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Formulação de descrições supersticiosas em participantes expostos a aprendizagem de sequências difíceis concorrentes a esquemas de variação – Rodrigo Henrique Puppi; Leandro Winter; Luana Mattos; Bruno Angelo Strapasson

A variação é um processo central no modelo de seleção por consequências e tem sido indicada como um processo importante na aprendizagem de respostas difíceis ou com pouca probabilidade inicial. Entretanto, diferenças de desempenhos em homens e outros animais são expressivas nesses tipos de contingências, sendo por vezes atribuídas a regras formuladas pelos participantes. O presente trabalho pretende avaliar o efeito da exposição a esquemas que exigem variação sobre a formulação de regras supersticiosas em participantes submetidos a contingências que exigem variação em comparação a contingências que não exigem variação. Para tanto, 12 participantes foram expostos a uma tarefa de composição de sequências com duas teclas de um teclado de computador em que poderiam produzir imagens e deveriam formular descrições verbais sobre os critérios exigidos para se produzir parte de uma imagem. Todos os participantes foram expostos a 5 fases em que precisavam emitir sequências sinalizadas de 4 respostas. As fases eram encerradas com a obtenção de 50 reforços. Nas fases 1, 3 e 5 qualquer sequência emitida pelo participante resultava na produção de uma imagem. Na fase 2 esquemas e reforçamento atuavam concorrentemente (refroço contínuo para a emissão de uma sequência pouco emitida na linha de base  – Sequência Alvo – ou um esquema de reforçamento dependente de frequência com limiar de 1/16). Na fase 4 outros dois esquemas concorrentes entravam em vigor (reforçamento contínuo de uma sequência pouco emitida na Fase 3 ou reforço acoplado ao próprio desempenho na fase 2). A cada 25 reforços os participantes eram requisitados a produzir descrições verbais dos critérios de reforçamento em vigor no período em que obteve os 25 reforços. As descrições verbais foram classificadas em (A) descrições corretas, (B) descrições supersticiosas ou incorretas e (C) outras descrições. O desempenho não-verbal dos participantes exibiu uma maior variação na emissão de sequências nas fases 2 (U médio = 0,76) e 4 (U médio = 0,58) que nas demais fases (U médio = 0,27), não havendo indícios de aprendizagem da sequência-alvo específica. Os participantes formularam mais descrições quando expostos às Fases 2 e 4 bem como apresentaram mais descrições superticiosas e erradas nessas fases. Esses resultados são compatíveis com a hipótese de que formulações verbais de participantes desse tipo de experimento dificultam a aprendizagem de respostas alvo.

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