No primeiro caso é um respeito em troca de carinho, de amor e, portanto, é também um ato de amor, uma forma de acarinhar. No segundo caso ainda permanece o medo. Trata-se de um dever. E quando se faz por dever, não se faz por amor, com amor. Fazer por dever é fazer para evitar um mal. Fazer por amor é fazer para se obter um bem. Mas que coisa estranha: fazer uma reverência e receber carinho, amor? Isso é possível? Creio que sim. Trata-se do pedido de benção a alguns familiares, pouco comum hoje em dia em nossa sociedade, ou de uma série de reverências as quais observamos mais comumente entre os orientais. E em muitos outros casos se trata somente mesmo de esquivar-se do contato com o outro, de medo puro. É quando não se olha nos olhos, quando não há trocas verbais simétricas: somente o mais poderoso manda na conversa, falando e ouvindo o que quer. Neste caso a intimidação é prevalente. Finalizando, e respondendo à pergunta inicial: respeito ou medo? Parece que a realidade é um pouco mais complexa e permeada de especificidades do esta mera enunciação vaga do senso comum.