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Convivência amorosa: definindo alguns conceitos

As pessoas muitas vezes associam vários conceitos como se viessem da mesma fonte: sexo, amor, vida conjugal, família etc. Porém o que acontece é que na maioria das vezes elas não conseguem encontrar todos esses aspectos em uma só pessoa, muitas encontram paixão sem amor, ou no casamento descobrem uma convivência difícil, mas a maioria chega ao casamento com ou sem amor devido a esta ser uma etapa programada pelo sistema social, um passo necessário na vida. Sendo que algumas para suprir a falta de alguns desses aspectos, buscam outra pessoa paralelamente ao relacionamento o que é ilusório e a falta novamente irá surgir.

Faz-se necessário então definir os conceitos: amor, paixão, ficar, namorar e casamento para que assim, tomemos consciência de nossos sentimentos com relação ao outro e direcionemos as etapas em nossa vida rumo à realização afetiva.

Paixão: pessoas apaixonadas geralmente acham que estão amando, mas é uma mistura de emoção e desejo sexual. O distintivo da paixão é o desejo e a partir dele a necessidade de posse do objeto que o provoca, é a soma: atração física + desejo erótico + vontade de posse + fascínio.

O individuo apaixonado tende a perder o autocontrole e ser ciumento, pois vê o outro como posse, porém esse período é um dos mais inesquecíveis da vida, a paixão é o doce tormento.

Na fase da paixão geralmente surge à idéia de que queremos ser felizes e o outro poderá nos propiciar essa felicidade, ou que certamente somos o que o outro precisa para ser feliz, nessa fase tudo parece mágico e as diferenças individuais não contam, o que importa é o desejo.

Passada a paixão pode surgir:

1.       Os amantes podem perceber que só restam resquícios do fogo da paixão e é o fim da relação.

2.       Vejam que surgiu um laço de mútuo afeto, reconhecendo viável um relacionamento duradouro sem a chama do desejo.

3.       Que depois do mútuo reconhecimento e valorização percebam no outro um bem incomparável, digno de ser cultivado e cuidado – é o amor.

O amor não exclui a paixão, eles podem coexistir, o fato de não sentir paixão pelo parceiro não implica a falta do desejo.

Não existe amor a primeira vista, essa é uma ilusão do adolescente, existe sim atração erótica a primeira vista. O sujeito apaixonado acredita estar amando pelo grau de envolvimento que experimenta. Na segunda fase, namoro, passado o furor, é mais calmo e menos hormonal, baseado no conhecimento mútuo que é o estágio da afeição e a última fase é o amor.

Essa fase exige maturidade, que o casal seja capaz de abdicar de suas fantasias infantis de felicidade, do conto de fadas, da crença no príncipe encantado, ainda que este esteja disfarçado.

O objetivo do amor é propiciar o bem da outra pessoa, facilitar seu desenvolvimento e realização, que implica sua liberdade e autonomia.

Amor: relacionamento prolongado, exige conhecimento do outro e vai surgindo aos poucos, é a soma de vários fatores: valorização especial da outra pessoa + sentimentos positivos e identificação com ela em aspectos básicos + desejo sexual.

O casamento ainda continua sendo o ideal da maioria dos jovens, não importa que as estatísticas digam que um terço dos casamentos termina em divórcio, e outro terço se mantenha por hábito ou por causa dos filhos, e só um terço realizam com amor esse sonho, mas também se defrontam com crises e conflitos. Daí o motivo para escrever esse artigo, para que as pessoas conhecendo fatores que envolvem na vida afetiva, possam fazer escolhas conscientes, maduras e com motivo plausível.

Não são motivos plausíveis: a pressão social, somente por estar grávida ou namorar a bastante tempo, para fugir de conflitos com os pais, alcançar liberdade -para aqueles que têm pais rígidos, mas o que mais acontece é que esperam que no futuro muita coisa poderá mudar no outro, vale lembrar que os que se unem com tal ideal sempre se frustram, já que casam com alguém que idealizam ter e não com a pessoa que tem ao seu  lado. Outros se unem porque querem fundar uma família, o que é um motivo consistente quando associado ao amor.

Quero ainda deixar para vocês uma breve explanação sobre o ficar, tão comum em nossos dias.

Por ser algo que não implica em compromissos sérios significa que a pessoa não está pronta para assumir responsabilidades e encara o ficar com muita naturalidade por isso. Porém existe uma diferença entre gêneros quanto a preferência ou não pelo ficar. Geralmente os homens são mais adeptos enquanto as mulheres preferem namorar. Talvez isso demonstre que as mulheres amadurecem mais cedo. O ficar é um modo de explorar e experimentar sentimentos, parceiros e situações de escolhas e tomadas de decisões que exigem responsabilidade, por isso muitos relatam que o ficar é um primeiro contato que poderia levar ao namoro.

Encerro este artigo, no desejo que ele possa auxiliar aqueles que estão em busca de auto-conhecimento na sua vida amorosa para realizarem escolhas mais conscientes e para aqueles que já fizeram suas escolhas, seja parâmetro de auto-avaliação e definição de caminhos maduros, saudáveis e que tragam realização na vida amorosa.

Psicóloga Kátia Jaqueline Móri

CRP: 04/27729

Contato: [email protected]

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