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Aprendizagem de relações simbólicas (palavras-qualidades) por exclusão – Thaís Arantes Ribeiro; Deisy das Graças de Souza

O responder por “exclusão” ou mapeamento rápido tem sido considerado um dos processos pelos quais crianças aprendem a relacionar palavras a objetos ou eventos. O responder por exclusão foi demonstrado em diversos estudos que, em sua maioria, simularam a aprendizagem de relações nome-objeto (substantivo). A tarefa experimental típica envolve o emparelhamento com o modelo. O presente experimento teve como objetivo verificar se o responder por exclusão também ocorre quando os estímulos empregados são qualidades dos objetos. Um segundo objetivo foi investigar se há alguma relação entre a quantidade de tentativas de exclusão e a aprendizagem da nova relação. Participaram do presente estudo seis bebês com idades entre 24 e 29 meses, com desenvolvimento típico. Inicialmente foi estabelecida uma linha de base com discriminações auditivo-visuais com adjetivos (/feliz/, /brava/ e /triste/) como estímulos modelo e faces estilizadas de um fantoche (sexo feminino) como estímulos de comparação. As sondas de exclusão apresentavam as pseudopalavras /fobam/ (Relação 1) ou /piva/ (Relação 2) como modelos, um fantoche com expressão facial relacionada à uma das palavras da linha de base (face definida), uma face não relacionada às palavras da linha de base (face indefinida) e uma janela vazia (máscara). A seleção da face indefinida evidenciaria o controle por exclusão. Tentativas adicionais de linhas de base e de sondas de exclusão foram intercaladas com sondas de aprendizagem afim de verificar se o responder por exclusão resultava também na aprendizagem das relações palavras ditadas-propriedades da face. Em seguida, afim de observar a generalização do desempenho, novos blocos de sondas de exclusão e de aprendizagem foram inseridos com os mesmos estímulos modelo e com outro fantoche (sexo masculino) com as mesmas faces estilizadas como estímulos comparação.

A análise dos resultados permite afirmar que os seis participantes responderam por exclusão ao longo do experimento, confirmando os dados da literatura, mas apenas três participantes (P01, P04 e P05) atingiram 100% de acertos em pelo menos um dos blocos de sondas de aprendizagem. Destes, apenas P04 aprendeu as duas relações com ambos os estímulos (fantoche sexo feminino e masculino). A relação entre o número de exposições à exclusão e a aprendizagem do novo par palavra-qualidade por bebês deve continuar sendo explorada.

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