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Exemplos relativos a medos contemporâneos da sociedade capitalista

Dão-se exemplos contemporâneos, contextualizados, relativamente a medos presentes na sociedade capitalista, particularmente, a Estado-Unidense, considerada o bastião do Capitalismo.

Comecemos por relembrar dois artigos meus, a saber, Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas            ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2011 ). Nos mesmos, concluo que existe uma paranóia anal, decorrente da primazia do dinheiro na sociedade capitalista e do mesmo dinheiro ter características anais, por se constituir enquanto meio transitivo de relação com o exterior. A paranóia surge da divinização do dinheiro e da sexualidade feminina, divinização essa característica da sociedade capitalista, e da utilização da sexualidade, em particular, para estabelecer controlo sobre o indivíduo e sobre as massas. Como se denota mais à frente, desenvolvo o estabelecimento deste controlo em dois artigos, que se intitulam Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque ( Resende, 2010 ) e Enunciação de Mecanismos de ataque ( Resende, 2010 ). Relativamente ao segundo artigo referido anteriormente, dou o exemplo de um medo presente numa sociedade capitalista, a Estado-Unidense, que é a utilização fóbica do Vai-Vém espacial, pelo seu ir e vir, com características de fuga para a frente e de evitamento. Indico aí, também, que se pode, em certa medida, aproximar esta caracterização fóbica da histeria de angústia, o que é coerente com as características histéricas da sociedade Estado-Unidense.

Avanço agora para outros exemplos de medos contemporâneos da sociedade capitalista Estado-Unidense.

Por exemplo, os arranha-céus das cidades Estado-Unidenses, com suas luzes à noite, tão presentes em filmes e séries televisivas, indicarão um medo presente de adormecer. Isto considerando que a luz, ligada à noite, é um meio transitivo para se conseguir adormecer. Repare-se que Nova-Iorque, com seus arranha-céus, e luzes ligadas à noite, é considerada " a cidade que nunca dorme ", apontando para uma representação de uma cidade transitiva para se conseguir adormecer, a nível mais global. Fará aqui sentido quando alguns indicam a cidade de Nova-Iorque, com, por exemplo, a Estátua da Liberdade, como um farol para o mundo. Mas realça-se essa propaganda nos media, dos arranha-céus e suas luzes, fazendo associar inevitavelmente o medo de adormecer à sociedade e sistema capitalista Estado-Unidense. O medo de adormecer aqui enunciado poderá ser exemplificado com um verso de uma canção do famoso cantor George Michael, quando ele diz: " Fear is the light in your window ".

Outro exemplo que poderá ser aqui desenvolvido é a utilização de sacos de compras castanhos, que são utilizados caracteristicamente nos Estados-Unidos. Considera-se que o castanho é uma mescla de branco e preto; contextualizando, será uma mescla de branco e negro, ou caucasóide e negróide. Realça-se o exemplo do saco de compras no contexto do consumismo capitalista Estado-Unidense. Ora, parece haver, para fomentar este consumismo, a propagandeação do estabelecimento de um tabu de relacionamentos, particularmente amorosos e sexuais, entre brancos e negros, ou seja, inter-racialmente, em que a culpabilidade associada a esse medo é utilizada e/ou dirigida sobre o acto de fazer compras. Quanto à questão do medo propagandeado no sentido de não estabelecimento de relacionamentos entre brancos e negros, veja-se a propaganda maciça, nesse sentido, em filmes e séries televisivas, como ainda, particularmente, em vídeos musicais, em que parece estar presente a estrita união entre indivíduos da mesma raça. É nesse sentido que os indivíduos desenvolverão um medo, mais ou menos inconsciente, de se unirem a indivíduos de outra raça, em que o antevisto poderá ser, por exemplo, a rejeição social. Exemplifica-se este tabu com o que Salazar, ditador fascista português do século XX, dizia, quando falava numa                 " coexistência " entre brancos e negros, mantendo, contudo, as colónias opressoras em África. Ora, este contexto fascista parece estar presente naquele tabu fomentado nos Estados-Unidos, em que parecem ser utilizados mecanismos de ataque, particularmente o controlo histérico, no controlo individual e das massas. Esta tendência fascista é reforçada contemporaneamente pelo estabelecimento, nesse país, do Patriot Act, instituído por George W. Bush e extendido por Barack Obama, que permite às forças de segurança meios de vigilância e controlo populacional, sem a necessidade de autorização de um juíz.

Considerando que também há uma propaganda das luzes dos arranha-céus, ligadas ao medo de adormecer, e o outro tabu do saco das compras, realça-se a utilização de mecanismos de ataque, particularmente, a projecção histérica da agressividade fálica, e o controlo histérico, de controlo populacional, no estabelecimento destes tabus, medos, capitalistas, no seu extremo fascista.

Finalizo, com uma citação de alguém, que poderá ter sido alvo destes mecanismos de ataque, a saber, o Presidente Estado-Unidense John Fitzgerald Kennedy, que foi assassinado nos anos 60 do século XX: " Não há nada de que ter medo, a não ser do próprio medo! ".

Bibliografia
Resende, S. ( 2010 ). Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque in www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
Resende, S. ( 2010 ). Enunciação de Mecanismos de ataque in www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 14/11/2010
Resende, S. ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas in www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010
Resende, S. ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas in www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

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