta do mesmo modo como respondem à presença
da carne: salivando.

Os cientistas brasileiros submeteram ratos a um experimento no qual deveriam aprender uma informação e depois esquecê-la. O procedimento, de acordo com o site da FAPESP, foi o seguinte:

"Num experimento tradicional de aprendizagem, um rato é colocado sobre uma pequena plataforma elevada no interior de uma gaiola. O roedor desce da plataforma e inicia um passeio pelo novo ambiente tão logo se vê sozinho. Mas, para avaliar a capacidade de memorização, os pesquisadores fazem o rato aprender algo novo: quando desce da plataforma, leva um leve choque nas patas que indica que explorar a casa desconhecida pode ser perigoso. Numa próxima vez, o roedor leva em média sete vezes mais tempo para se arriscar fora da plataforma, numa indicação de que se recorda do que ocorreu anteriormente.

Os pesquisadores repetem algumas vezes o experimento eliminando o choque quando pretendem desfazer a memória do evento que causa aversão, processo denominado extinção. Nos testes de extinção, a memória é resgatada sem um dos componentes que a originou – no caso dos roedores, eles deixam de levar choque numa situação semelhante àquela em que receberam a descarga elétrica antes. Em geral depois de cinco sessões sem receber a descarga elétrica, os animais se esquecem do choque. Foi justamente na extinção da memória que a equipe de Cammarota conseguiu interferir. No experimento descrito na PNAS, Janine e Lia submeteram os ratos a cinco sessões de extinção – uma por dia, a partir de 24 horas depois de os animais aprenderem que poderiam levar um choque ao descer da plataforma. Instantes depois da última sessão de extinção, elas aplicaram diretamente no hipocampo, região do cérebro associada à aquisição da memória, um composto que impede a produção de proteínas.

O bloqueio da síntese proteica, necessária à formação e à consolidação das lembranças, prejudicou o esquecimento (extinção da memória) do evento desagradável. Colocados na plataforma, os ratos se comportavam do mesmo modo que faziam depois da sessão de choque e evitavam descer ao chão da gaiola, diferentemente daqueles que receberam um composto
inócuo."

Para simplificar a compreensão do processo, o site usa a seguinte analogia: "Seria algo como passar pela esquina do assalto repetidas vezes e verificar que
nem sempre haverá um meliante à espreita"

Fonte: portal FAPESP.

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